capítulo cinco.

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Durante a minha adolescência, minha avó foi essencial para a formação da minha identidade visual; por exemplo, tudo que ela gostava eu odiava: roupas muito coloridas, jazz muito alegre, ervilhas, e tudo isso me tornou quem sou hoje, mesmo gostando ou não.

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Acordei cedo demais e por algum motivo eu me sentia ansioso, decidi treinar na sala de estar para me acalmar um pouco. De jeito nenhum eu sairia de casa para dar de cara com qualquer dos Lupin. Tentei fingir que nada aconteceu noite passada mas isso me pertubou demais, eu não deveria ter falado qualquer coisa sobre Remus, isso é ridículo.

Quando nem sequer me dei conta estava na minha 3 xícara de café quando meu telefone toca às oito da manhã, quem pode ser o desgraçado que pretende acabar com o humor que eu nem tenho ??

─ Bom diaaa vizinho lindo.

Eu reconheço essa voz feminina, tão doce quanto um cubo de açúcar. Lauren

─ Lauren ??

─ Desculpa, eu não queria parecer tão irritante assim - ela riu - eu meio que.. deixa pra lá ? Você tá livre hoje ?

Caso seja para ficar em casa, aproveitando a companhia de um bom vinho enquanto espero a ligação do meu novo agente, sim, eu estou livre. Mas caso seja um convite pra sair eu recuso.

─ Depende, por que a pergunta ?

─ Hmm, eu queria te chamar pra jogar tênis ou só ver uma partida minha no clube.

Estava na ponta da língua, qual a palavra mesmo hm ... não.

─ E antes que você recuse quero te fazer uma proposta.

Revirei os olhos sentindo como se fosse morrer.

─ Prossiga.

─ Eu sei o porque meu irmão te odeia e o porque minha filha te abraça tanto.

─ E você não pode me contar isso por telefone ?

Ela riu ironicamente, mas foi tão alto que tive que afastar o telefone do ouvido.

─ Qual seria a graça ? Eu preciso de companhia Black.

─ Por que a minha ?

─ Black, não faça tantas perguntas, só aceite.

Suspiro e penso quantas pílulas para a dor de cabeça precisarei tomar na volta.

─ Na frente da sua casa daqui há 15 minutos, ok ?

Eu não entendi muito bem mas parecia que ela tinha comemorado pelo telefone.

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Minutos depois eu estava na frente da casa de Lauren encostado no batente da porta esperando o minuto exato pra bater. De repente alguém abre a porta e eu sinto um arrrpio no meu corpo todo por quase ter metido minha cara no chão.

─ Ah, oi Sirius! Você poderia ter batido.

Lauren estava colocando um par de tênis nos pés enquanto terminava seu café da manhã. Ela revezava entre uma garfada na salada de frutas e uma meia em cada pé.

─ Você poderia ao menos estar pronta.

Ela olhou pra mim quase como se estivesse indignada, mas estava fingindo isso, pois segundos depois ela estava rindo como se tirasse sarro de mim. Essa mulher é pura loucura.

─ Você sabe, nós mulheres - ela revirou os olhos - nos atrasamos muito, de acordo com vocês homens.

─ Talvez isso seja um pouco verdade, não é mesmo? - visualizei seu corpo de cima abaixo como se estivesse julgando.

Ela riu alto. Ela gostava de rir, e eu achava isso uma coisa bonita, nela especificamente.

─ Seu irmão não vai se importar de eu estar aqui ? Tipo...

Ela bufou.

─ A casa está no meu nome, então eu posso chamar quem eu bem entender.

Pude sentir uma pitada de briga no fundo da conversa, como se isso já tivesse acontecido antes.

─ Então, vamos sair ?

Ela estava magnífica naquela roupa. Tipo linda mesmo, tudo conspirava na beleza dela. Seu cabelo loiro escuro, seus olhos azuis escuros a deixavam cada vez mais deslumbrante, e aquele cheiro de baunilha realmente deveria ser proibido de tão bom. Eu posso até não gostar de Lupin, mas de sua irmã...

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Mais uma vez Malibu estava pegando fogo, e bote fogo nisso dessa vez. O sol estava muito forte, senti que eu ia derreter. Já Lauren andava tranquilamente como se nada estivesse acontecendo. Bem, ela estava de saia e com um top de treino, era mais fácil que eu sentisse calor vestindo jeans preto e uma bluza cinza fosca do Iron Maiden.

─ Ele se parece muito com você. O gosto musical, o cabelo, o jeito de se vestir...

─ Lupin ??

─ Não, o pai da Lorelai. Ou melhor, genitor.

─ Por isso os abraços constantes ?

─ Ela confunde você com ele, vocês são como gêmeos pra ela.

Ela me abraça com tanto carinho mesmo ela sabendo que no fundo eu não sou ele, e isso dói em mim.

─ Onde ele tá agora ? O genitor ?

Ela sorriu mas dessa vez não foi como se ela estivesse bem com o que ela ia me contar. Estávamos passando pelas outras casas e indo direto para o campo de tênis, ela me contaria bem rápido e se tivesse sorte poderia voltar pra casa.

─ Ele.. ele me abandonou no início da gestação.

O silêncio reinou entre nós e eu senti um vazio dentro de mim.

─ Bem, ele não estava pronto pra ser pai, - ela deu um sorriso triste - irônico, porque eu nunca estive pronta pra ser mãe.

Eu queria.. fazer alguma coisa! Eu não sou de carícias nem nada, nunca tive muito isso na convivência com os meus pais.

─ Quando Lorelai completou 5 anos ele quis conhecê-la, e eu não queria permitir mas achei que ela tinha o direito de saber quem era o pai e isso acabou comigo. Logo depois ele veio visitar com frequência, mas claro, agora tudo era um pouco mais fácil, não tinha mais fraldas, leite, noites mal dormidas, a maternidade cansativa, ele se livrou de tudo que era cansativo pra voltar quando estivesse pronto.

Pelos deuses, eu poderia surtar de raiva a qualquer momento. Se isso acontecesse comigo eu ficaria nervoso, ser pai é uma bela de uma dificuldade mas tipo, a culpa é meio que sua ? Quando você é o culpado e foge dos problemas, você consegue provar o quão fraco é. E talvez idiota também.

─  Na verdade - ela ria sem vontade - ele nunca esteve pronto, mas ele queria mostrar pra outras mulheres o quanto era responsável. Ele é fotógrafo e depois de um tempo descobrimos, bem, eu e Moony, que ele estava carregando a foto dela na carteira pra impressionar mulheres recém divorciadas.

─ E como você descobriu isso?

─ Uma amiga que fiz depois do término foi seduzida por ele, mas como ela nunca tinha visto ele, como poderia saber ? Quando ela viu que era Lorelai a farsa dele de pai presente foi por água abaixo.

Eu não tinha o que falar. Ele era um péssimo pai, e ainda era mau-caráter, acredito que essas duas palavras na mesma frase são muito comuns. Percebi que Lauren tinha ficado desconfortável com o assunto que ela começou.

─ Não precisamos de tantos detalhes. Mas e aí ? Onde você aprendeu a jogar tênis?

─ Não aprendi, só jogo as bolas agressivamente contra a raquete, isso já é alguma coisa, certo?

Sorri pra ela.

─ Sim, é uma grande coisa.

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oii gente, esse capítulo ta bem incompleto, mas tava mofando há tanto tempo, sinto mto, eu achei q já estava grande dms, vou tentar manter a história, me cobrem se possível !

all about my grandmother - wolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora