Capítulo 3 - Nem tudo está perdido

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Esse capítulo é presente antecipado das mamães!!!!



Divirtam-se com Jesse

Beijos


Música do capítulo - Thank You - Dido





Letícia


Aceito o convite de Jesse para tomar um chá, Paris está gelada. Jesse tem razão, não posso ficar no frio iria acabar pegando um resfriado. Seguimos para um café próximo. Está tão quentinho dentro do café.

- Letícia você quer tomar um chá ou um chocolate quente? O chocolate quente deles é uma perdição.

- Hum deu água na boca, vou aceitar sua sugestão.

Jesse muito atencioso faz nossos pedidos e eu ainda peço um strudel, começamos uma conversa sobre a cidade luz, conto sobre a minha paixão por essa cidade e que meus pais cursaram medicina aqui.

- Nasci no Brasil, mas vim pra cá com um ano. A vida dos meus pais não foi fácil, minha mãe engravidou nova demais, eles estavam terminando o ensino médio. Sabe Jesse? Fico pensando em tudo que eles passaram, vieram para Paris estudar medicina com uma criança pequena, nunca desistiram, apesar de todas as dificuldades, com o apoio dos meus avós se formaram e quando concluíram voltaram para o Brasil.

Ele me olha de uma forma estranha, acho que corei, ele ri e resolve falar.

- Você fica linda quando cora. - Permanece com o olhar em mim e continua a falar. - Eu sou daqui mesmo, sempre vivi na França, minha família por parte de pai é francesa e minha mãe brasileira, ela veio para tentar uma vida melhor, conheceu meu pai e se apaixonaram, eles faleceram em um acidente de carro há quatro anos. Foi difícil retomar minha vida sozinho. Logo em seguida conheci a Eva, namoramos cinco meses e logo percebemos que era amor. Era a mulher da minha vida, pedi ela em casamento. Estava tudo organizado para o nosso casamento, igreja, vestido, festa, seria um casamento duplo, iríamos casar juntos com nossos melhores amigos, Juliana e Cristian, um mês antes do casamento ela se foi, uma fatalidade.

Acho que fiquei estática, mas isso não o intimida. -Se te contei toda a minha vida em poucos minutos, é por que desde que eu a vi, chorando e tão sozinha, senti uma necessidade enorme de cuidar de você, ser seu amigo. Não me olhe assim, não sou nenhum psicopata e nem tão pouco perseguidor ou coisa do tipo.

Devo ter feito uma careta, mas enquanto ele me contava sua história, senti um carinho imenso por ele, por tudo que estar me oferecendo, sem ao menos saber quem eu sou, quero conhecer Jesse, me permitir ser amiga, deixar que ele cuide de mim, se assim ele quer, quem sabe é Deus enviando o meu salvador, eu não tenho ninguém aqui, e para o Brasil não volto, ainda mais agora grávida, naquele banco no jardim de Luxemburgo quando ele me tocou, tocou no meu coração, na minha alma.

- Acho que falei demais, quando começo a falar não paro e conversar com você é tão bom. - Ele diz sem graça.

- Jesse eu aceito te conhecer melhor, eu passei alguns anos fechada, fiquei obcecada, por um homem que nem sequer me olhava, eu insisti tanto em tê-lo que não me permiti viver, meu foco era em conquistá-lo eu imaginava que ele fosse mudar a partir do momento que olhasse para mim como mulher, não vou ficar te aborrecendo com isso.

- Continue é para isso que estou aqui, quero te ouvir, te entender.

- Você é diferente, nunca conheci um homem que gostasse de ouvir, há dias não converso com ninguém que não seja minha família.

Lembranças de uma noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora