Senhor chatice

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- Bom final de semana, Sra

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- Bom final de semana, Sra. Rock - eu disse, abrindo a porta do meu consultório para a minha paciente passar.

A mulher sorri em resposta e por fim, sai do local. Me sento no meu divã confortável, meu dia estava sendo um tédio total, eu tinha tantos problemas e ouvir os problemas dos outros fazia meu psicológico ficar mais conturbado.

- S/n...- ouço a voz de Yuki, olho em direção à porta e vejo só a cabeça dele para o lado de dentro - O senhor gostoso tá na sala de espera.

- Mande-o entrar por favor... - eu digo pegando minha paleta e minha caneta.

Yuki acente com a cabeça e fecha a porta, eu me sento melhor no meu divã e cruzo as pernas, mais uma vez o Sr. Manjiro iria ter uma consulta comigo, calado.

A porta foi aberta passivamente, revelando o platinado de olhos negros.

- Bom dia Senhor Manjiro, sente-se. - eu digo calma.

Ele não respondeu e como sempre, se sentou na minha frente com as pernas um pouquinho abertas, ele deu uma olhada no relógio de minha sala e se manteve quieto.

Veio novamente com suas roupas moletom, uma calça e blusa ambas pretas.

- Como foi sua semana? - perguntei profissional.

Manjiro ficou quieto e apenas encarava algumas plantas e estátuas que eu tinha em meu consultório, perguntei várias outras coisas mas mesmo assim, os abjetos e plantas pareciam bem mais interessantes pra ele.

Ele se tornou meu paciente no mês passado e até agora, tudo que eu sei sobre ele é o silêncio.

- Como o senhor está? - perguntei tentando puxar algum assunto, mas ele fingiu não me ouvir.

Respirei fundo e acalmei meu estresse, tenho que ser profissional.

- O Senhor não tem nada há me dizer? - dei mais uma investida, mas a estátua de cera do cupido parecia mais atraente pra ele. - Foi o que imaginei...

Ficamos em silêncio por um longo tempo, Manjiro olhou em seu relógio dourado no seu pulso e depois voltou a olhar para as esculturas.

- Senhor Manjiro? Deseja alguma coisa? Deseja me contar algo que o aflige? - perguntei na tentativa de receber respostas.

Ele apenas me encarou com o costumeiro semblante neutro, e acenou negativamente com a cabeça e em seguida voltou a encarar o que mais o interessava.

Eu suspirei e olhei para o relógio da parede em cima da porta - atrás de Manjiro -, faltava três minutos para acabar o tempo dele.

O encaro novamente e suspiro, me aconchego melhor no meu divã e troco as minhas pernas de posição deixando agora, a direita por cima.

- Faltam exatamente três minutos para acabar a nossa consulta, o Senhor não tem nada à me dizer? - perguntei, eu queria pelo menos ouvir uma, apenas uma vez a voz dele.

𝑴 𝒆 𝒓 𝒄 𝒆 𝒏 𝒂́ 𝒓 𝒊 𝒂 | 𝑴𝒂𝒏𝒋𝒊𝒓𝒐 𝑺𝒂𝒏𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora