8. Crimes

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O Xerife entra na camionete já o ligando.

- Vamos Addams!_ Exclama ele já fechando sua porta.
- Cala a boca._ Que cara irritante da porra.

Entro na camionete com um pequeno pulo por ela ser muito alta.

- Você acha que podemos pegar ele agora? Ou pode ser alguma criatura que pode só sumir?_ Ele dirige velozmente, entre 140 e 160 km.
Ele com certeza levaria uma multa se não fosse ele o próprio Xerife .

- Eu não sei._ Falo prestando atenção na estrada já que o xerife definitivamente não está.

- Ele pode saber algo sobre o Tyler?_ Sua voz parece mais eufórica.

- Eu não sei._ Vejo um carro próximo.

- O que vai significar se a vítima também tiver uma tatuagem de faca?_ Ele olha para mim.

- Eu não sei, porra! Ele pode ser um assassino em série ritualístico, mas não dá pra confirmar nada se nós morrermos antes de chegar na cena do crime!_ Aponto para o o carro que agora está vindo em nossa direção após o xerife invadir a outra pista.

- Ah! Puta que pariu!_ Ele gira o volante o mais rápido que consegue, desviando de volta para o lado certo da estrada.

- Desculpe._ Ele segura o volante firmemente e diminui a velocidade para 100km.

- Entendo sua preocupação, mas nós dois mortos não ajuda em nada._ Na verdade eu não entendo, o Tyler é um babaca assassino que tentou matar centenas de alunos só por assimilar a Thornhill a uma figura materna.

O resto do caminho segue em silêncio. Apenas uma confirmação com a cabeça é o suficiente.

A camionete é estacionada ao outro lado da rua e nós dois descemos.

- Qual é o relatório?_ O xerife pergunta a um policial que está escrevendo algo em sua prancheta.

A situação é a mesma de sempre: Um corpo no chão coberto por uma pano longo, uma carro amassado do lado, uns três policiais em volta conversando e sangue no chão.
O mais estranho é que não tem nada além disso. Não falta nada no corpo, não tem sinal de furto no carro da vítima e nenhum registro de pessoas que moram próximas a essa região.

- O mesmo, xerife. Uma pessoa morta e um acidente de carro._ O policial ainda escreve em sua prancheta sem olhar os olhos do xerife.

- Quem é a vítima?

- Seu nome é Julia. Não é da cidade, estava a passeio pelo que olhamos em seu Instagram.

- Vocês olharam o Instagram dela?_ O xerife pergunta questionando se foi uma boa atitude.

- Conseguimos falar com seus familiares e saber algumas coisas sobre ela._ O policial olha para o xerife que apenas suspira em desistência.

- Quem é o responsável forense?_ Pergunto a um outro policial por perto.

- Desculpa, garotinha, você não pode ficar aqui na cena de crime._ Ele me diz com um sorriso em uma tentativa de parecer gentil.

- Eu não s... Ah deixa._ Brigar com esse tipo de adulto é uma perda de tempo.

O xerife aparece atrás de mim.

- Quem é o cara da forense?_ Ele diz em um tom sério deixando claro que não sou só uma "garotinha".

- É o Márcio._ O policial diz e indica com a cabeça em direção a um um pouco mais perto do acidente.

- Márcio._ digo atrás dele.

- Ah! Oi._ Ele solta um grito fino que é motivo de risada entre os dois outros policiais.

- Passa o relatório._ Minha voz sai em um tom sério.

Ele olha o xerife que confirma com a cabeça, e olha para mim.

- Mulher, 27 anos, morta por um caco de vidro aparentemente vindo da janela, no pescoço.
Apenas um DNA, que corresponde com o dela.
Aparentemente um acidente normal onde a outra pessoa fugiu._ Ele diz em um tom pensativo.

- Quais são suas dúvidas?_ Digo achando que tem mais coisa aí.

- O caco de vidro entrou exatamente em um ponto vital abaixo da orelha, exatamente profundo o suficiente para matar por corte na resposta do cérebro._ Ele diz quase sem acreditar no que fala.

- Você acha que pode ter sido assassinato?_ o xerife pergunta.

- Talvez, uma coincidência dessa não acontece fácil assim.

Eu e o xerife nos olhamos querendo fazer aquela pergunta.

- Ela tem alguma tatuagem?_ Nossas vozes saem praticamente ao mesmo tempo, a dúvida domina nossas mentes.

- Hm, tem sim._ Ele vai até o corpo ainda sem entender a nossa dúvida e tira o pano, do rosto ao busto.

É possível ver um uma mulher do cabelo curto, escuro e pele clara.
Mas o que chama minha atenção no exato momento que eu olho, é um punhal tatuado exatamente onde foi enfiado o caco de vidro em seu pescoço.

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- O que você acha que aquilo pode significar?_ o xerife desliga o carro em frente aos portões de Nevermore.

- Não sei. Achei que poderíamos achar o causador disso hoje mas pelo menos sabemos que realmente foi assassinato._ Falo e descendo da camionete fechando a porta.

- É, tá certo. Obrigado por me ajudar._ Posso ver o cansaço e a decepção em seus olhos.

- Quero resolver isso tanto quanto você.

- Sei que sim._ Ele suspira em uma pequena risada e liga o motor.

- Até, Addams.

Confirmo com a cabeça e vejo ele se distanciando devagar.

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Já é tarde, cerca de 20:30 da noite. Nós ficamos bastante tempo lá com os policiais ainda ajudando com o corpo.

Abro a porta do meu quarto e vejo... Enid. Ela está sentada no chão costurando alguma coisa com duas agulhas, uma na mão atravessando o tecido.

- Onde você estava?_ Ela diz não olhando para mim.

- Em Jericho._ arrumo minha postura assim que percebo que ela está recolhida.

- Conseguiu descobrir algo?_ Ela vai guardando suas agulha em um pote.

- Nada além de confirmações._ Digo me aproximando dela.

- Certo._ Ela se levanta e vai guardando suas coisas em uma gaveta do seu lado do quarto.

- Foi bem longo mas consegui vizualizar pessoalmente sua tatuagem de um punhal e seu corte preciso._ Me questiono porque ela ainda não me olhou quando ela se vira em minha direção.

Ela caminha até mim com um sorriso.

- Eu estava com saudades. Não demora tanto em Jericho, eu fico entediada._ ela me abraça fortemente.

- Tudo bem._ Digo tentando fazer ela se soltar de mim sutilmente.

- Só mais um pouco._ Ela me aperta mais forte.

No fim, estou olhando para o nosso vitral enquanto aprecio o toque da loira por mais alguns reconfortantes segundos.

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Sei que gostam do romance mas vamos ter um pouco de suspense também, mas garanto que  definitivamente não vai lhes faltar romance.

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Vocês ja imaginam quem pode estar por trás disso?

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Uma Mentira Pode Virar Realidade? (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora