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A iris negra desliza por toda a tela do computador, era uma distração para o Sano. O jogo de vestir e maquiar bonecas era melhor que a sua terapia na opinião do platinado, fazia alguns dias desde que teve sua última consulta.
Se sentia entediado no momento, mesmo com uma pilha de papéis para assinar ao lado.
- Entre. - Foi firme ao ordenar a entrada de quem bateu em sua porta de escritório.
A imagem de Rindou com um tablet o fez ficar mais desinteressado ainda. Pensava que Rindou só veio para importunar o seu juízo.
- Não me diga que é mais serviço. - Mikey põe a mão na cara.
- Não senhor, é informações sobre a sua psicóloga - respondeu Rindou virando a tela do tablet em sua direção.
- Eu não quero saber dessa vaca. - Mikey nem fez questão de olhar o tablet.
- Acho que o interessaria, mas se me permite uma pergunta senhor... Por que tanta raiva?. - perguntou Rindou.
- Essa vaca não cede pra mim, nada, nem mesmo um olhar, se faz de difícil - Mikey diz entre os dentes, mas respira fundo e finalmente olha para o aparelho nas mãos do subordinado — O que é isso?.
- Parece que a sua psicóloga, tem uns probleminhas com um agiota, ou melhor, um "amigo" nosso agiota - Rindou disse sério — Lembra do cara que espancou?.
- Qual deles? - pergunta Mikey desinteressado.
- O que está te devendo, aquele que você ameaçou até a família. - Rindou diz neutro.
Mikey busca em suas memórias, até lembrar.
- Sim, e o que tem? - pergunta Mikey sem entender.
- O motivo pelo qual ele não te pagou ainda, é porque a sua psicóloga não o pagou. - diz Rindou.
- Mas porque ela pegou dinheiro com ele? - pergunta Mikey.
- Quem pegou foi S/p, pai da sua psicóloga, porém ela pegou a dívida do genitor pra ela - Respondeu o rosado.
Mikey encosta as costas na cadeira e pensa com um sorriso irônico no rosto.
Ela se faz de conselheira perfeita mas também tá com merda até o pescoço.
- E não acabou... - Rindou mexe no tablet.
- O que tem mais? Só isso é o suficiente pra eu tirar onda com a cara daquela vadia - Mikey riu e alcançou o copo de vidro, bebendo do líquido dourado.
- Tem certeza que não quer ouvir? - pergunta Rindou.
- Não, me conte - diz Manjiro pondo o copo na mesa com um sorriso de orelha em orelha.
