Capitulo 4 - Contenha-se, Alyssa!

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A aula continuou e acho que foi a primeira após dois anos e meio de curso que prestei realmente atenção e não só por que estava encantada pelo professor, mas pelo fato que ele tinha realmente talento no que fazia, era evidente que Eliot gostava da sua função, pois ele exercia com maestria e era leve, suas palavras tinham clareza e além de tudo era bem-humorado fazendo a aula ficar agradável a ponto de todos ficarem fixos a ela.

Ele aproveitou aquele primeiro momento para aprofundar mais detalhes da sua matéria e explicar e importância que ela tinha no curso de administração. Eu não precisava nem ressaltar que já era de longe a minha matéria predileta. Durante a hora que seguiu ele olhou algumas vezes para mim, mas notava que ele estava evitando isso, desviava o olhar rapidamente quando me olhava e eu notava que ele estava surpreso e se tornava uma situação desconfortável.

Quando a aula acabou e todos elogiaram esse primeiro contato o deixando com um sorriso enorme no rosto, ele juntou suas coisas rapidamente e saiu da sala apressado. Eu fiz o mesmo, joguei tudo de qualquer forma da bolsa e me apressei, pois eu precisava acompanha-lo. Quando caminhei rapidamente até a porta e Cloe vem junto.

- Aly o que você vai fazer? - ela pergunta preocupada.

- Eu preciso saber de uma coisa, lhe encontro na cafeteria! - aviso.

Olhei de um lado para o outro no corredor e observo que ele estava seguindo para o lado direito, muitas pessoas caminhavam de um lado para o outro atrapalhando a minha passagem, mas eu me esforçava para chegar perto dele o mais rápido possível, os passos de dele eram apressados e parecia que ele realmente tentava fugir dali.

Quando chego enfim ao seu lado, ele olha e abre a boca para falar algo, mas logo fecha novamente voltando o olhar a frente e acelerando o passo.

- Você não disse ter namorada! - eu reclamo.

Olhei para o lado afim de ter certeza que ninguém estava prestando atenção na conversa e falei baixo, mas o suficiente para ele conseguir escutar.

- Você não disse ser minha aluna! - ele da o troco.

Eu sabia que esse momento iria chegar e que pela sua reação ficara muito surpreso, uma das coisas que eram proibidas de forma rígida era relação afetiva entre professor e aluna, vice e versa. Eu não me importava com aquela regra até conhece-lo, sendo que eu não queria relacionamento em si, queria apenas matar a minha curiosidade e ter momentos agradáveis e deliciosos com ele.

- Mas isso não importa Eliot! - continuo tentando.

Ele para naquele momento e vira de frente a mim, onde estávamos a essa altura já não tinha muitas pessoas e eu nem tinha reparado qual caminho havia tomado enquanto o seguia. Seus olhos fixam aos meus e eu olhei a sua boca que ontem havia provado e queria muito beija-la novamente.

- Não importa para você, mas para mim sim! Você sabe o quanto lutei por essa vaga? - ele fala irritado - Contenha-se a partir de hoje Alyssa. -

Ele sai me deixando completamente imóvel e derrotada. Ele caminhou corredor afora e eu apenas fiquei observando ele sumir ao entrar em uma das salas ao lado. Eu nunca me senti tão impotente como agora. Deveria ter o arrastado ontem de uma vez para o meu apartamento, pois eu já sabia que hoje seria uma guerra, mas o que me deixa surpresa que ele parecia magoado com a situação, se isso o afetou talvez tenha gostado que aconteceu ontem, então era um bom sinal.

Cheguei na cafeteria onde Cloe estava, caminho até mesa que costumávamos sempre escolher e sento em uma das cadeiras. Minha amiga me conhecia muito bem, notou imediatamente que eu não estava muito satisfeita com aquela situação.

- O que aconteceu? - ela pergunta preocupada.

- Ele descobriu que sou aluna e pediu que eu não tentasse mais nada... resumidamente é isso! - falo visivelmente irritada.

- Mas você vai fazer isso que ele pediu? - ela pergunta curiosa.

- Provavelmente não, na verdade, eu não sei nem o que pensar. -

Encosto os cotovelos na mesa e passo as mãos no rosto completamente confusa com tudo que estava sentindo naquele momento.

- Hoje terá um evento aqui a noite, apresentação dos alunos de arte musical. Nós iremos não é? - ela pergunta em súplica.

- Cloe eu não estou animada. - respondo com desânimo.

- Ah não, cadê a Alyssa que eu conheço? Além disso, os professores devem comparecer também! - ela tenta me influenciar.

Eu olho para ela de canto, eu entendi bem o que ela estava querendo dizer. Talvez não seria má ideia e seria uma oportunidade informal de vê-lo já que a probabilidade agora seria encontra-lo apenas em aulas.

Voltei para a sala a fim de participar das aulas seguintes, mas eu não era a mesma, estava pensativa e um pouco aérea, poderia dizer que foi demorado, mas estava tão distante que nem ao menos vi a hora passar chegando o momento de ir embora.

Eu não o vi mais, sai de lá e encontrei Jacob que já aguardava na hora marcada no estacionamento e olho para onde ele deixara seu carro e não estava mais lá mostrando que ele já deveria ter ido embora. Eu sabia estar sendo mimada e egoísta por pensar em insistir em algo que poderia prejudica-lo, mas ninguém precisava saber de absolutamente nada e seria ótimo saciar essa curiosidade.

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Cheguei no apartamento depois daquela manhã cansativa e para minha surpresa minha mãe estava lá junto ao meu pai sentados no sofá da sala de estar junto a Vivian conversando animadamente. Minha mãe fica de pé e caminha em minha direção de braços abertos sempre muito amorosa.

- Oi! minha filha, que saudade. - ela beija os meus cabelos.

Eu retribuo o abraço e parece que ela estava adivinhando, eu precisava daquele abraço realmente. Eu não poderia ter pais melhores que desde sempre foram amorosos e prestativos, dedicados a nos dar tudo aquilo que dinheiro nenhum seria suficiente. Sempre foram presentes e focados em nos mostrar o melhor lado da vida, apenas começaram a viajar depois dos meus vinte anos quando comecei a faculdade e notaram termos capacidade o suficiente de lidar com tudo sozinhos mesmo assim estavam ali constantemente.

- Que surpresa mãe... papai... - olho para ele.

Meu pai já estava de pé esperando que eu saísse do abraço dela e enfim o abracei com muito amor, ele me segura forte fazendo com que tirasse os pés do chão e eu dou gargalhadas como era desde que eu era muito pequena.

- Por que não avisaram assim me preparava para receber vocês. - Me afasto sorrindo.

- Sua mãe não falava em outra coisa então decidimos de última hora. - meu pai afirma.

- Já viram o Theo? - pergunto.

- Que tal uma tarde nós quatro? Quero meus filhos juntos a mim. Pensei em visitar Mary. - minha mãe sugere.

- Claro mãe, vamos ver a vó marry! - sorrio animada.

Eu sempre ia até lá vê-la, mesmo com a idade avançada ela continuava forte como conheci desde pequena. Minha mãe sempre contou com muito amor o quanto ela foi essencial na vida dela, meu pai deixou a mansão que eles moravam para ela e Jacob com a sua família.

Encantada por ele ( Livro 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora