Decisões

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Nami acordou com a luz solar pousada em seu rosto, ela se levantou da cama e amarrou seus cabelos longos num coque, depois calçou seus chinelos e andou até a janela para abri-la. Respirou fundo, relaxando seus ombros e observando o jardim da casa feita de pedra em que estava hospedada junto daqueles rapazes...

Notou que só havia um deles, Luffy. O menos problemático dos quatro por ser tão honesto e simples. Estava sentado numa mesinha de madeira, observando as montanhas e pensando que naquele lugar do Norte um frio começava a surgir. Suas pernas estavam envolvidas em seus braços, o queixo apoiado nos joelhos, era fofo se visse de certa perspectiva. Pelo menos era o que Nami pensava.

— Luffy, cadê o pessoal? — Gritou da janela e o garoto levantou o rosto para si.

— Foram com Jinbe comprar as coisas para nossa viagem.

— E só você está tomando conta de mim? — Perguntou num tom arrogante. — Mas que idiotas... — Bufou.

Luffy coçou a cabeça. — Na verdade... eu fiquei porque dormi demais, não me pediram pra cuidar de você.

Nami revirou os olhos. O que tinha na cabeça daqueles idiotas? Ela era a princesa que precisava ser protegida! Antes de se hospedarem na casa de Jinbe, sofreram diversos ataques... e eram mágicos! Claro que o Tirano podia usar magia e, de alguma forma, ele sabia que todos estavam reunidos. Portanto, mandava um de seus homens ou truques para matá-los.

Nami tinha que confessar que os guerreiros eram fortes, pelo menos no quesito briga eram bons. Mas eram muito cabeças frias, só Sanji que parecia enxergar a real situação de tudo, mas era também um pouco doido quando dizia que precisava voltar para o seu mundo. Como assim? Nami não quis saber os detalhes, pois se sentia estupefata. — Já que não está fazendo nada, suba aqui no meu quarto para me entreter.

— Sim!!

O rapazinho nem notava o quanto Nami era soberba, na verdade, ele tinha uma admiração por ela. Os cabelos longos e alaranjados, o cheiro cítrico de uma pele que tomava banho todos os dias, o pescoço longo e suas mãos pequenas. Luffy finalmente soube o que era atração quando conheceu Nami.

Ele entrou no quarto e viu Nami sentada numa penteadeira, ela desfez o coque e mirou uma escova na sua direção.

— Escova meus cabelos.

Luffy obedeceu, mas ao sentir os cabelos ruivos nas pontas de seus dedos, continuou a tateá-los em vez de escová-los.

— Que foi, Luffy? — Perguntou Nami, querendo saber o motivo dele ainda escovar seus cabelos com os dedos e não com a escova.

— Queria ser você. Linda.

Nami abriu os olhos e se virou. — Que tipo de cantada é essa?

Luffy não entendeu e sua expressão confusa fez Nami pensar melhor no que disse. Não era uma cantada, ele realmente queria ser ela.

— Você está falando fisicamente?

O rapaz se sentou na beirada da cama com as mãos nos joelhos. — Sim.

Luffy estava rubro e ele não se lembrava mais de quando foi a última vez que se sentiu assim. Nami se levantou da penteadeira e se sentou ao seu lado.

— Não gosta de ser um garoto?

— Não. — Desviou o olhar dos olhos amendoados da ruiva. — Eu viajo para saber o que sou e para encontrar uma maga que possa me transformar em garota.

Nami pegou suas mãos e deu um sorriso. — Que engraçado você querer ser mulher... nós sofremos muito... tenho certeza que minha vida seria melhor se fosse um homem.

As terríveis aventuras de SanjiOnde histórias criam vida. Descubra agora