Oceano de Distância

CAP. 3 - NOITE DO PIJAMA

" Toc, Toc, Toc!" - Alguém bateu na porta. Deve ser a Ane.
-To indo!
- Oi amiga! - Falou comigo, a Ane impolgada. Trazendo algo em suas mãos.
- E essa empolgação toda? Viu um pássaro verde? - Perguntei e ri.
- Não! Eu vi uma coisa linda no Shopping que você vai amar! Olha só... - Empolgada me entregou o presente. Fomos para o quarto.
- Nossa! Que linda amiga! Amei, essa sandália vai combinar com aquele meu vestido preto. Obrigada Ane, você me mima demais! Vem cá! Deixa eu te apertar! - Abracei-a tão forte... Que caímos da cama para o chão! Rimos muito.
- Amiga! Olha o que você fez! - Gargalhou.
- Foi de propósito! - Gargalhei.
- AiAi... Acabei de lembrar aqui, que você me ligou empolgada do telefone do Cadu, o que aconteceu? Espero que não seja nada ruim...
- Então Ane, aconteceu uma coisa que você não vai acreditar, eu mesma não estou acreditando, sabe?
- O que? Você ta namorando, e não me contou nada? - Perguntou surpresa.
- Não! Meu pai vai para Portugal.
- Nossa! Muito legal, o ruim é que vocês vão ficar longe né? Que pena... Gosto muito do tio Otávio.
- Amiga, você não esta entendendo... Eu vou, minha mãe vai. E eu não quero ir.
- Não! Você ta brincando né? - Ela riu desacreditada.
- Amiga... Eu não quero ir! - Falei com voz tremula de choro.
- Diz que não é verdade, por favor? Diz que não é. Eu não to acreditando em uma coisa dessas! - Esbravejou Ane aos choros.
- Eu ainda não tive coragem de falar sobre isso direito com meus pais, e...
"Toc, Toc, Toc!" - Bateram na porta enterrompendo minha conversa com Ane, fui ver.
- Oi! Entra... Senta aí! Já, já venho!
- Ta bom, trouxe algumas merendas para a gente, Ane já chegou?
- Que bom! Já sim. Vou chamar ela.
- Certo.
- Ane, amiga. A gente ainda vai dar um jeito nessa história, olha pra mim, não fica triste... Isso não ta sendo nada fácil pra mim. Vem cá, da um abraço? - Nos abraçamos bem apertado.
- Vou lavar meu rosto e logo vou ver Cadu.
- Certo, vou pra lá. Não demora, ta bom?
- Ta bom amiga, pode deixar.

- E aí Cadu? Já escolheu os filmes?
- Tava aqui olhando seus DVDs, e achei vários legais! Olha só, tem esse aqui de ação, esse aqui de comédia, e esses aqui são de terror, mas estes aqui de romance são dez!
- Quanta empolgação não é mesmo? - Falei rindo.
- Qual é a graça? Sério, você precisa me emprestar estes aqui... E esse também!
- Ta bem! - Falei rindo. Ele tava engraçado tão empolgado com os filmes, sério. Vejo que meu pai tem bom gosto, realmente os filmes são Tops.
- Ah! Você ta achando graça né? Vem cá então que você vai achar graça agora! - Me derrubou no sofá enchendo-me de cócegas.
- Para Cadu! - Pedi arrego rindo muito.

No momento em que a gente estava se divertindo, chegou Ane.

- As coisas estão divertidas aqui hein? E eu aqui, nem um abraço... Nada, não é mesmo Cadu?
- Óh... Ela ta com ciúmes! Vem cá minha baixinha, vou quebrar seus ossos! - Ele abraçou ela com todas as forças.
- Então gente! Vou alí na cozinha preparar alguma coisa pra gente comer. Vocês vão ageitando tudo aí, pra quando eu vier a gente iniciar nosso cineminha da noite do pijama! Uhul! Fui.
- Ta bom, vai lá! - Falou Cadu. -Enquanto isso, Ane e Cadu conversavam na sala...
- Namorando Cadu?
- Não, não. To livre, leve e solto!
- Não namora porque não quer!
- Sou tão charmoso assim?
- Ah! Você sabe que é um gato né!
- Obrigada! Sei disso sim. (Riu)
- Convencido nenhum pouco.
- To brincando.
- E você Ane, alguma paixão em vista?
- Sempre tem né? Mas nem sempre é correspondida. Você não acha?
- Realmente..

"Ane! Vem me dar uma ajudinha aqui!" - Gritei.
- Oi amiga?
- Pega esses sandubas aqui, vai levando, que eu levo o suco e a pipoca.
- Certo. Isso ta com uma cara ótima!
- Ta uma delícia, você vai ver! - Chegamos a sala e nos sentamos no sofá, Cadu estava entre eu e Ane.
- Meninas! Que tal esse? É de ação.
- Ta ótimo! - Concordamos.

O filme começou, Cadu segurava a bacia de pipoca, estava passando uma parte muito tensa de ação no filme, Ane estava muito empolgada, fui pegar mais um pouco de pipoca, e bem na mesma hora, Cadu também. Nossas mãos se encontraram. Nos olhamos e rimos. Olhei pra TV, mas deu pra perceber que ele me olhava de um jeito diferente, aquilo foi meio estranho... Eu não sei o que houve, mas entre a gente tava tendo um clima bem estranho, não sei bem, vai ver é caraminhola de minha cabeça... O filme já estava no fim, Jack estava prestes a escapar da emboscada que tinham feito pra ele e logo, logo se vingaria de seus inimigos. Quando olho para Ane já estava deitada no outro sofá, ela já devia estar no terceiro sono.

- Cadu?
- Oi?
- Ane já dormiu, olha! - (Ri).
- Ela não aguenta! Sempre é assim, não consegue encarar. - Ele riu. Aliás, que sorriso lindo ele tem.
- Vou botar ela na cama pela enésima vez. Pausa o filme aí. - Sussurrou.
- Ta bom! - Sussurrei.

São 21:48. Você deve estar se perguntando onde estão meus pais. Eles estão trabalhando, meu pai, provavelmente esta de plantão no hospital, e não chegará tão cedo... Minha mãe como produtora de evento, esta neste momento fazendo com que um evento dê totalmente certo. Ela é boa nisso!

- Aperta play! - Falou Cadu.
- Pronto.

Sentamos os dois no sofá, ele me abraçou, e ficamosa lá assistindo até que o filme acabou.

- Acabou! Deixa eu desligar.
- Foi demais esse filme! Não acredito que ele conseguiu fugir!
- Realmente, ele é muito foda!
- É sim!
- Então.. Até mais! Melhor eu ir, já que não posso dormir aqui né? -(Riu)
- Realmente.. Te acompanho até a porta!
- Gostei muito dessa noite de hoje, foi tão legal!
- Eu também!
- Posso te dar um abraço?
- Claro! -(ri)

Ele me abraçou de um jeito que nunca tinha feito, me deu um leve beijo na bochecha e depois me tascou um beijo na boca! De começo eu recuei, mas depois me deixei levar pelo seu doce beijo.

- Cadu! Para! Que foi isso? -Perguntei, confusa e espantada.
- Isso foi um beijo! Queria ter feito isso a muito tempo e não fiz. Você gostou, eu sei.
- Para com isso Cadu, você não esta bem, só pode! Somos amigos. Vai embora Cadu, sai! - Desaforadamente falei.
- Calma Katy! Não precisa ficar nervosa. Me desculpa! Eu fui tolo. Me desculpa? - Desesperado falou.
- Cadu... Sai, vai. Depois a gente conversa. - Falei, confusa com tudo aquilo. Então ele foi para sua casa, depois fui me deitar.