Capítulo 3: A diferença

30 3 2
                                    

Quando acordei, eram nove horas. Levantei-me do sofá e reparei que havia um bilhete no chão que dizia: "Não te aventures demais senão ainda te vais arrepender".
Filho da mãe! Era óbvio que aquele recado era do "encapuzado". Deve lhe ter dado uma coisinha má ou algo assim!
-Mas quem é que ele pensa que é?! Se eu quiser investigar a morte da minha mãe, não vai ser ele a me impedir! -disse para mim mesma, baixinho. Saí de casa e fui a correr até à esquadra da policia, que felizmente não ficava muito longe. Pedi que chamassem o detetive responsável pelos homicídios e rapidamente fui indicada para que aguardasse uns momentos. Dez minutos depois, vejo alguém a aproximar-se.
-Skylar Denvan. O que te traz aqui?
Olho em frente e reconheço o pai da Lea (a minha melhor amiga).
-Richard! Olá! Hum...eu queria ver os ficheiros da minha mãe.
-Skylar...Se o teu pai souber... Tu sabes que ele não gosta que tu te relembres desse momento.
-Por favor, eu só preciso dos ficheiros. Nada mais.
- A tua sorte é que tu conheces o detetive responsável pelos homicidios. Eu já volto.
Alguns minutos depois, ele entrega-me uma pasta amarela nas mãos.
-Obrigado, Richard. Fico a dever-lhe uma.
-Eu só faço isto para teu bem. Espero que consigas prosseguir com a tua vida depois de veres o que está aí.
-Adeus. Obrigado. -disse, enquanto me dirigia à saída.
-Adeus.
Fui a andar para casa. Estava confiante pois tinha exatamente o que eu queria. Quando cheguei, o meu pai já tinha saído com a namorada e eu aproveitei e fiquei a ler TUDO o que estava escrito no monte de papéis. De tudo o que eu li, uma coisa se destacou. Uma espécie de nome de código. Dizia "Division 5". Não demorei muito até pegar no computador e pesquisar a palavra na Internet. Depois de ver muitos sites, cheguei à conclusão que a palavra "Division 5" estava relacionada com uma farmacêutica que fechou em 1987. Estava eu ainda a ler quando ouvi um estrondo parecido com uma porta acabada de ser arrombada. Visto que a porta principal estava fechada, eu fui verificar se a porta das traseiras também estava. Infelizmente, mal vi a porta caída no chão, senti uma mão áspera e grande a tapar-me a boca. Conseguia ver vários homens, cinco no total, com a cara tapada a invadirem a casa. Foi então que um dos homens se dirigiu a mim e me perguntou:
-És tu a filha da Lisa Daven?
Acenei, tremendo por dentro.
-Nunca te disseram para não meteres o nariz onde não és chamada, criança? Se tu não quiseres acabar como a tua mãe, aconselho-te a parares de te intrometeres na morte dela. Não cometas os mesmos erros que ela cometeu. -disse.
Eu não podia acreditar. Eu sabia que o carro da minha mãe não se tinha simplesmente despistado. Foram eles. Eles é que a mataram.
-Seus bárbaros! Porquê?! O que é que ela fez para ter merecido isso?! -perguntei. A raiva ia-se acumulando cada vez mais e eu sentia que ia explodir.
De repente o homem que me agarrava, atirou-me ao chão e baixou-se.
-Ela meteu-se onde não devia. -respondeu. E com isto, foram-se embora, deixando a casa completamente de pernas para o ar. E eu fiquei ali, a chorar. Não por me terem assaltado a casa e roubado os ficheiros da morte da minha mãe mas sim por terem sido eles a matarem-na. E jurei, a partir dali, que as coisas iam ser diferentes. Que eu ia ser diferente.

Castleway CityOnde histórias criam vida. Descubra agora