Capítulo 48: ACONCHEGO

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A noite se seguiu um pouco mais fria que o normal enquanto voltava para casa. Era estranho imaginar que amanhã chegaria na escola e não encontraria nosso querido diretor, que antes nos dava aula e agora, não se encontrava mais entre nós nesse mundo.

— Sinto muito por isso, garoto — Silver diz, sentindo a tristeza que estava impregnada em mim.

Vocês podem achar que é loucura eu sentir tristeza por alguém que não é da minha família, como um tio ou alguém próximo como um primo de segundo grau. Mas ele não era apenas o diretor da escola, mas sim uma pessoa incrível que procurava aconselhar seus alunos, para que fossem pessoas melhores no futuro. E agora ele nos deixou.

— Ele vai fazer tanta falta para nós, Silver — comentei com ele enquanto me direcionava em um dos bancos da praça. Me sentei em um dos bancos virado de costas para o restaurante que havia perto. Estava cabisbaixo, e quando vejo a ambulância subir pela rua ao qual eu estava virado de costas.

— Não vai querer seguir eles, não é? — disse Silver como se quisesse me alertar de algo, mas estivesse ocultando alguma informação. Virou o rosto para outro canto como se quisesse disfarçar que sabia de alguma coisa. Decidi deixar isso quieto, fazendo com que ele me encarasse confuso. — Não está curioso com algo?

— Silver, me desculpa... mas não estou com cabeça para isso, está bem? — falei a ele, que assente em compreensão. Me levantei do banco e desci os poucos degraus que havia ali — três, para ser mais exato — dando início ao meu retorno para casa. — Olha... sinto que se eu não tivesse obtido esses poderes — olhei para minhas mãos, criando uma aura ao redor do meu corpo, já que não havia muita movimentação por ali — acho que o diretor ainda estaria vivo.

— É, mas talvez você teria se machucado em várias ocasiões — ele me lembra dos momentos em que meus sentidos foram rápidos o suficiente para salvarem minha vida. Reflexo, agilidade e força, foram os responsáveis por eu obter o respeito de muitos colegas. — E também, você foi escolhido por sua bravura e coragem.

Eu o encarei como se não entendesse o que queria dizer com aquela história de "coragem e bravura".

— Explica isso — pedi.

Silver conta que ele havia testado a mim e minha irmã para saber qual dos dois teria coragem para defender Sasuke, e que eu mostrei coragem, mesmo tentando manter o medo fora da jogada e não mostrar agressão.

— Mas sabe, eu estava preparado para dar minha vida pelo filhote. — o encarei e sorri. — Então mesmo que você não fosse do bem... mesmo que não fosse um teste, você precisaria estar preparado para apanhar e muito.

Ouço ele rir, parando em seguida.

Estávamos descendo a rua de casa quando sinto algo cair em meu ombro, e depois começou a cair mais e mais, até que iniciou a chuva. Passei pelo portão um pouco molhado e o fechei. Estava ofegante por causa da pouca corrida que fiz agora pouco. Porém ainda precisava correr para entrar em casa.

Ao chegar na varanda de casa, olhei para trás na direção da paisagem que eu era acostumado a vislumbrar, e aquilo me lembrou o quão feliz sou aqui, mas também que eu precisava evoluir ainda mais.

— Carlos? — Clara abre a porta, me vendo de costas. Me virei e forcei um pequeno sorriso. Porém não consegui mais, então virei o rosto. Ela me olha confusa. — Está tudo bem?

Neguei com a cabeça.

Não pensei em nada naquele momento, só queria poder me deitar e ficar na cama a noite inteira, e se pudesse faltar amanhã, faria sem nem questionar.

— Vamos para dentro? Estou com um pouco de frio. — falei a ela, esfregando minhas mãos nos braços unidos. Olhei para Silver, e pedi: — Amanhã a gente conversa, amigo.

Silver Fang: O Guardião do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora