prólogo

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Algo me atingiu em cheio, tirando o pouco de ar que ainda havia nos meus pulmões. Fui lançada para o lado, meu corpo se chocando contra o chão gelado. A neve amortecia a queda, mas a dor se espalhou pelos meus membros, cada músculo queimando de esforço e exaustão. Tentei me levantar, mas minhas pernas tremiam tanto que só consegui rolar de lado, tossindo e engasgando com o gosto de sangue na garganta.

O silêncio da floresta foi rompido por passos pesados, rápidos e implacáveis. Não havia dúvida: eles estavam aqui. Meu coração disparou de medo, mas meu corpo se recusava a obedecer. Era como se eu estivesse presa no chão, congelada tanto pelo frio quanto pelo pavor.

Então, uma figura surgiu à minha frente, saindo das sombras como uma tempestade iminente. Os olhos brilhavam de predatória satisfação, e um sorriso cruel se formava em seus lábios.

— Você correu bem — disse ele, a voz baixa e cortante, carregada de uma tranquilidade sinistra. — Mas acabou.

Meu corpo inteiro gritava para me mover, para lutar, para fazer qualquer coisa. Mas, naquele momento, o cansaço e a inevitabilidade da captura me atingiram como uma onda gelada. Eles me tinham, e eu sabia que não haveria misericórdia.

lá tua cantante (Reneslec)Onde histórias criam vida. Descubra agora