violenta é minha forma de ser
mergulho em águas turbulentas
ando bugada de viver
minh'alma está em tormentassou,
sou nada mais que um sussurro
sou essa vida torta
um take quebrando a porta
sou um murro, sou um flowdescobri que me desmatei
toda vez que fui contra minha natureza
sou o que sou
sou raiz aérea
sou linha férrea
sou a própria malvadezaquem me guia não dorme
e só passando um informe
pularei os muro de tod'instituição
que pr'eu caminhar um passo
precisei de um tempo, espaço, impulso
e manter os pés em contato com o chãoem toda poesia me rasgo
na tentativa de me por em retalhos
costurar pensamentos cotidianos
mudar de rota
alterar os planostem dias que são assim
de difícil digestão
a cada poesia recitada,um litro de sangue derramado no chão
não estanca essa dor no meu peito
pra quem não tem leito, nem perspectiva
mas já vou enxugar o meu rosto,
que jajá tem um corre e já tô de partidatá pra nascer quem paralisa
quem aprendeu natora e a tora carrega nas costas
todo-dia toda-horasou tantas que não me caibo no peito
aprendendo a ser muitas
incoerente e vasta
já não quero estes dias tristes
as ausências e paradas,
à tudo isso: já basta!
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Poesias de Retalho
PoetryPoesias de Retalho trata-se da junção das poesias de @dizfranzinha - Fran Nascimento. Fran Nascimento é poeta, atriz, social media e produtora cultural na cidade de Sobral/CE. Mulher negra, periférica, de interior. Organizadora e idealizadora do Sl...