Carta Cinco

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Carta número cinco 

Cinco meses após o término

Querida Tatum, 

Eu espero que essa seja a última vez que eu escrevo sobre e para você.

Estou no nosso bar, sim, aquele que você conseguiu provar ser mais legal do que eu até na droga da bebida que você pediu. Não há muito o que falar pra você agora. Eu estou sentada no nosso maldito lugar, pedindo pro Jorge a maldita bebida sem uma maldita loira, você, do meu lado. 

Já perdi as contas de quantas bebidas eu ingeri antes de estar aqui, talvez seja isso que tenha me levado até esse lugar em específico. Assim que entrei recebi um cavalo de troia, eu estava esperando um lugar agradável pra beber até cair e, ao invés disso, eu recebi nossas memórias. Isso tudo me faz questionar, o que é pior: ter uma chance e estragá-la ou nunca ter uma chance de fato. 

Eu queria ter uma chance para o Eu e Você virar um Nós de novo. Eu queria ter mais tempo, mas não posso pedir por isso agora. Eu estou machucada e você também. Te desconhecer poderia significar a chance de nunca te perder, afinal, não se sente saudade de algo que nunca aconteceu, não se dorme pensando em quem você não conhece e não amou e o melhor. não se derrama uma lágrima por uma burrice que você nunca vai ter a chance de cometer e o pior de tudo, não é possível perder algo que nunca lhe pertenceu. Eu nunca teria que lidar com a dor da sua partida se algum dia você não tivesse chegado.

Por favor, jamais cometa o erro de acreditar que quando não estou contigo não estou lutando por ti, porque eu estou. Todo santo dia da minha vida eu deixo separado seu lugar no meu coração mesmo sabendo que você não vai voltar. Toda noite eu durmo do mesmo lado da cama apenas pela sensação de que a qualquer minuto você vai mandar mensagem avisando que está chegando e que não que seu lado esteja "quente", como você dizia. Eu preciso dessa sensação de pertencimento a algo, a alguém, a você. 

Toda noite eu olho para o céu e peço para as estrelas que você continue aqui, que você volte para mim e escolha ficar. Talvez um dia tudo dê certo, talvez um dia tudo se ajeite, tudo faça sentido. Talvez um dia eu tenha a chance de colocar a mão em seu ombro e imploro pra você não ir.

Nunca palavras foram tão doídas quanto o teu adeus, assimilar que você não estará até o fim comigo para dizer que me ama. Já que o final disso tudo, se finalizou com um adeus antes do nosso combinado, que seria ficarmos juntas. A saudade não tem voz, mas ela grita incessantemente, e só quem sente, escuta. 

Eu não queria convencê-la a ficar, eu queria que apesar de tudo, quando você fosse livre, que escolhesse ficar, que me escolhesse. Mas, apesar de tudo, ousei olhar para cima e esperar e desejar que, se eu fosse cair de novo, que você fosse minha queda. 

Hoje pensei em você mais do que ontem e menos do que amanhã e acho que assim é a vida. Sonhar contigo tornou-se um pesadelo então aqui estou eu, implorando para que alguém me acorde ou me impeça de dormir. Fomos como poeira no vento o que, diga-se de passagem, é deprimente, uma vez que a poeira se espalha e vai embora, não se juntando de novo. 

Você foi embora acreditando que eu odiava a minha versão contigo, mal sabe você que eu sem você sou pior ainda. Meu maior medo é que você acabe me vendo da mesma forma que eu me vejo. 

Então, se eu puder te pedir uma última coisa é que você jamais mude sua caixa de mensagens, por favor, não me deixe esquecer sua voz. 

Feliz aniversário.

Com todo meu amor e saudade, Leighton.

Notas da Autora:

A Leighton ta num sofrimento terrível né? Parece até que a mulher morreu, quando na real elas só terminaram!

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⏰ Última atualização: Nov 04, 2023 ⏰

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Doze cartas para você - LeightumOnde histórias criam vida. Descubra agora