eight

188 22 7
                                    

𝐒𝐈𝐍𝐀 𝐃𝐄𝐈𝐍𝐄𝐑𝐓
New York

Rio de algo que Any contava junto
com Maria. Ela falava sobre os planos de viajem que iria fazer e onde passaria o ano novo. Amanhã, véspera de natal será meu último dia de trabalho antes de tirar umas curtas férias merecidas. Any havia me perguntado sobre Noah, não
entrei em detalhes sobre nossa discussão, apenas disse que não o veria mais e fim da história. Não gostava de ficar recordando nossa discussão, pois sempre me irritava, então preferi esquecer. Era a melhor coisa
que eu fazia.

- Olha quem acabou de chegar... -
Any sussurra coçando discretamente
a orelha. Minha atenção se volta para o
corredor e reviro os olhos quando vejo
Noah se aproximado. Penso em o ignorar, mas isso seria muito imaturo de minha parte.

- Podemos conversar? - ele pergunta e eu cruzo os braços.

- Josh pediu para você vir? - comento
irônica.

- Não, vim porque eu quis.

- Estou ocupada agora - respondo seca.

- Tenho mais dois pacientes hoje, vai
demorar, então pode ir embora, não quero te prender.

- Eu espero o tempo que for - ele diz indo para a sala de espera pegando um livro para ler.

- Achei que ele tinha trocado de
fisioterapeuta. - Maria diz e Any
aponta para mim fazendo alguns gestos
com as mãos, eu bufo baixo quando ela faz um coração.

- Oh, entendi.

- Não é nada disso - afirmo estressada. Abro a boca para dizer mais, porém meu próximo paciente chega.

Duas horas haviam se passado quando
eu termino meu expediente, pego minha bolsa para ir embora tendo a certeza que Noah não estaria lá e mordo minha lingua, pois ele estava.

- Podemos conversar agora? - penso em responder que não e ir embora, mas estou curiosa para saber o que ele tem para me falar, então apenas confirmo com a cabeça e o guio até minha sala.

- Estou ouvindo - falo cruzando os
braços sem tentar parecer simpática.

- Gostaria de te mostrar uma coisa -ele começa e eu ergo minha sobrancelha desconfiada

- De te levar em um lugar. Posso?

- Qual lugar?

- Você vai vê. Confia em mim? - eu
confiava, mas ainda estava muito
magoada com tudo o que ele disse e fez.

- Por favor... - sussurra.

- Está bem. - concordo. Só espero não me arrepender depois.

fomos no meu carro e sigo as direções
que Noah dava. Não tinha ideia para
onde ele estava me lavando. Durante o
caminho nós não conversamos, eu nem
queria falar com ele. Que bom que ele não insistiu nem tentou puxar assunto.

- É aqui - ele aponta para minha direita e não escondo a surpresa de me deparar com um cemitério. Estaciono o carro e alguns minutos depois, estávamos entrando. Ignoro o aperto em meu peito, dos pontos que começavam a se ligar em minha mente.

Noah para diante de dois túmulos.
Ambos com a mesma data de óbito, 13 de Dezembro, há 4 anos. Na primeira lápide,

estava escrito o nome Taylor, ela faleceu jovem, com 31 anos, mas é a segunda lápide com o nome escrito Sofya que partiu meu coração. Era uma criança de apenas 4 anos. 4 anos! Havia uma foto em cada túmulo e ao olhar perco o ar ao reconhecê-las. Eram elas que estava no porta-retrato que eu havia visto na casa dele. Lembro da foto, eles pareciam tão felizes e cheios de vida. As flores que tinha ali eram recentes, não deviam ter nem dois dias.

 ɪɴ sᴇᴀʀᴄʜ ᴏғ ᴄʜʀɪsᴛᴍᴀs | ɴᴏᴀʀᴛ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora