Capítulo 2: Memórias

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Acordei na minha cama. Fiquei mais tranquilizada por saber que estava no meu quarto mas o facto de eu ter sido raptada pelo criminoso mais procurado em Castleway City, só me punha mais stressada. Não tinha sido um sonho. Num segundo eu estava a sair da casa da Lea e noutro já estava num local abandonado com um criminoso à minha frente. Mas não era isso que me estava a incomodar. Era o facto dele ter estado nos bosques no dia em que a mãe morreu e nem sequer dar se ao trabalho de se lembrar o que aconteceu.
-Se calhar aquela seta era de outro dia. Se calhar ele nunca esteve lá, naquele dia específico. -murmurei.
Afastei os pensamentos negativos da minha mente, vesti-me e fui correr. Confesso que correr, todas as manhãs de sábado, já se tinha tornado num hábito. E até era algo que me fazia bem. Continuei a correr e a ouvir música ao mesmo tempo, até que senti uma mão firme e forte a puxar-me pelo braço, em direção a um beco.
-Largue-me! -gritei, enquanto me ia tentando libertar das duas mãos que me agarravam por trás.
-Shh...São sete horas. Queres mesmo acordar as pessoas?
Aquela voz...Era a mesma voz do dia anterior. Era a mesma voz que a do "encapuzado".
-O que é que estás aqui a fazer?
-Eu soube que a rapariga que foi assassinada há dois anos era tua mãe e que tu estás a tentar descobrir quem a matou mas digo-te, é um caminho perigoso no qual não te deves meter. -explicou, largando-me.
-Mesmo de dia, tu andas com o capuz...Impressionante!
-Eu estou a falar a sério. Não desvies o assunto. Deixa de investigar a morte da tua mãe. -ordenou.
-Tu disseste que não sabias nada sobre o assunto, no entanto, ages como soubesses mais do que querias saber. Porque?
-Isso é um assunto meu.
-É meu também, ok?! Ela era MINHA mãe! Sabes o que é perder alguém que tu gostas muito?!
-Sei. Tu não és a única que se sente assim, está bem?! Eu também já passei por isso e eu não gostei do que descobri.
Olhei-o, atentivamente. Não consegui ver-lhe a cara mas consegui ver uma lágrima a correr. Ele rapidamente a limpou, correndo a mão pela cara.
-A única coisa que eu quero saber é quem matou a minha mãe e porquê. -expliquei.
-É um caminho perigoso.
-Mas por ela eu faço tudo.
E com isto, afastei-me, limpei as lágrimas dos olhos, pus os auscultadores nos ouvidos e continuei a correr.
Só parei quando cheguei de volta à casa do meu pai. Uma mansão moderna, rodeada de jardins. Encantadora por fora e por dentro.
Abri a porta devagar para não acordar ninguém e deitei-me no sofá, a pensar em tudo e mais alguma coisa, até adormecer outra vez.

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