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𝐒𝐈𝐍𝐀 𝐃𝐄𝐈𝐍𝐄𝐑𝐓
New York

Já havia se passado uma semana e Noah ainda estava sem me dar noticias. O que me fez não ir até a policia cheia
de preocupação de seu paradeiro foi a
mensagem de Caio me informando que
Noah estava bem, só muito ocupado
com o trabalho. Quando não tive noticias dele pensei logo no pior, e foi um grande alivio saber que estava tudo bem, mas poxa, custava Noah me mandar uma mensagem dizendo isso? Não é possível que ele não consiga tirar 5 minutos do seu tempo para me dar noticias. No fundo eu sabia exatamente o motivo dele estar agindo desse jeito, claramente ele estava me evitando, o que me fazia ficar com raiva de mim mesma por ter sido tão estúpida em tentar beijá-lo, mas eu podia
jurar que ele queria também.

- Sina? ― alguém me chama me
trazendo de volta para a realidade. Olho para a senhora a minha frente confusa, não ouvi uma palavra do que ela disse.

- Devo fazer esses exercícios todos os
dias?

- Sim, não irá levar mais do que 5
minutos - respondo. - Qualquer duvida é só me ligar- abro a porta para ela e respiro fundo para manter o foco.

Não posso continuar distraída assim, se
Noah é um imaturo que prefere fugir a
me falar a verdade, o problema é dele.
Não posso deixar isso afetar meu trabalho. Sinto um frio na barriga ao me dar conta que já estava na hora deu receber meu ultimo paciente do dia, que seria Noah, mas quando ele já está atrasado por mais de 10 minutos eu sei que ele não vai vir. Por que ele estava se afastando tanto assim? Não pode ser que seja só por causa do trabalho e custava ele mandar uma mensagem? Vejo a recepcionista atras do
balcão desligar o telefone e caminho até ela.

- Meu paciente das 5 deu alguma noticia? - pergunto tentando não parecer tão esperançosa.

- Noah Urrea, certo? - Maria
pergunta olhando suas fichas.

- Isso ― respondo olhando para o
elevador na esperança de vê-lo sair do
mesmo a qualquer momento.

- Ele cancelou as consultas, disse que
encontrou um fisioterapeuta perto de sua casa e não virá mais para cá.

- O quê? - exclamo olhando para suas fichas tendo a certeza que eu ouvi errado

- Ele arranjou outro fisioterapeuta?
Quem?

- Não sei, ele só disse que era mais perto de sua casa. - Maria continuava falando, mas eu deixo de prestar atenção. Ele simplesmente deixa de ser meu paciente e não me avisa? Claro que ele não tem essa obrigação, mas depois de todo o esforço que eu estou fazendo para tentar ajudá-lo eu esperava o mínimo de consideração.

- Sina, para onde você está indo?
- Maria pergunta ao me ver indo até o
elevador.

- Preciso resolver uns assuntos - digo
irritada.

- E como não tenho mais pacientes por
hoje, estou indo embora mais cedo. -
O elevador abre e eu entro apertando o
botão do térreo furiosa. Noah não pode
fugir de mim para sempre, e hoje ele iria me ouvir. Nem que seja pela última vez.

♥︎

Toco a campainha de sua casa, no terceiro toque a empregada abre a porta para mim, pergunto para ela educadamente se Noah estava, afinal, ela não tinha culpa da minha raiva. Ela confirma com a cabeça e abre espapaço para eu entrar. Vou até a sala e encontro Noah no sofá lendo um
livro, ele parecia tão concentrado que nem percebe eu chegar. Era isso o tão ocupado com o trabalho que ele estava?

- Custava mandar uma mensagem
falando que estava ocupado? - pergunto cruzando os braços. Ele desvia sua atenção do livro e me olha surpreso.

- O que está fazendo aqui? - pergunta sério, pondo o livro em seu lado no sofá.

- Vim conversar com você já que essa é a única maneira de saber como está já que não atende minhas chamadas ou responde minhas mensagens.

- Para bom entendedor, meia palavra
basta - ele diz trazendo sua cadeira para si e sentando na mesma. - Agora se me der lincensa, tenho muito trabalho para fazer.

- Estou vendo - comento enfezada
apontando para o livro.

- Você trocou de fisioterapeuta e deu a
desculpa ridícula que tinha um mais perto de sua casa sendo que onde eu trabalho é o mais perto de onde você mora. - Sabia que ele só deve ter falado isso para não dizer o verdadeiro motivo dele ter saído, mas eu mereço saber a verdade e queria ouvir dele.

- Eu tenho coisas mais importantes
para fazer na minha vida do que essa
ideia absurda que você teve de tentar me convenser da magia do natal.

- Eu estava tentando te ajudar.

- Sim, e não ajudou merda nenhuma, pelo contrario, só piorou. Então se você puder ir embora, agradeço. Ficarei imensamente feliz - ignoro a pontada de dor que senti ao escutar isso.

- Você parecia estar gostando - afirmo estressada.

- Eu fingi para tentar te agradar, mas foi uma perca de tempo.

- Por que você é assim? - indago
cerrando os punhos.

- Parece que gosta de afastar todos a sua volta, que gosta em ser desagradavel. Eu vim aqui porque me importo com você e quando você sumiu sem dizer nada eu fiquei preocupada. E como você retribui? Sendo um grosso e arrogante.

- Eu não te convenci a nada, a ideia foi
sua para começo de conversa e se você não percebeu, eu prefiro ficar sozinho do que estar em uma companhia desagradável e insistente.

- Desagradável?! - exclamo furiosa

- Se você quer saber, o motivo de
sempre transferirem você para outro
fisioterapeuta é que ninguém te aguenta! Você está sempre de mal humor e é extremamente grosso. Eu pensei em transferir você diversas vezes, mas não o fiz porque eu queria genuinamente te ajudar, mas Any tinha razão. Não vale a pena ajudar alguém que não quer ser ajudado.

- Você deveria ter escutado ela desde o
início. - Sacudo a cabeça incrédula com lágrimas se formando em meus olhos. Viro de costas prestes a ir embora e só agora percebo que a árvore de natal que tínhamos montado não estava mais lá.

- Você tirou a decoração de natal...-
sussurro.

- Óbvio que sim. Eu odeio o natal, Sina
e você só me fez lembrar o porque deu
odiar tanto essa data.

- Não coloque a culpa só em mim - digo enfurecida com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

- Você aceitou minha proposta pra início de conversa. - Ele desvia o olhar do meu, podia jurar que vi tristeza em seus olhos, mas provavelmente vi errado, como tudo que eu achava dele.

- Vai embora, Sina. - ele pede e eu
confirmo com a cabeça enxugando as
lágrimas.

- Vou sim, vamos vê quanto tempo você vai durar com o novo fisioterapeuta - exclamo me arrependendo no segundo que
eu termino a frase.

Saio de sua sala indo em direção a porta me sentindo traída. Todos esses meses que passei aturando seu mal humor e respostas desagradáveis, tudo com um sorriso no rosto para na primeira oportunidade ele sair, sem nem sequer me explicar direito. Se eu fosse tão desagradável ele não teria aceito minha proposta de natal, não teria rido junto comigo. Ninguém fingi gostar de estar na presença do outro. Ou pelo visto fingi e eu fui tola demais por não perceber.

Que perca de tempo!

- Sina, não fique com raiva dele. -
escuto a empregada nem percebi que ela estava do meu lado.

- Ele não quis dizer aquilo.

- Mas disse - respondo tentando
controlar minha raiva, pois não importa o quão furiosa eu estava com Noah, Fernanda não tinha culpa nenhuma das coisas que ele disse.

- Se você tentasse entender...

- Eu tentei! Estou esses dias todos
tentando, mas ele não colabora e é melhor assim. Não quero mais o vê. - Abro a porta com raiva e saio da casa dele para nunca mais voltar.

 ɪɴ sᴇᴀʀᴄʜ ᴏғ ᴄʜʀɪsᴛᴍᴀs | ɴᴏᴀʀᴛ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora