-Ainda bem que já acordaste. -ouvi.
Abri os olhos lentamente, tentando me focar na pessoa à minha frente. Mal consegui recuperar a minha visão a cem por cento, deparei-me com o "encapuzado". De repente, foi como se a minha vida voltasse atrás, há dois anos atrás. Como se eu recuasse no tempo e fosse parar ao dia em que o meu mundo desabou. O dia em que a minha mãe morreu.
-Afasta-te de mim. -ordenei, recuando um pouco para trás. Olhei à minha volta. Eu estava provavelmente, numa fábrica abandonada. Os vidros estavam partidos e o pó era praticamente tudo o que restava daquele sitio. Não tinha dúvidas. Eu tinha sido raptada.
-Não te preocupes. Eu não te vou fazer mal. -disse-me, num tom calmo.
-Sabes, isso é o que os criminosos dizem antes de matarem alguém. -retorqui.
-Eu não sou um criminoso. - Eu ri. Ele não estava a falar a sério pois não?! Todos os dias saía nos jornais alguma noticia a dizer que o "encapuzado" matou este ou aquele. E ele ainda tem a lata de dizer que não é um criminoso!
-Se não és um criminoso, então porque te escondes atrás do capuz? E nem te atrevas a dizer que é porque não queres ser reconhecido pelas pessoas porque neste momento, estamos só os dois, o que me assusta um bocado, e tu nem sequer o tirastes.
-Eu nunca sei em quem posso confiar.
-Então decides em não confiar em ninguém. Uau! Parece ser a frase que se adequa mais à realidade desde que abriste a boca!
-Porque é me andas a seguir? -perguntou, num tom mais sério.
-Não sei do que estás a falar. -menti.
-A sério? É que todas os dias tu vais verificar se eu apareci nos jornais. Guardas qualquer tipo de informação que esteja ligada às pessoas que eu mato e já acedeste a ficheiros da policia por causa de mim.
Congelei. Imediatamente me lembrei da seta que eu guardei há dois anos atrás, a única prova de que ele esteve lá. Nos bosques. No dia em que ela foi assassinada. E agradeci a Deus por ele não saber disso.
-O que é que queres de mim? -perguntei. O meu coração batendo mais rápido do que era suposto.
-Eu controlo a cidade. Controlo os habitantes. E tenho "negócios" para tratar. Não tenho tempo para lidar com uma miúda mimada como tu. -disse, aproximando-se. -Eu espero que tu entendas que não podes falar sobre isto a ninguém. Tu nunca me viste. Eu eu nunca te vi. Nunca estiveste aqui. Nem sozinha, nem comigo. Ouviste?
- Sim. Mas com uma condição.
-Eu não faço acordos.
-É só uma pergunta. O que é que tu sabes do assassinato da Lisa Daven, há dois anos atrás?
-Fui eu que a matei?
-Não. -respondi.
-Então não sei nada. Nem quero saber. -esclareceu, enquanto preparava uma espécie de soro.
-O que é que tu vais fazer com isso? -perguntei, apontando para a seringa que ele tinha na mão.
-Pôr-te a dormir.
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Castleway City
PertualanganNo dia em que a minha mãe morreu, eu jurei vingança para com as pessoas que a assassinaram. E eu vou cumprir a minha promessa, custe o que custar.