Parasita

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     Uma agonia pulsava em meu ventre e revirava o meu estômago. Parasitazinho pequeno e inútil que sugava a minha vida a cada dia. Começou há meses, me causando pouco mais que uma ânsia e uma pouca vontade de comer. Depois me causou medo, terror, completo desespero. Sua presença custou a minha casa, a minha família, o meu relacionamento e a mim mesma.

     Eu sinto. Ele se mexe como um cão sem ar. Chuta, empurra, bate e rebate esses membros asquerosos. Eu poderia cortá-los fora. Eu sinto o seu calor nojento me aquecer a bexiga, sua briga por espaço me espreme os pulmões e seu corpo quase completo cansa os meus ossos. Por que está aqui, demôniozinho? Por que eu ainda sinto você se mexer tanto depois de tudo.

     Eu tentei me livrar de nós dois, mas eu ainda te sinto perfeitamente vivo, como se zombasse de mim. Espero que você sofra, criaturinha infernal.

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