Asmodeus

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Asmodeus observava o pequeno próximo ao berço, tocando a ponta de seu nariz e beliscando a barriga gordinha, apenas para a gargalhada infantil e gostosa entrar por seus ouvidos.

As- mooo- deeus! Repete comigo? Você é pequeno mas vai aprender a falar rápido! Vamos lá!| Diz animado, com seu dedo indicador preso, agarrado a mãozinha minúscula.

É, você trate de comer bastante e dormir muito para ser bem grande e forte!| Diz com a imensa diferença entre eles, Asmodeus puxa a poltrona para mais perto do berço, o demônio leva a mão até a pequena cabeça acariciando os fios finos e quase insistentes, sorrindo de leve quando o bebê fecha os olhos brincando com os lábios.

O meu pai, ele era bem grande e forte! Ele era maior que eu! E ele foi o primeiro da geração que teve uma companheira humana, mamãe era muito bonita, era sempre tão vaidosa e legal!

Como todas as vezes, Asmodeus contava histórias e Nikola prestava toda a atenção, Asmodeus tinha certeza de que ele conseguia ouvir e entender.

Eles se conheceram em uma festa do sub, o Lúcifer tinha nascido a alguns anos e quando fez cinco anos seu pai disse que ele iria dominar o submundo, mas somente aos 18, foi uma das únicas oportunidades que ele teve de sair do portão, aí eles se conheceram e começaram a ter alguns encontros com a ajuda do pai dele, então eles me tiveram, e quando eu fiz meus dezesseis anos assumi o portão. Finalmente dando liberdade uma liberdade para eles, e então eu fiquei lá...| O homem conta sentindo seu peito dar uma leve apertada, sabia que o destino da sua família era ruim, mas falar voz alta trouxe isso ainda mais a tona.

Nikola nota a tristeza na voz do homem, e seus olhinhos redondos enchem de água, a boquinha vermelha e pequena começa a tremer dando início ao choro baixinho e cheio de fungadas.

Não! Não chora! Por favor!| Pede desesperado se levantando rapidamente para tocar o pequeno, se afastando com receio, Nikola chora ainda mais quando o homem se afasta, sentindo falta da mão grande e quente cobrindo sua cabeça e o tocando para o acalmar.

Asmodeus passa a mão na cabeça sem saber o que fazer, Alicia entra no quarto com pressa, pegando o bebê e o balançando para que pegasse no sono novamente, Nikola acalma o choro apenas quando consegue ter a visão de Asmodeus esticando seus braços para o maior com um biquinho, o demônio se aproxima tocando seu nariz levemente, e pegando sua pequena mão para a acariciar, logo dando um beijinho ali, vendo o pequeno levemente caindo no sono, por mais que tentasse lutar contra ele.

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Depois do último episódio Asmodeus decidiu não ver mais Nikola por enquanto, se sentiu péssimo por fazer o pequeno chorar e sequer conseguir fazer algo pelo pequeno. Fazia já um mês que não ia até o quarto do pequeno, mas semore certifica de que estava em segurança, ele foi ficar ao lado do irmão nos portões, e desde que saiu do quarto, sabia que estava sendo chamado, e estava começando a o incomodar, ninguém além do pequeno Nikola o chamava.

Enquanto isso, Alicia fazia todo o tipo de magia e chá de ervas para o bebê doente, Nikola não falava tão bem, mas com as pequenas junções que ele murmurava, Alicia conseguiu formular um nome, Asmodeus.

E foi atrás de pesquisar em milhares de livros, chegando a una grande geração de demônios grandes e poderosos, conhecidos por guardar os portões do inferno, e todos os dias a mulher lutava para o invocar e atrair o homem, para que pudesse ver seu bebê bem.

Nikola apenas chorava, não conseguia comer sempre colocava tudo para fora, sua febre aumentava e nunca diminuía, Alicia já temia pela vida do bebê, então foi atrás de rituais para invocar o demônio, sempre o chamava, invocava e fazia de tudo para o atrair. Até que.

Desta vez, irritado- e morrendo de saudades do pequeno bebê branquelo, - Asmodeus atende o chamado, indo até o quarto do pequeno parando no cantinho de sempre, Alicia chorava em desespero com o bebê nos braços, enquanto o balançava e possuía diversos fracos de remédios, poções sopas e ervas sobre a mesinha.

Nikola chorava alto, sua pele antes tão branquinha e delicada estava completamente arranhada e machucada, sua boquinha estava pálida e os gritos agora eram roucos e sem forças, era claro que Nikola estava doente e fraco, e por isso Alicia estava tão deplorável, ela estava desesperada já que nada funcionava e Nikola só estava mais doente e chorão, e sua febre não fazia nada além de aumentar.

Asmodeus se incomoda com o frio do quarto, liberando calor de seu corpo para aumentar a temperatura, o homem se aproxima do berço ajeitando o travesseiro e as cobertas do jeito que o pequeno gostava, liberando um pouco de seu cheiro nos lençóis e no ar.

Eles demoram para perceber a diferença, assim que o bebê sente o calor e o cheiro de Asmodeus, seu choro diminui e os olhinhos inchados e ardidos se abrem procurando o homem desesperadamente, Asmodeus sorri quando o pequeno o olha, balançando sua mão na frente dele.

Seu choro no mesmo instante se cessa, o que faz Alicia parar de chorar também, suspirando aliviada. A mulher se levanta colocando o bebê no berço, pegando toda a bagunça da mesinha.

Por favor, não faça mais isso! Não o deixe sofrer mais!| Pede chorosa antes de deixar o quarto, Asmodeus sorri levemente para o bebê, o pegando nos braços brincando com o pequeno.

Estou de volta gatinho! Espero que goste das histórias que trouxe para você!| Nikola sorri batendo seus braços e perninhas, tentando tocar o rosto do grande homem.

As!| Da um gritinho fino, fazendo o demônio sorrir grande e emocionado.

Exatamente, As- mo- De- us!| Incentiva com um grande sorriso, beijando o nariz pequeno e gordinho. O grandão se senta sobre a poltrona macia, massageado as costinhas pequenas começando com mais uma história antiga de sua vida.

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