Capítulo 5: Pensamentos Dolorosos

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No dia seguinte, acordei cedo. Nem me dei ao trabalho de ver que horas eram pois mesmo ao lado da minha cama estava um bilhete onde estava escrito o local de encontro para treinar. Eu tinha quase me esquecido do que tinha acontecido ontem. Quase.
Tomei um banho, vesti umas calças de ganga, uma blusa e um casaco e saí. Apanhei um taxi que rapidamente me levou a um quartel de bombeiros antigo.
Paguei ao taxista, saí do carro e fiquei a olhar. Era um quartel gigante, abandonado. Abri a porta devagar e pus o casaco e a carteira no chão, totalmente empoeirado.
-Chegaste. Por momentos pensei que te tinhas arrependido. -disse ele. Estava com umas calças pretas justas, uma blusa e (claro) com o famoso casaco preto com o capuz posto.
-Eu deixei bem claro o que eu queria. -respondi.
-Ok, então. Ataca-me.
-O quê? -perguntei, não sabendo ao certo se ele queria que eu o atacasse ou não.
-És surda ou quê? Eu disse ataca-me! -exclamou.
Eu nem sequer pensei duas vezes. Corri na sua direção e quando lhe ia dar um soco, ele pega-me no braço e agarra-me.
-Se correres e atacares, nunca te deixes ficar vulnerável ao ataque do adversário. -sussurrou aos meus ouvidos.
-Entendido. -disse, enquanto me libertava.
-Poe-te à minha frente. Defende a cara com os punhos e prepara-te para o ataque.
Eu fiz tal e qual como me mandou.
Ele colocou-se na mesma posição que eu e atacou, tentando me dar um soco. Eu defendi, pondo um braço à frente e escondendo a cara.
Foi em vão. Eu consegui bloquear o soco dele mas rapidamente ele me deu um pontapé no estômago e me empurrou para o chão.
-Regra numero um. Nunca escondas a cara porque mesmo se conseguires bloquear o ataque do teu adversário tu nunca consegues ver qual será o próximo. -explicou, puxando-me para cima. Repeti a mesma defesa, várias vezes. Cada vez mais rápido até conseguir defender-me do soco e do pontapé.
-Boa. Agora ataca-me.
Eu usei o ataque que ele tinha feito só que ele desviou-se, agarrando-me e me atirando contra o chão.
-Regra numero dois. Nunca repitas o mesmo ataque que o teu oponente. Se ele o sabe usar então também sabe defender-se dele.
Acenei.
-Tenta acertar-me no peito. -ordenou. Eu bati com força no peito dele. Ele agarrou-me nas mãos e fechou os meus punhos com força.
-Pensa em algo que te traz raiva.
Repeti o movimento várias vezes seguidas com as duas mãos. Cada um mais forte que o outro enquanto dava passos curtos para a frente e o empurrava para trás. Continuei até que o empurrei contra a parede. Ao atacar-lhe outra vez, ele agarrou nos meus pulsos e ficou a olhar para mim. O capuz cobria-lhe grande parte da cara portanto não a conseguia ver.
-Posso saber no que é que pensaste? -perguntou, intrigado.
-Na minha mãe.

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