"Desculpa, mãe e pai, pelo desgosto que vos vou causar, mas eu tive que sair daqui. Não tentem procurar-me. Eu vou ficar bem. Não chamem a polícia. Eupreciso de recomeçar de novo. Não é vossa culpa, eu juro. Quando eu estiver melhorar, eu volto. Eu vou voltar.
Digam à Alexandra que adoro e que nunca a vou esquecer. Digam ao Daniel que me arrependo de tudo pelo o que o fiz passar.
Adoro-vos.
Vanessa"
Acabei de escrever o bilhete, pondo-o na minha cama. Não achei que estava bom, mas como se diz a alguém que a filha de 12 anos vai fugir de casa?
Olhei em volta para ver se me faltava alguma coisa necessária, apercebendo-me que só faltava o dinheiro que estava debaixo da minha cama. Com muito cuidado para não fazer barulho, baixei-me e puxei os 2000 euros que tinha poupado desde os meus 4 anos. Pus o envelope na minha mochila preta, que continha a minha roupa toda, comida suficiente para uns cinco dias, maquilhagem, o meu laptop e o respetivo carregador, fotografias da minha família e amigos, o meu cartão de cidadão e o meu passaporte falsos. Pondero por momentos levar o telemóvel, mas depois decido que é melhor deixá-lo aqui, pois assim não me conseguem localizar.
Fecho a mochila e, com muito cuidado, saio do meu quarto e desço as escadas, vestido o meu casaco e ponto o gorro do mesmo na cabeça antes de abrir a porta e saindo de casa.
Começo a andar até avistar um táxi. Corro e, por sorte, estava vazio. Entro, fechando a porta.
"Boa noite" A senhora diz-me simpaticamente.
"Boa noite" Tento disfarçar a minha voz, sem sucesso.
"Destino?"
"Aeroporto de Lisboa, por favor"
A senhora assente e começa a conduzir, embora eu perceba que esteja a perguntar-se o porquê de uma rapariga de 12 anos vestida num casaco XXL e calças de fato de treino estar sozinha a meio da noite num táxi a dirigir-se para um aeroporto.
"Desculpe perguntar" Ela de repente diz "Mas que idade tem a menina?"
Tiro o meu cartão de cidadão da mochila e vejo a idade que me puseram. "Uhm, 18"
A taxista faz uma cara de desconfiada, por isso eu acrescento "Tenho um problema de crescimento. Pode ver o meu cartão de cidadão se quiser"
Entrego-lhe o cartão, esperando que ela não perceba que é falso. Ela olha para o cartão e depois assente com a cabeça, continuando a conduzir.
Passado trinta minutos, chegámos ao aeroporto.
"Quanto é?" Perguntei, tirando o envelope da mala.
"Não precisa de pagar." Ela sorri para mim e pisca-me o olho "Parece-me que vai precisar desse dinheiro mais tarde"
Agradeço e saiu do do carro, entrando no grande aeroporto. Olho para o relógio que tinha no meu pulso. 24:00 horas. Suspiro ao saber que não me atrasei.
Dirijo-me até ao balcão mais próximo, vendo um senhor nos seus 30 anos atrás da vitrina, mais a dormir do que acordado. Jackpot.
"Boa noite, eu queria um bilhete para o voo das 24:30 para Austrália"
O homem resmunga, esfregando os olhos e dando-me o bilhete e nem me perguntando pelo meu passaporte. Dei-lhe a quantia exata de 25 euros, apesar de o bilhete ser 60 euros, mas ele não pareceu notar ou importar-se.
"Última chamada para o voo 215" Oiço uma mulher dizer e olho para o grande painel, verificando que este era o meu voo. Dirijo-me até à porta de embarque, olhando para atrás uma última vez.
Isto está a acontecer.
Isto está mesmo a acontecer.
Eu vou ter uma segunda chance.
Não a posso desperdiçar.
Sorri aos meus pensamentos e voltei-me para a porta de embarque, entrando no meu avião.
Olá!
Aqui está a minha primeira fic em português! YAY
Estou muito contente com os planos que tenho para esta história.
Espero que gostem deste prológo.
Adeuss
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fugitiva // LRH
أدب الهواة"Eu não escolhi a vida de fugitiva, a vida de fugitiva escolheu-me" "Não podes estar a falar a sério" Esta história é ficcional. Todos os eventos foram inventados por mim. Por favor não copiem.