Viajantes

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A vila comemorava com uma festa a vitória dos meninos contra o nobre da cidade. Havia uma fogueira imensa no centro de uma praça, pessoas dançavam em volta dela. O banquete era servido numa mesa comprida, e Luffy quase comia tudo se não fosse Usopp lhe impedindo. Sanji observava emocionado as crianças sorrindo e se lembrou de sua mãe. Como ela estaria? Precisava urgentemente voltar para casa.

Pegou um pedaço de carne, porque estava faminto, e um senhor se aproximou junto dele na mesa.

— Obrigado por tudo! Esse mundo era exatamente como essa festa a 16 anos atrás, a paz reinava e todos eram felizes!!

Sanji deu um aceno com um sorriso sem graça, não sabia do que estava falando por não ser dali. Na verdade, só sabia o que Luffy havia lhe dito, como ter havido magia em Laugh Tale a um tempo atrás. Resolveu se sentar num canto, longe de todos.

— Yo, encaracolado de outro mundo! — Zoro sentou ao seu lado no chão, enquanto segurava duas canecas transbordando cerveja.

— Vocês que são de outro mundo! E meu nome é Sanji! — Resmungou e pensou que justamente a pessoa que cuidou dele era a que mais enchia o seu saco.

— Você que começou. — Se referia ao apelido "marimo" que ganhou assim que o loiro acordou. Bebericou uma das canecas, enquanto observava a festa em silêncio.

— Então, esse mundo já foi mágico? — Sanji quebrou o silêncio e Zoro voltou a observá-lo.

— Sim, talvez você até poderia voltar pra casa com algum feitiço... — Soltou uma das canecas para coçar a orelha esquerda e os três brincos de ouro que usava se tilintaram uns nos outros. — Mas pra você vir de outro mundo... parece que ainda há alguma magia por aí.

— Por que a magia acabou?

— Um tirano tomou o poder desse mundo e nos privou desse direito.

Sanji enrugou o cenho e tentou imaginar um mundo de paz e, não apenas isso, era também mágico. — Será que havia algo que curasse as pessoas?

— É pra sua mãe?

Abriu o olhar. — Como sabe?!

— Enquanto estava de febre, me pediu para curar sua mãe.

— Ham... sim.... ela está doente. — Deslizou os olhos para o seu colo, deprimido. Com certeza sua mãe já estava morta e ele nunca sairia daquele mundo. — E eu estou aqui...

Zoro continuava a observá-lo e resolveu bagunçar seus cabelos loiros. — Vamos seguindo, uma hora achará a resposta e voltará para casa.

Envergonhado com o toque, o encaracolado tirou com força a mão pesada — que era claramente de um guerreiro — da sua cabeça. — Não sou nenhuma criança.

— Claro que não é, manuseando um cutelo tão bem quanto daquele jeito, nunca seria.

Sanji ficou corado mais uma vez.

No outro dia, os quatro partiram para não sei aonde. Sanji não sabia o que os fazia andar tanto como nômades, mas pensou que não seria muito bom ficar numa vila igual àquela em que deixaram. A noite veio e pararam para acampar, Usopp dividiu os turnos de vigia e era a vez de Sanji se manter acordado, abraçava firme seu cutelo contra o peito, enquanto tinha os ouvidos bem apurados.

A noite na floresta era assustadora, Usopp havia dito que havia animais perigosos como também ladrões. Ele disse atentamente para ninguém cair no sono, principalmente Zoro — que mais tarde Sanji entenderia o motivo, o rapaz era um dorminhoco —, porque estavam podres de ricos e a última coisa que queria era que um ladrão os roubasse. Portanto, a vez de Sanji chegou e levava susto com uma coruja ou um uivar de um lobo ou ainda com Luffy praticamente colado em seu rosto.

As terríveis aventuras de SanjiOnde histórias criam vida. Descubra agora