Fleamont Potter correu pela lareira, emergindo em sua própria sala de estar através da Rede de Flu. Seu rosto estava contorcido em uma expressão de urgência enquanto ele se aproximava de sua esposa, Euphemia, que estava sentada no sofá, folheando um livro.
“Fleamont, o que aconteceu? Você está bem?” Euphemia questionou, segurando instintivamente o braço do marido.
Fleamont, ainda ofegante, olhou para ela com intensidade. “Euphemia, antes de mais nada, eu preciso te perguntar algo muito importante. Você ainda quer ter um segundo filho?”
Os olhos de Euphemia se arregalaram diante da urgência nas palavras de Fleamont. “Por que essa pergunta agora, Mont?”
Fleamont passou a mão pelo cabelo, nervoso. “Euphemia, você precisa entender que algo aconteceu no meu trabalho como Auror. Surge um caso envolvendo uma criança, um menino de onze anos. Ele sofreu abusos terríveis por parte do pai, e agora está sob a guarda do Ministério.”
A expressão de Euphemia mudou de surpresa para tristeza ao ouvir sobre o sofrimento da criança. “Meu Deus, Fleamont, isso é horrível. O que podemos fazer por ele?”
Fleamont se aproximou e segurou as mãos de Euphemia, olhando-a nos olhos. “Euphemia, eu sei que você queria dar um irmão para James. E eu também quero. É por isso que lhe faço está proposta. Eu sugiro que nós adotemos esse menino, que demos a ele um lar amoroso e, ao mesmo tempo, realizemos o desejo de James de ter um irmão.”
Euphemia ficou boquiaberta, processando a proposta surpreendente de Fleamont. “Adotar? Fleamont, isso é uma decisão enorme. Não é algo que possamos simplesmente decidir impulsivamente.”
Enquanto Fleamont e Euphemia discutiam a possibilidade de adoção, James, que estava entretido no andar de cima, ouviu a urgência na voz do pai. Um sorriso cresceu em seu rosto à medida que ele se aproximava das escadas, curioso para saber o motivo da reunião inesperada.
Descendo as escadas com entusiasmo, James notou a tensão no ar, mas seu sorriso não desapareceu. Ele chegou à sala no momento em que Fleamont propôs a ideia de adotar o menino que havia enfrentado abusos. Os olhos de James brilharam com esperança, imaginando a possibilidade de ter um irmão.
“Adotar um irmão?” James interrompeu, mal conseguindo conter sua animação. “Isso seria incrível, pai! Podemos mesmo fazer isso?”
Fleamont e Euphemia trocaram olhares, percebendo o entusiasmo genuíno nos olhos de James. Fleamont sorriu para o filho, compartilhando o peso da decisão com sua família.
“James, meu querido, essa é uma decisão importante,” Euphemia explicou, tentando medir as expectativas do filho. “Adotar significa trazer uma nova pessoa para a nossa família, e queremos ter certeza de que todos estarão felizes e confortáveis com isso.”
James assentiu compreensivo, mas seu sorriso não diminuiu. “Eu entendo, mamãe. Mas se pudermos dar a esse garoto uma casa feliz, eu ficaria tão animado! Posso conhecê-lo?”
Fleamont abraçou James, sentindo o amor e a compreensão do filho. “Sim, James. Vamos todos conhecê-lo juntos. Se todos concordarmos, faremos o possível para dar a ele um lar cheio de amor.”
O brilho nos olhos de James refletia não apenas a empolgação por ter um possível irmão, mas também a curiosidade quanto ao seu possível novo irmão, ele estava ansioso para conhecê-lo.
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O Hospital St. Mungus estava impregnado com o cheiro característico de poções curativas e murmúrios distantes de medi bruxas atarefadas. Fleamont e Euphemia Potter caminharam pelos corredores, guiados por uma medi bruxa até o quarto onde Severo se recuperava.
Ao entrarem, viram o menino deitado em sua cama, seus olhos se ergueram do livro que segurava, revelando uma mistura de surpresa e desconfiança. Fleamont estava ciente da delicadeza da situação, consciente de que sua presença podia evocar medo em Severo.
“Severo, o Sr. E a Sra. Potter vieram vê-lo.” Anunciou a medi bruxa, antes de se retirar, deixando o casal com o jovem.
“Olá, Severo,” cumprimentou Fleamont com gentileza, enquanto Euphemia sorria calorosamente. “Como eu havia lhe prometido eu voltei e trouxe uma pessoa comigo, esta é minha esposa, Euphemia. Nós viemos porque gostaríamos de conversar com você sobre algo muito importante.”
Severo observou os dois com cautela, seus olhos escuros oscilando entre eles. “O que vocês querem?” perguntou ele, mantendo uma expressão reservada.
Fleamont e Euphemia se sentaram nas poltronas ao lado da cama de Severo, escolhendo suas palavras com cuidado. “Fleamont me contou um pouco sobre o que você passou, Severo. É algo terrível e injusto. Queremos oferecer a você algo que acreditamos que pode fazer a diferença em sua vida”, começou Euphemia.
Fleamont assentiu, acrescentando: “Nós gostaríamos de lhe oferecer um lar, um lugar onde você possa se sentir seguro, amado e aceito. Queremos adotá-lo, Severo, queremos que você faça parte da nossa família.”
Severo piscou, processando lentamente as palavras. Ele não esperava tal proposta, especialmente dos Potter’s “Adotar-me? Por quê?” ele questionou, cauteloso.
Fleamont suspirou, escolhendo as palavras com cuidado. “Porque acreditamos que ninguém merece passar pelo que você passou. Nossa família gostaria de lhe oferecer uma chance de recomeço, de ter uma vida cheia de amor e apoio. James, nosso filho, também está ansioso para conhecê-lo.
Severo permaneceu em silêncio por um momento, seu olhar fixo no chão, como se estivesse buscando coragem para compartilhar seus sentimentos. Fleamont e Euphemia observavam com empatia, cientes de que a ferida emocional de Severo não seria curada facilmente.
“Eu... eu aprecio a oferta, mas acho que vocês não entendem. James Potter e eu não somos amigos. Na verdade, ele me odeia. Eu sou da Sonserina, e ele é da Grifinória. Somos de casas opostas em Hogwarts, e isso significa algo para ele,” Severo começou a explicar, sua voz carregada de tristeza.
Fleamont e Euphemia trocaram olhares preocupados, reconhecendo a complexidade da situação. Severo continuou, desabafando suas preocupações mais profundas. “Ele me chama de nomes, faz piadas sobre mim. James tem um grupo de amigos, todos grifinórios perfeitos, e eu sou apenas o estranho da Sonserina. Ele nunca me aceitaria. Se vocês querem adotar alguém, deveria ser alguém que se encaixe no mundo dele, não uma cobra viscosa como eu.”
O olhar de Severo permaneceu sombrio, e ele suspirou profundamente antes de proferir suas palavras dolorosas. “Se vocês realmente querem me ajudar, deviam apenas me devolver para meu pai. Mesmo que ele esteja com raiva, ele ainda é meu pai, e eu aceitaria qualquer punição. Não importa o que ele faça, ele é meu pai.”
Euphemia não hesitou e, com ternura, segurou o rosto de Severo entre suas mãos. “Severo, escute com atenção. Jamais permitirei que você retorne a alguém que o machucou. Nenhum trouxa imundo deveria colocar as mãos em você, e certamente não aceitaremos que alguém o maltrate. Não importa o que aconteceu antes, agora você merece amor, carinho e pais que o protejam. Não estamos fazendo isso por pena, estamos fazendo porque acreditamos que você merece uma família que o ame verdadeiramente.”
Fleamont assentiu com seriedade, complementando as palavras de sua esposa. “Ela está certa, Severo. As rivalidades de Hogwarts não significam nada aqui. James pode ter suas próprias questões, mas isso não determinará o seu valor para nós. Você merece pais que o apoiem, que o amem incondicionalmente. E é isso que nós queremos ser para você.”
Euphemia continuou, sua voz firme e cheia de compaixão. “James não deveria tê-lo tratado daquela maneira, e não vamos permitir que isso aconteça novamente. Você merece mais do que ser chamado de nomes e ser alvo de piadas. Merece ser tratado com respeito e carinho. Queremos oferecer isso a você, Severo, e esperamos que você possa aceitar.”
Severo encarou os olhos gentis de Euphemia, sua expressão começando a revelar uma mistura de emoções, incluindo surpresa e cautelosa esperança. A ideia de ser verdadeiramente amado e aceito estava começando a penetrar em seu coração, embora as cicatrizes do passado ainda o assombrassem. A decisão era dele, mas Fleamont e Euphemia estavam determinados a mostrar a Severo que ele merecia uma família que o valorizasse como ele era.
Uma enfermeira entrou no quarto com um ar profissional, segurando uma bandeja com frascos de poções. Ela olhou para Fleamont e Euphemia com uma expressão serena, indicando que era hora de dar espaço para os cuidados médicos.
“Senhor e senhora Potter, preciso pedir que deixem o quarto por alguns momentos. Vou administrar os medicamentos de Severo e garantir que ele esteja confortável. Não se preocupem, será rápido,” explicou a enfermeira com um sorriso tranquilizador.
Fleamont e Euphemia se levantaram das poltronas, lançando um último olhar para Severo, desejando-lhe um breve adeus.
“Querido, nós estaremos lá fora se precisar de nós,” disse Euphemia com gentileza, enquanto Fleamont assentia em concordância.
Eles saíram do quarto, fechando a porta suavemente atrás de si. O corredor do hospital era calmo, mas a ansiedade pairava no ar enquanto aguardavam notícias sobre o estado de Severus. Fleamont colocou um braço ao redor dos ombros de Euphemia, oferecendo apoio mútuo enquanto esperavam pacientemente.
“Mia, precisamos conversar com James sobre sua atitude em relação a Severo. Não podemos permitir que ele trate o menino com desrespeito. James precisa entender a importância de aceitar e apoiar as pessoas, independentemente de suas origens ou casas em Hogwarts.”
Euphemia assentiu, compartilhando a preocupação do marido. “Você está certo, Mont. James precisa aprender sobre empatia e compreensão. Seja como irmão ou como parte de nossa família, Severo merece respeito e afeto. Não podemos ignorar isso.”
Fleamont concordou, apertando levemente a mão de Euphemia. “Exatamente. No entanto, isso não nos impede de adotar Severo.” Disse de forma aliviada. “Não podemos deixá-lo com aqueles trouxas, querida,” sussurrou lorde Potter. “Não poderia conviver comigo mesmo sabendo que deixei aquele menino voltar para uma família abusiva.”
“Não deixaremos que ele volte para lá, nós iremos adotá-lo,” ela franziu a testa, “ Posso sentir aqui Mont,” e tocou suavemente seu próprio peito, “É como se ele tivesse saído de mim entende? Como se ele sempre tivesse sido meu filho.”
Fleamont sorriu, reconhecendo a importância dessa conversa futura com James. “Você está certa, Mia. Vamos explicar tudo a James da melhor maneira possível, com paciência e amor. Ele vai entender, tenho certeza. E, no final, todos poderemos ser uma família feliz.”
Euphemia concordou, aliviada ao saber que estavam ambos comprometidos em garantir que todos os membros de sua família se sentissem amados e aceitos.
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O casal retornou ao quarto de hospital quando a enfermeira saiu, encontrando Severo deitado na cama, observando-os com curiosidade. Euphemia se aproximou com um sorriso gentil.
“Severo, querido, eu preciso voltar para casa agora. Vou conversar com James sobre você morar conosco. Tenha certeza de que faremos o possível para que tudo ocorra da melhor forma.”
Severo, ainda processando a ideia de ser adotado, expressou sua gratidão de forma bastante confusa. “Obrigado, senhora. Eu... eu não sei como agradecer. Se precisarem de alguma coisa, eu posso fazer qualquer coisa para ajudar. Posso recompensá-los.”
Fleamont interveio com gentileza, colocando uma mão no ombro de Severo. “Não há necessidade de recompensas, Severo. Estamos adotando você porque queremos, porque queremos lhe dar uma família. Você merece isso, independentemente do que possa oferecer em troca.”
Euphemia assentiu, mantendo um tom caloroso em suas palavras. “Estamos muito felizes em tê-lo conosco, Severo. Queremos que se sinta parte de nossa família e que saiba que será amado e apoiado.”
Severo olhou entre eles, um misto de emoções atravessando seu rosto. A ideia de ser amado e aceito era algo novo e desconcertante para ele. “Eu... eu nunca tive uma família antes,” murmurou ele, sua voz revelando vulnerabilidade.
Fleamont e Euphemia trocaram olhares carinhosos. Fleamont apertou o ombro de Severo, transmitindo conforto. “Bem, você tem uma agora, Severo. E faremos o nosso melhor para torná-lo parte dela.”
“Vocês estão mentindo”, acusou de repente o menino, com os punhos cerrados com força. “Vocês realmente não me querem, vocês não podem querer. Sou um fardo e ninguém poderia querer um pedaço de sujeira inútil como eu.”
Fleamont franziu a testa com preocupação. Ficou claro que o menino estava recitando o que seu pai lhe havia dito, mas o mais preocupante era que a criança realmente parecia acreditar nisso. “Isso certamente não é verdade, Severo,” ele rebateu com firmeza. "Já posso dizer que você é um jovem muito atencioso e inteligente, e nós ficaríamos muito felizes em adotá-lo como nosso filho."
Os olhos da criança se estreitaram com desconfiança. “Meu pai diz que sou inútil e uma perda de espaço, e ele teria me afogado quando nasci se não tivesse sido enfeitiçado por minha mãe. Não vejo por que vocês iriam querer se preocupar comigo — afirmou ele, desconfiado.
“Tobias é um mentiroso horrível e cruel, e ele merece cada minuto de sua sentença em Azkaban por tratar você como ele tratou,” Euphemia comentou sombriamente. Ele suavizou o tom ao ver a expressão ansiosa da criança. "Severo, eu sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas já me importo muito com você. Ficaria honrada em ser sua mãe."
Severo ficou quieto enquanto examinava atentamente os olhos castanhos da mulher, procurando cuidadosamente por qualquer sinal de engano. Depois de um minuto, ele timidamente quebrou o silêncio, não encontrando nada além de sinceridade. “Vocês realmente me querem? Sério?" ele sussurrou em voz baixa, soando pela primeira vez como o garotinho que ele era.
O casal assentiu resolutamente. “Sim, Severo. Nós realmente queremos você como nosso filho.”
Severo, ainda processando a magnitude da mudança em sua vida, apenas assentiu. Não tinha palavras para expressar completamente a gratidão e a surpresa que sentia.
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Forever Changed
Fanfic.... Sente que está vendo vermelho. Como um pai poderia fazer isso com esse menino? Como ele poderia machucar esse garoto incrível e brilhante que ele deveria amar e proteger? Como Tobias e Eillen Snape puderam colocar esse garoto em tal situação? C...