Capítulo 8

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- Você ouviu, a garrafa caiu em você, Draco. Beije Nott.

Draco ergueu os olhos de seu livro, mantendo a expressão entediada em seu rosto sem qualquer esforço depois de tantos anos convivendo com aquele tipo de gente.

- Ficou tonto, Carrow? Eu pareço estar jogando para você?

Todos na roda o observaram, estendido na poltrona com o livro prateado no colo e Harry Potter sentado aos seus pés com as mãos no joelho, assistindo em silêncio a festa Sonserina em que tinha ido parar.

Embora ninguém tenha notado, agora os dedos de Harry estavam apertados com tanta força que estavam pálidos. E apesar do olhar de advertência de Blaise, Carrow continuou com um sorriso, empurrando Nott - que tinha seus olhos em Draco com certa expectativa, disfarçada por um provocativo olhar malicioso - e cruzando os braços.

- O que foi? Até parece que não fizeram isso antes. Virou um covarde de verdade, Malfoy? - uma risada de escárnio - Ou acha que um beijo vai revelar seus segredos sujos e mandá-lo direto para Askaban com seu pai fracassado?

Ninguém falava sobre Lucius Malfoy naquela Casa. Nem sobre Narcisa, Voldemort ou Marcas Negras.
Não na frente de Draco, pelo menos. Os sussurros, por outro lado, que nem sempre seus colegas faziam questão de tornarem discretos, ele ouvia bastante.
Porém, isso era diferente de vir e esfregar em sua cara.

O silêncio tomou o ar na sala comunal, seguido de pequenas expressões de espanto quando, antes mesmo que Draco sequer pudesse terminar de erguer sua sobrancelha, Harry rosnou:

- Duele comigo, Carrow.

Bem, ninguém tinha certeza do porque ele estava dizendo aquilo. Então, além da surpresa, havia uma grande confusão.
Draco fechou os olhos e quis morrer.
Não pensou que aquela noite fosse ser tão difícil assim.

- Potter, por Merlin.

************

13 horas antes

Draco se espreguiçou, ainda de olhos fechados, estendendo os braços acima da cabeça... E sentiu um incômodo estranho. Uma sensação.

Quando abriu os olhos, Harry estava ali, encarando-o com aquelas malditas coisas verdes e brilhantes.
Draco pulou em sua própria cama, puxando o cobertor como se precisasse se cobrir e fazendo uma careta para a mão estendida no ar em sua direção.

- Que porra está fazendo, Potter?

Harry deu de ombros, passando a mão na nuca e apontando envergonhadamente para algo atrás de Draco.
Quando o loiro olhou, havia um pomo pousado em seu travesseiro. Ele franziu a testa, pegando a coisa dourada e devolvendo-a ao dono.

- Porque isso estava na minha cama?

Os olhos de Harry se arregalam um pouco com o tom frio. Não achava que fosse por mal ou que Draco estivesse bravo - o sonserino só acordava com um humor péssimo e que poderia ligeiramente ser confundido com certa crueldade.

- Ele é meu.

- Isso é óbvio.

- Ah... Só estava em minha mala e, sei lá, é uma coisa que gosto de mexer as vezes para me distrair. Era algo... Erh, não importa. Eu só estava brincando com ele e então voou para sua cama do nada - o garoto se encolhe - Achei que fosse dar na sua cara. Como isso não aconteceu, vim aqui tentar pegar sem te acordar.

Slytherin: Ambição (Drarry +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora