nine

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𝐒𝐈𝐍𝐀 𝐃𝐄𝐈𝐍𝐄𝐑𝐓
New York

Sinto o cheiro maravilhoso de biscoitos no forno. Vou até a cozinha e dou um abraço em minha vó que terminava de olhar o fogão. Minha mãe estava junto dela com uma taça de vinho na mão.

- Veio pelo cheiro? - minha vó pergunta rindo e eu confirmo lhe dando um beijo na bochecha.

- Aposto que é questão de tempo até seus irmãos...

- Que cheiro bom - meu irmão acaba de entrar na cozinha e ao vê nossa vó perto do fogão ele sabia exatamente o que era.

- Já estão prontos?

- Mais alguns minutos - minha vó
responde.

- Não me diga que está fazendo biscoitos de natal - minha irmã entra na cozinha radiante

- Fico o ano inteiro esperando por eles.

- Eu disse - minha vó sussurra em meu ouvido e eu sorrio.

- Fiz seus biscoitos para um amigo e ele amou. - conto sabendo que todos olhavam para mim.

- Esse seu amigo é o mesmo que passará o natal com a gente, maninha? - minha irmã pergunta curiosa.

- É ele mesmo - respondo sentindo
minhas bochechas corarem.

- Então ele vai vir mesmo? Mais é só
amigo mesmo ou algo mais? Porque eu
preciso aprovar. - reviro os olhos com
essa frase de meu irmão. Ainda bem que meu pai estava brincando com os netos e não ouvindo isso. Morreria ainda mais de vergonha.

- É só um amigo. - respondo e bem nessa hora a campainha toca. Meu irmão fica sério e ajeita sua camisa de natal.

- Eu vou abrir a porta - ele diz
endurecendo a voz e eu o seguro.

- Não ouse. - falo negando com o dedo e caminhando até a porta.

A sala estava uma gritaria com todos meus sobrinhos correndo pelos cantos enquanto meu pai e minhas cunhadas tentavam controlar a situação. Abro a porta e meu sorriso se alarga ao vê-lo. Ele estava lindo.

- Oi. - ele diz e ergue uma sacola de
compras.

- Trouxe sorvetes. Não sabia qual sua
família gostava mais, então comprei de
quatro sabores diferentes. - em seguida ele me entrega um pequeno embrulho de presente com um sorriso tímido.

- Esse presente é para você.

- Muito obrigada. - digo não escondendo minha felicidade.

- Entre - abro espaço para ele entrar
ainda sem acreditar que ele estava aqui.

- Obrigado.

- Eu também comprei um presente para você. - conto pondo seu presente em baixo da árvore de natal junto com os outros Te entrego meia-noite.

- Não precisava - ele diz, mas sabia que ele estava feliz em saber que ganharia um presente. Quem não ficaria?

- É claro que precisava, afinal, é natal - respondo sorrindo e segurando as sacolas com os sorvetes.

Ele me seguiu até a cozinha onde meus
irmãos, vó e minha mãe ainda estavam.
O apresentei para minha família e quis
matar meu irmão por ficar o olhando com cara séria e apertar sua mão com
força demais me fazendo me sentir uma adolescente apresentando o primeiro namorado. Noah era só um amigo, mas ele parecia ignorar esse meu comentário não importa quantas vezes eu falasse.

A ceia seria só meia-noite, depois da visita do Papai Noel, antes dela eu e minha família fizemos o amigo oculto, como sempre fizemos todos os anos. Eu havia tirado a esposa da minha irmã e meu pai havia me tirado. Fiquei receosa de Noah se sentir excluído durante o amigo oculto, mas ele parecia muito feliz e à vontade com a gente.

 ɪɴ sᴇᴀʀᴄʜ ᴏғ ᴄʜʀɪsᴛᴍᴀs | ɴᴏᴀʀᴛ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora