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Existe três fatos conhecidos por todos moradores na ilha do norte sobre Aurora Delyon.
Um: ela é uma querida, se você precisar de qualquer ajuda pode com certeza contar com ela.
Dois: ela é maluca para caralho e quando bebe ninguém pode a con...
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CAPÍTULO UM: mergulhada na raiva. tw: agressão física, quase morte.
A ilha de Outer Banks era dividida por dois tipos de pessoas: Kooks e Pogues. Ou você é um rico metido que tem sete mansões e passa seus finais de semana em algum iate seu ou você é um pogue que vive na classe baixa, trabalhando em dobro todos os dias para ter algo para almoçar.
Aurora era uma Kook, como todo o resto de sua família que existe a séculos. Ela nunca prestou muita atenção nas aulas de palestrinha que sua mãe a dava contando da história dos Delyon's — nunca foi algo que ela se importou muito.
Para ser claro, Aurora odeia sua família. Ela é meio aquelas adolescentes rebeldes e revoltadas com a vida, mas com razão. Depois de testemunhar tantos abusos com sua irmã mais velha, Ludovica — a quem ela ama mais que tudo e a única pessoa da família que ela simpatiza —, sem nenhum motivo plausível além de coisas idiotas como por exemplo bater na filha pois ela pediu para comer mais um pouco, a garota pegou uma raiva avassaladora de sua família, mas, principalmente, de sua mãe.
Sempre era assim: ela chegava com raiva do trabalho e por qualquer erro ela descontava a frustração nas filhas. Na verdade, mais em Ludo, mas não porque ela gostava de Aurora ou alguma coisa assim. Não. Era porque sua irmã mais velha a protegia, dizia sempre que era culpa dela ou implorava para ela receber a punição mesmo que nas 90% das vezes Aurora provocava a mãe de propósito.
Sua infância foi passada vendo sua irmã ser agredida por sua própria mãe e ela não poder fazer nada, ter que assistir aquilo com lágrimas desabrochando de seus olhos. Porra. Ela nunca aguentava e tentava ir pra cima de sua mãe, tentando desesperadamente ajudar sua irmã, a única pessoa que a amava e a protegia. Mas nunca dava certo, só terminava em mais desastre.
Aurora cresceu como algo que ela não gostava, mas tinha que aceitar, ela virou uma adolescente raivosa. Qualquer coisa a irritava e a fazia partir pra agressão, um dos maiores motivos em que sua reputação na ilha era um lixo e ao mesmo tempo boa. Não havia uma pessoa que não a conhecia, mesmo os que iriam só para passar as férias no primeiro dia já escutam algo dela.
Era oito ou oitenta: ou você a odeia ou você a ama. Os dois não dá.
Quer encher a cara e se divertir como louco? Chame ela. Precisa de ajuda para algo? Pode contar com ela. Quer se apaixonar? Não se apaixone por ela, é o pior erro da humanidade. E, por último, não a irrite.
—— Ludo, viu meu biquíni preto? Aquele de faixa que eu te emprestei semana passada —— ela entra no quarto, correndo direto ao closet de sua irmã no final do cômodo.
—— Não, eu te devolvi ontem mesmo, burrinha. Esqueceu? —— sua irmã respondeu distraidamente, sentada com livros espalhados pela cama. —— Se bagunçar minhas coisas eu juro que arranco esse teu cabelo cheio de química, Aurora!
