Capítulo Um.

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Acabei de receber alta da enfermaria, fui atacado covardemente pela Rokuhara Tandai, como eu tô puto! E não é nem pelo fato de ter levado uma surra, eu estou na esquina de casa e sei que quando eu colocar o pé para dentro, minha mãe vai dar um sermão do caralho e ameaçar de me mandar para casa do meu pai, sempre que ela percebe que eu estava metido em briga ela faz a mesma coisa, enche a porra do meu saco.

Entrei em casa e ela estava na cozinha, mas assim que me viu passar pela porta da sala veio até mim.

— O que é isso Shinichiro? - perguntava olhando para meu rosto cheio de band-aid e meu braço enfaixado, sim, South quebrou o meu braço.

— Um cara me bateu.

— Shinichiro, você está quase terminando a escola, quando que vai entrar juízo nessa sua cabeça? Quando que vai parar de se comportar como criança? Daqui a pouco já vai estar trabalhando e como vai ser? 

Blá, blá, blá, blá, o mesmo discursinho de sempre, daqui a pouco vai começar a falar do meu pai.

— Eu disse que na próxima vez você iria para casa do seu pai, e essa é a próxima vez. Eu vou ligar para ele hoje a noite.

Calma, ela nunca havia chegado nessa parte antes.

–- Como que é? Você tá me expulsando de casa, é isso? 

–- Não filho, mas tudo que eu falo você não vem obedecendo, talvez com seu pai falando, você dê ouvido e mude.

— Ah, faz o que você quiser, vai. 

Fui para o meu quarto desacreditado do que ela havia dito, será mesmo que dessa vez ela vai me mandar para casa dele? Ela sempre ameaçou, mas nunca disse que falaria com ele, talvez seja só coisa do momento, de noite ela já esqueceu isso. 

Deitei na cama, meu corpo todo ainda estava meio dolorido, fechei o olho para tirar um cochilo e mais tarde acordei com barulho no quarto, era Mikey, meu irmão mais novo, a gente divide o mesmo quarto.

— Ah, você acordou. Desculpa Shini, a caixa caiu sem querer - disse pegando a caixa do chão onde ele guardava o uniforme de sua gangue e colocando de volta no guarda-roupa.

— Tá de boa, Manjiro - me sentei na cama.

Mikey veio e se sentou em sua cama, que era de frente com a minha.

— A mãe disse que te bateram... - ele falou olhando para o meu braço enfaixado.

— Sim, eu deixei a menina que eu tô pegando em casa, e quando eu estava voltando para nossa casa o South e mais dois caras me bateram, depois que eles foram embora o pessoal da rua ligou para ambulância e eu fui para o hospital.

Manjiro ficou bravo, ele deu um soco na cama.

— Isso não vai ficar assim, Shinichiro, eu vou acabar com aquele filho da puta.

— Manjiro, eu não quero que brigue por minha causa.

— Não é só por você, é por mim também. Ninguém pode mexer com um Sano e achar que vai sair impune. 

— Eu sou um merda mesmo… - disse olhando para o chão.

— Claro que não, South é uma parada difícil mesmo, Takemichi, Draken e Inui já apanharam pra ele, não é de hoje que eu tenho vontade de quebrar a cara dele, mas agora que ele mexeu com você, isso pra mim foi a gota d'água, eu vou esmurrar a cara dele com a minha própria mão. 

— Valeu Manjiro, mas dessa vez não é só isso que tá me preocupando. 

— Aconteceu mais alguma coisa?

O Playboy - Shinichiro Sano.Onde histórias criam vida. Descubra agora