capítulo três.

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Minha avó dizia que as pessoas não eram tudo o que a gente sabia delas, talvez elas fossem muito mais ou muito menos, só elas sabiam da sua própria verdade e me veio a memória de quando eu era menor e meu irmão inventou uma mentira mirabolante na escola fazendo parecer que eu tinha medo dele e que ele era superior a mim. Bem, isso não certo, mas ele nunca mais fez de novo, adivinhe o porquê? Arranquei algumas páginas do seu diário onde ele falava mal de algumas pessoas e coloquei no armário dessas pessoas. Eu sei que você deve pensar que eu sou mal ou algo assim, mas meu irmão sempre foi péssimo comigo, eu não me orgulho das atitudes que tive com ele, mas faria de novo.

Algumas pessoas não sabem se pôr no seu lugar e acham que têm o direito de falar alguma coisa. Até aqui você já deve conhecer alguém assim no seu convívio.

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A volta para casa não foi tão agradável, não conseguia tirar Remus dos meus pensamentos (não de um jeito bom), eu sentia meu sangue ferver e se pudesse voltar há alguns minutos atrás eu diria umas coisas bem desagradáveis.

A velocidade, eu queria descontar nela, e naquele garoto também. Ele me observava, fala de mim para sua família, ele SABE de tudo. Minha blusa estava começando a colar no corpo graças ao suor e o calor insuportável, ou talvez fosse porque eu estou irritado com o meu vizinho ridículo.

Foda-se também, eu não preciso me incomodar, eu virei uma atração naquele zoológico.

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Entrei com meu carro na garagem e me arrependi nesse instante, deveria ter passado em Malibu e ter descontado nas compras, mas no momento eu não estou no direito de gastar dinheiro. Me jogo no sofá e fico apreciando o teto alto e os lustres estilo anos 70 que eu não pretendo trocar.

Eu sinto ódio. Ódio por não ter falado nada pra Remus quando ele caçoou de mim, ele sabe mais coisa do que realmente deveria.

Eu preciso tirar essa sensação do corpo e tentar esquecer isso um pouco, relaxar mesmo que eu não consiga, quando o assunto é se autossabotar eu entendo muito bem. Fugir de algo que eu não sei resolver é muito minha cara.

Fui na adega de madeira pegar um vinho procurando nas datas o mais velho possível. Olhando os vinhos me deparo com uma etiqueta branca feita de papel cartão encima da tampa, com uma letra cursiva fazendo parecer que quem escreveu tinha muita pressa. O papel estava manchando e por pouco eu não conseguia ler.

"Meu querido amor por você é familiar, minha querida parente sem ser sanguínea, meu amor por você percorre a alma. Obrigado por ser tudo que precisei e um pouco mais", viro o cartão e a pessoa se identifica como "De: seu neto / Para: Vó Audrey".

Meu irmão nunca foi tão carinhoso com minha avó, pelo menos não ao meu ver, como fruto de uma traição, imaginei que ninguém na família ia ser um bom o suficiente para ele, mas pelo visto foi ao contrário. Minha avó sempre foi compreensiva com meu irmão, sempre foi a melhor pra ele mesmo sabendo que ele foi fruto de um adultério ela pensava que ninguém merecia passar por qualquer coisa ruim, mesmo ele puxando a maldade da minha mãe.

Regulos é o nome dele, um serzinho tão cruel que chega a dar nojo, tudo que eu sei sobre ele é contra a minha vontade. Ninguém que teve a mão beijada a vida inteira e trata os outro com indiferença merece meu respeito, nem meu irmão. Talvez ele seja mal porque ele precisou se moldar à família da minha mãe e esconder o carinho que existia pela família do meu pai, mas eu prefiro acreditar que ele é um mal amado e sem futuro.

Presentear alguém é uma maneira muito elegante de demonstrar carinho, meu pai sempre disse isso, deve ser por isso que eu nunca recebi um vinho. Guardei o bilhete no bolso e virei a garrafa de uma só vez. Escolhi um dos vinis de Frank Sinatra para tocar enquanto esqueço de tudo com uma garrafa de vinho.

Quem diria que o meu primeiro dia nessa casa já me traria tanta dor de cabeça.

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Sou acordado com a campainha tocando e algumas batidas na porta. Eu bebi metade da garrafa e foi o suficiente para que eu dormisse a tarde inteira.

Quem quer que esteja batento na minha porta a essa hora da noite deve estar bem empenhado para que eu apareça.

─ Boa noite - uma mulher de cabelos loiros escuros, vestida igualmente uma tenista, e muito jovem está batendo na minha porta, mas o que caralh...

─ Oh, desculpe, eu acho que interrompi seu sono. Eu só vim lhe agradecer e me desculpar, bem, mais uma vez - ela ria envergonhada e procurava olhar dentro da casa para não manter contato visual comigo - pelo o meu primo. É, Remus, você o conhece certo? Foi mal eu tô meio nervosa.

A prima de Remus teve que se desculpar pela sua falta de respeito comigo, ridículo.

─ Eu sou intimidador para você senhorita..

─ Lauren, meu nome é Lauren e se quer saber você é sim muito intimidador.

Eu sorrio sem sequer perceber, fico negando com a cabeça como se não fosse verdade o que ela disse.

─ Então Lauren, em que posso ajudar ?

Ela abriu um sorriso tão grande e seus olhos brilhavam tanto que até parecia que tinha lhe dado um milhão de dólares.

─  Não sei se seria muito incômodo, mais do que eu já estou incomodando né - ela ria de vergonha talvez - mas... você gostaria de ir na minha casa? Jantar e tentar resolver isso.

Nada que ela fizesse ajudaria, Remus é com quem preciso conversar mesmo sendo contra a minha vontade.

─ Claro, por que não? Só preciso me arrumar, já está escurecendo e eu não estou nem um pouco apresentável.

A verdade é que eu precisava de um banho e que talvez assim eu poderia fingir um desmaio no banho pra dar um motivo pra não ir. Pessoas não são minha praia.

─ Vai ser algo rápido eu juro pra você - seus olhos brilhavam quase como se tivesse um desespero no ar - eu comprei pizza, como pode ver, não é nada formal - ela enfatizou o "nada informal" mais de uma vez.

O que eu poderia fazer ? Aceitei, só espero que ninguém me abrace ao ponto de sentirem o meu cheiro e perceberem que minha blusa está molhada de suor.

𝅄 ֹ ᩿𖥻

AVISO: vão ter muitas alterações na história da atriz Audrey Hepburn, aqui ela será usada de maneira fictícia e fantasiosa, podendo alterar a idade do falecimento, criação de novos filmes, pessoas fictícias. Vocês estão avisados!

- votem na história, por gentileza <3

OBS: me desculpem pela enrolação da história e por demorar a postar, eu nn queria ter q fazer capítulos tão grandes, e nn sei postar com frequência, se puderem me cobrem! Queria postar esse rapidinho p desejar boas festas pra vcs, beijinhos.

all about my grandmother - wolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora