Pois não existe nada de bom ou de mau...

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Que não seja assim pelo pensamento.

- Hamlet, William Shakespeare

...

No Ministério da Magia britânico, um alarme soou dentro do Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas. Como era depois do horário comercial normal, os únicos que ouviram o alarme foram os dois aurores de plantão noturno.

"Merlin, um caso de classe 10 de magia acidental, Alastor!" exclamou o auror Fleamont Potter, abrindo apressadamente a gaveta que continha os registros de bruxos e bruxas menores de idade.

O auror-chefe Alastor Moody arrancou o pergaminho brilhante de sua pasta, folheando-o com seu olho mágico. "Severo Tobias Snape, 12 anos, mestiço. Spinner's End, Cokeworth – é uma área trouxa. Pergunto-me o que desencadeou a magia acidental do rapaz a este ponto," ele murmurou sombriamente. "Vamos."

Eles desaparataram com um estalo, aparecendo na frente de uma casinha de aparência miserável. "A casa parece horrível do lado de fora", observou Moody. "Duvido que melhor por dentro."

Girando a maçaneta, os aurores a encontraram destrancada e entraram cautelosamente na casa, com as varinhas em punho.

Auror Potter soltou um assobio baixo de surpresa quando entrou pela porta da frente. A mesa e as cadeiras da cozinha estavam em pedaços, e pratos e copos quebrados cobriam o chão. No meio da sala, inconsciente e sangrando, estava um homem que ele presumiu ser o pai do menino. "O menino ainda está em casa?" ele perguntou ao seu parceiro.

Moody assentiu, seu olho mágico rodopiando enquanto apontava a cabeça para um pequeno armário no canto da cozinha. "Ele está se escondendo lá. Pode ser melhor se você se aproximar primeiro. Merlin sabe que eu provavelmente só assustaria o menino." O auror disse rispidamente.

Fleamont assentiu e se ajoelhou perto do esconderijo da criança. Certificando-se de manter sua voz gentil, ele perguntou, "Severo? Você esta ai? Meu nome é Fleamont, mas você pode me chamar de Mont, é assim que todos os meus amigos me chamam. Estou aqui para garantir que você esteja bem." Não ouvindo nada, exceto por um soluço abafado, ele continuou falando. "Você não esta em apuros criança. Só queremos saber o que aconteceu e se você esta bem."

O auror lentamente abriu a porta, revelando um menino pequeno – que parecia ter metade da idade que tinha- e esquelético encolhido contra a parede e tremendo. Os olhos da criança estavam arregalados e cheios de medo, e ele segurava o braço direito contra o corpo. Havia sangue cobrindo o rosto do menino e, a julgar por seus soluços dolorosos, Fleamont imaginou que a criança também poderia ter se ferido durante o acidente mágico.

Respirando fundo, o auror rapidamente escondeu a fúria que sentia ao ver o estado do garoto, não querendo assustar Severo ainda mais. Sorrindo gentilmente, ele falou novamente. "Ei, está tudo bem. Eu prometo que não vamos te machucar. Você acha que poderia sair de lá?"

A criança olhou para ele com medo cru em seus olhos e soltou um gemido de dor, levantando o braço bom para proteger o rosto. Fleamont trocou um olhar sombrio com Moody. Ficou claro que o menino estava sendo abusado, e ele tinha uma suspeita de que era o próprio pai do menino que havia causado seus ferimentos. Não seria a primeira vez que a magia acidental de uma criança atacava protetoramente quando confrontada com uma situação de risco de vida.

Os olhos de Moody giraram com raiva e ele mancou ate onde o pai do menino estava esparramado, dando a Fleamont um olhar significativo. Moody cuidaria do homem.

Voltando-se para a criança assustada, Fleamont continuou falando com uma voz suave e gentil. "Sabe, Severo, eu tenho um filho da sua idade, que freqüenta Hogwarts assim como você, ele pertence à casa da grifinória. Ele faz magia acidental com bastante freqüência e, às vezes, as coisas são destruídas. Eu nunca o culparia por suas explosões mágicas, porque jovens bruxos como você e ele não são capazes de controlar sua magia ainda. Você entende?"

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