Queria ter coragem pra dizer que sim, mas minha reação foi empurrá-lo. Mal pude ver sua expressão, meus olhos desviaram imediatamente para o homem que entrava no vestiário. Messi tinha entrado há pouco tempo do Paris Saint-Germain, um dos melhores amigos do Ney, sabia também que ele tinha sido seu colega de time no barcelona. Quando ainda éramos amigos, nunca fiquei pensando se ele já tinha sido tão amigo de outro quanto de mim. Eu odiava saber que me incomodava com qualquer pessoa perto dele, mas sempre acreditei ser bom em disfarçar meus ciúmes e se fosse isso por que destruir uma amizade? Nos últimos meses, eu não sei o que estava acontecendo, ele estava com uma namorada a cada semana e toda vez que qualquer um dos nossos amigos citasse nossos nomes, o meu coração parava e mesmo que eu nunca tivessse falado sobre meus sentimentos para ninguém. A insegurança de que existisse alguém no mundo que pudesse lher mente e que saberia o que estou pensando todas as vezes que estamos juntos..
Qual era a possibilidade de eu ser correspondido? Considerando quem eu sou, eu diria 0%. Não sei com vocês, eu digo isso porém todas as vezes que estavamos juntos e rimos, sorriamos e nossos olhos se encontravam. “Será? ” Neymar poderia estar apaixonado por mim, mas depois eu era acordado por meus colegas numa guerra de travesseiros.
A minha adolescência inteira eu questionava essa insatisfação com garotas, elas eram sempre tão frias. Inocentemente eu dizia em como eu prefiria passar meu tempo com meus amigos do que ficar com uma menina, eu gostava dos seus jeitos imaturos e de como eles não eram tão frágeis quanto algumas meninas. Quando eu desconfiei a primeira vez da minha sexualidade, me questionei se aquilo era sobre o como nada hetero eu era. Depois eu descobri que eu curtia garotas, elas só não seriam tão frias e delicadas. E não, isso não significa que depois eu me descobri bissexual, eu nunca quis me definir, sempre fugindo dos questionamentos dos meus colegas e afirmando que eu era hétero. Por que ser nada era bizarro. Eu sei bem o que eu sou, só não quero admitir, não quero dizer “Eu sou bissexual" seria como se eu estivesse mentindo a vida inteira para todos. Não venham com discursos, você pode se descobrir com qualquer idade, eu sei, eu sei que estou sendo homofóbico e não queria isso, eu juro.
Queria estar num livro, filme qualquer coisa. Assim eu teria a esperança de que acabar junto com o amor da minha vida não era impossível, agora supondo que estivéssemos juntos, nunca teriamos liberdade de nos beijar em público. Somos homens e jogadores de futebol, a última coisa pareceu bem pior. Você pode achar que o vôlei é um esporte com muito preconceito, agora imagina o futebol. Definitivamente. Na escola, um garoto não gostar de futebol já é considerado gay por todos.
Naquela noite, aquela noite era mais um dia em que eu fiz a maior besteira da minha vida. O que aconteceu aquela noite fica em segundo porque ainda gostei do beijo. Eu não me lembro muito bem, mas lembro dele me ignorando e depois nós dois no quarto discutimos e eu dizendo que gosto dele esperando que ele me espanque então nós beijamos e hoje de novo.
Ele explorou meu pescoço, beijou aquele maldito chupão, juro que mesmo olhando meu reflexo toda hora não notei. Ele fez até eu lembrar, não até eu empurrar ele e a presença de um dos maiores jogadores do mundo se instalar — Messi. — suspirei fundo enquanto pronunciava seu nome. Ele me ignorou?
— Messi... Vamos, desculpe pela demora. — sua voz me soou triste, não eu estava ouvido e vendo coias que não existiam.
Desde então, os treinos viam ficando estranhamente desconfortáveis. Não estávamos tendo um bom desempenho, nenhum de nós dois e Messi parecia preocupado com meu ex amigo. Enquanto existiam pessoas que quando não tiravam algo da cabeça se davam mais no trabalho, eu era o contrário. Ele seria a mesma coisa.
Como eu faria algo bem quando não conseguia parar de pensar, eu ainda era muito imaturo. A minha profissão tinha que ser a primeira coisa na minha vida e eu estava pondo meus sentimentos acima delas.
Eu esperava temerosamente toda vez que estava com o argentino, sua risada enquanto contava o que aconteceu para os outros jogadores. Não era sobre o beijo, mas sim sobre meus sentimentos. Não relaxaria até ouvir da sua boca que ele não sabia de nada, mas não falaria com ele e com Neymar. Imaginar o que ele poderia fazer comigo, enquanto estamos sozinhos. Mas logo tirei essa ideia da cabeça, eu esperei que o vestiário ficasse sozinho e antes que fosse embora segurei seu braço. Sua expressão surpresa era fofa. — o que?
— sobre o que aconteceu, ele sabe? — A última palavra soou tão baixa que eu quis morrer. Dramático? Sim.
— você só se importa com você. não, ele não sabe! — ele soltou seu braço, saindo, mas eu puxei de novo.
— você pode falar comigo sobre o que aconteceu no vestiário, por que fez aquilo e quando estávamos no quarto, porquê?
Meu rosto queimava, os batimentos do meu coração ficavam descompensados, uma frase sua seria suficiente para mudar tudo. Seria um foda-se grande, foda -se se eu não acredito nisso ou se a possibilidade de dura fosse mínima, mas era tão mínima quanto era o cara que você gosta te corresponder.
A expressão em seu rosto suavizou, aquilo acalmou os batimentos descompensados do meu coração. Ele responderia.
— Não sei se gosto como você gosta de mim, mas eu sei que gosto do seu corpo, de beijar você e se eu tiver uma oportunidade de fazer tudo de novo eu faria sem pensar.
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O por trás da treta de Neymar e Kylian Mbappé
FanficOnde Kylian Mbappé se arrependia e não havia como voltar atrás. [ mbappe x neymar | sadfic ]