OI, TEM UM MINUTO?
Já sentiu a ligeira sensação de ser um peregrino vagando no mundo? De pensar que às vezes só você se indaga sobre as coisas que acontecem enquanto todos as aceitam ou nem percebem? Pois é, eu também.
Ultimamente, tenho parado para refletir sobre muitas coisas. Parece que, conforme vou amadurecendo, meus olhos se abrem a um novo nível de realidade. Coisas que anteriormente eu não conseguia enxergar e que passavam despercebidas. Coisas que só agora, que passei a observar ou comecei a ver com outros olhos, um olhar um pouco mais maduro, parece que ninguém mais vê. Me sinto como naqueles sonhos em que você grita e não sai som, ninguém escuta sua voz. Na vida real, não é muito diferente.
Às vezes, passamos a levantar algumas questões ou queremos fazer alguns projetos que sabemos que farão a diferença de verdade na vida das pessoas. No entanto, não temos o apoio de quem esperávamos. Quando aparecem pessoas que dizem que podemos contar com elas sempre que precisarmos, na verdade, é apenas fogo de palha. Depois de algum tempo, elas acabam desertando porque aquilo não trouxe a fama ou destaque que elas queriam para si. Em alguns casos, não conseguimos fazer com que a sociedade entenda nossa voz e enxergue o quanto isso é relevante. Muitas vezes, acabo chegando à conclusão de que estou ficando meio neurótico. Seria essa a única explicação para tudo isso? É até reconfortante pensar que esse seria o único motivo para as minhas indagações. Mas será que realmente estou? Será que questionar esse fluxo que nos diz que só seremos alguém na vida se tivermos carreiras bem-sucedidas, casa, carro, dinheiro e fama, ou seja, estar dentro da caixa, se não, seremos só mais um que aperta o parafuso para a engrenagem funcionar, está errado?
São pensamentos que não querem mais se esconder, porém, com quem irei reparti-los? Já passa da meia-noite, a quem eu iria mostrá-los? Nessas minhas peregrinações pela vida, eu resolvi escrever cartas anônimas para tirar um pouco desses pensamentos que inundavam minha mente, mas não posso enviá-las aos destinatários, por motivos óbvios! Mas mantê-las guardadas também não ajuda muito. Sinto que preciso de alguma forma mostrá-las a alguém, pois assim de fato irei aliviar e fazer minha voz ser ouvida. No entanto, percebi que a caminhada na vida é muito solitária às vezes. É difícil encontrar alguém que esteja disposto a ouvir ou a sentar-se ao lado e dar um apoio silencioso. Por isso, elas estão escondidas há algum tempo.
Gostaria de propor a você, meu caro leitor, uma ideia que tive nesses meus devaneios noturnos. Após avaliar por algum tempo, cheguei à conclusão de que seria uma experiência produtiva para ambos.
Me empreste seus olhos e ouvidos para que eu possa derramar meus pensamentos guardados. No final, você poderá avaliar se realmente estou ficando meio doido ou se há alguma pontinha de realidade em tudo isso. Caso prossiga com a leitura das próximas páginas, irei considerar que aceitou minha proposta. Assim, darei início à abertura dessas cartas sobre os pensamentos que tenho guardado e espero que, nessa jornada, possamos chegar a alguma conclusão. Esperarei ansioso por sua decisão.
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Reflexões de um peregrino moderno - amostra
Fiction généraleDurante suas peregrinações na vida moderna e no amadurecimento dela, um peregrino se encontra em indagações e reflexões sobre os percalços e situações da vida e a partir disso ele escreve cartas anônimas para seres inanimados como: amizade, sociedad...