O Encontro Improvável

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O sol desaparecia lentamente atrás das montanhas de Forks, tingindo o céu com tons de laranja e roxo. Renesmee Cullen, agora com 17 anos de aparência, mas uma alma que carregava a sabedoria de alguém que viveu entre duas naturezas, caminhava sozinha pela floresta ao redor da casa de seus avós. O som das folhas secas sob seus pés e o farfalhar dos galhos ao vento eram sua companhia naquele fim de tarde. 

Edward e Bella, sempre atentos e protetores, tinham saído para caçar, e Jacob, como de costume, insistira em acompanhá-los. Renesmee, no entanto, decidira ficar. Precisava de um momento para si mesma, para refletir sobre a inquietação crescente que sentia ultimamente. Havia algo no ar, como uma corrente invisível puxando-a para um destino que ela não compreendia. 

Foi então que ela o sentiu. 

O frio súbito e o aroma familiar de um vampiro atravessaram a brisa. Mas esse não era um aroma qualquer — não pertencia a nenhum membro de sua família ou do clã Denali. Renesmee parou, seus olhos dourados escaneando a floresta em busca do intruso. 

— Você não deveria estar aqui — disse ela, com a voz firme, mesmo que seu coração batesse mais rápido. 

Das sombras, Alec Volturi emergiu com a elegância de alguém que sabia como intimidar sem esforço. Sua capa preta esvoaçava levemente, destacando sua presença ameaçadora, mas seus olhos rubros brilhavam com uma intensidade que Renesmee não esperava. 

— Talvez você esteja certa — ele respondeu, com um tom casual, quase divertido. — Mas você também deveria saber que raramente sigo as regras. 

Renesmee deu um passo para trás, seu instinto de autodefesa despertando. Porém, algo nela a impediu de fugir ou gritar. Alec parecia... diferente. Não havia hostilidade em sua postura, e seu olhar era curioso, quase estudioso. 

— Por que está aqui? — perguntou ela, cruzando os braços, tentando parecer mais confiante do que se sentia. 

Alec deu um pequeno sorriso, inclinando levemente a cabeça. 

— Digamos que eu estava curioso. A última vez que nos vimos, você era apenas uma criança. Um prodígio, sem dúvida, mas ainda assim, uma criança. Agora... — Seus olhos percorreram Renesmee de forma avaliativa, mas sem malícia. — Você cresceu. 

Renesmee sentiu o sangue subir ao rosto, algo que raramente acontecia, considerando sua herança híbrida. Havia algo na voz dele que a desconcertava, algo hipnótico e perigoso ao mesmo tempo. 

— Se veio para causar problemas, Alec, minha família não vai tolerar isso — disse ela, mais por reflexo do que por convicção. 

Ele soltou uma risada baixa, quase como se apreciasse a ameaça. 

— Não vim para causar problemas. Na verdade, eu diria que vim para resolvê-los. 

Renesmee arqueou uma sobrancelha, confusa. 

— O que quer dizer com isso? 

— O mundo está mudando, Renesmee. A era dos Volturi, assim como a de sua família, está sendo desafiada por forças maiores do que nós. — Ele deu um passo à frente, e Renesmee notou como ele parecia completamente em paz naquele ambiente. — Eu acredito que, juntos, poderíamos evitar que o caos se espalhe. 

— Juntos? — Renesmee deu uma risada descrente. — Você está brincando, não está? 

— Nunca fui conhecido pelo meu senso de humor — respondeu Alec, sério. — Mas há algo em você... algo que talvez nem você mesma compreenda. Algo que me atraiu até aqui. 

Renesmee sentiu o coração pular uma batida. Não sabia se era pela ameaça implícita ou pela intensidade do olhar de Alec. Seja como for, naquele momento, algo ficou claro: aquele encontro mudaria tudo. 

E talvez, só talvez, ela não estivesse preparada para o que viria a seguir.

Renesmee Cullen encarava Alec Volturi com desconfiança. Seus olhos dourados analisavam cada movimento dele, cada detalhe de sua expressão fria e calculista. 

— Você ainda não respondeu a minha pergunta — insistiu Renesmee, sua voz firme apesar da tensão. — O que você está fazendo aqui? 

Alec deu um pequeno sorriso, mas desta vez, havia algo de sombrio em sua expressão. Ele cruzou os braços, como se avaliasse a melhor maneira de explicar sua presença sem causar alarme imediato. 

— Muito bem, Renesmee. Vou ser direto. Aro me enviou até aqui. 

O nome fez o corpo de Renesmee endurecer. A memória de Aro — o líder dos Volturi, com sua obsessão pelo poder e pelo sobrenatural — ainda era fresca em sua mente, mesmo tantos anos depois do confronto em Forks. 

— Por quê? — perguntou ela, mantendo a postura defensiva. 

Alec inclinou a cabeça ligeiramente, como se ponderasse o quanto deveria revelar. 

— Ele quer ter certeza de que você... amadureceu — disse ele finalmente, com uma calma assustadora. — De que você não é mais uma ameaça. 

Renesmee estreitou os olhos. 

— Uma ameaça? Eu nunca fui uma ameaça. Minha família deixou isso claro anos atrás. 

Alec deu um passo à frente, a luz tênue da lua destacando seu rosto pálido. 

— Verdade. Naquela época, você era apenas uma criança extraordinária. Agora, você cresceu, e o potencial que vimos em você está mais forte do que nunca. Para Aro, isso significa uma coisa: ou você é uma aliada valiosa... ou um risco que precisa ser eliminado. 

O coração de Renesmee acelerou. Ela não sabia o que era mais perturbador — as palavras de Alec ou o fato de ele dizer aquilo de forma tão serena, como se fosse algo natural. 

— Então você está aqui para... me julgar? — perguntou ela, sentindo a raiva começar a borbulhar sob sua calma aparente. 

— Não exatamente — respondeu Alec, sua voz suavizando um pouco. — Estou aqui para observar, sim. Mas minha missão vai além disso. 

Renesmee o encarou, esperando que ele continuasse. 

— Aro quer que eu a leve para Volterra — revelou Alec, finalmente deixando cair a máscara de sutileza. — Ele acredita que seria mais fácil entender seu verdadeiro lugar se você estivesse sob a supervisão direta dos Volturi. 

— Supervisionada? — Renesmee quase riu, mas o tom em sua voz era de incredulidade. — Você realmente acha que eu vou com você? 

Alec suspirou, como se já esperasse essa reação. 

— Não estou aqui para te obrigar... ainda. Aro preferiria que você aceitasse o convite de forma voluntária. Ele acredita que sua presença em Volterra pode ser mutuamente benéfica. 

Renesmee deu um passo à frente, sua expressão endurecendo. 

— Escute bem, Alec. Minha vida está aqui. Minha família está aqui. Se Aro acha que pode me arrancar disso, ele está muito enganado. 

Por um momento, Alec ficou em silêncio, o olhar fixo nos olhos dourados de Renesmee. Então, para sua surpresa, ele esboçou um pequeno sorriso. 

— Eu sabia que você seria teimosa — disse ele, quase como se estivesse admirado. — É por isso que insisti em ser eu a vir até você. 

Renesmee arqueou uma sobrancelha, confusa com o comentário. 

— O que isso quer dizer? 

— Que eu entendo sua força... sua lealdade à sua família. Talvez melhor do que qualquer outro membro dos Volturi. É por isso que estou aqui para te dar uma escolha. 

Renesmee hesitou. Algo na forma como ele falava parecia quase sincero, mas ela sabia que lidar com um Volturi nunca era simples. 

— E se eu disser não? — perguntou ela, desafiadora. 

Alec a encarou por um longo momento, antes de responder com uma franqueza desconcertante: 

— Então as coisas ficarão... complicadas. 

O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo som distante de folhas farfalhando ao vento. Renesmee sabia que aquilo era apenas o início de algo muito maior — algo que poderia colocar em risco tudo o que ela conhecia e amava.

lá tua cantante (Reneslec)Onde histórias criam vida. Descubra agora