a diferença entre nós- Scorlily

Capítulo 5

- Eu  gosto de você de verdade
Eu congelo e minhas batidas cardíacas triplicam, "não ele não pode gostar de mim! Nem pensar! Meu Deus é meu fim, isso não pode acontecer" tudo que eu penso me deixa mais nervosa e quando vejo só estou encarando ele assustada
-Tá tudo bem Lilu? Ele me pergunta usando o apelido que é exclusivo dele
-Você disse o que?!?! Eu deveria ter certeza que ouvi o que ouvi
-Que eu gosto de você ué, não me diga que você não gosta de mim... ele diz indignado
Meu coração está na boca
-É... Scor-Scorpius eu gaguejo
-O que foi? A gente não é amigo?
-É-É respondo nervosa
-Então... você é uma ótima amiga e eu gosto da nossa amizade sabe, você é legal
Um suspiro de alívio escapa por mim
- Ah claro amigos hahaha. Rio nervosa
- Você achou que era o que ? Antes que eu pudesse responder a sua pergunta, o professor começa a aula- Salva pela aula. Ele diz irônico, e eu deixo escapar um sorriso ingênuo, odeio admitir mas sinto falta da nossa amizade, de estar perto dele e rir ingenuamente
E odeio dizer também mas Scorpius é L-I-N-D-O, mas eu sempre soube disso, desde sempre ele tinha aquela maçã de rosto marcada e era alto e esbelto, o cabelo loiro sempre fez contraste com seus olhos azuis. Malfoy tinha algo especial, e isso não me faz ser apaixonada nele ou coisa do tipo, mas precisava ser sincera. Reparo em suas sardas quase invisíveis enquanto ele mexe na planta dada pelo professor, ele me olha e sorri, e é inegável seu charme
O decorrer da aula acontece da maneira correta, como deve ser. Risadas e conversas com a minha dupla me tiram o fôlego, e ainda fizemos o trabalho muito bem
-Bom vamos entregar então o nosso trabalho? Eu pergunto
-Ah você quis dizer o meu trabalho? Até por que a donzela não quis sujar a mão. Ele rebate
- Ah mas olha as minhas mãos. Coloco elas sobre as dele - São delicadas para mexer com terra
Ele ri enquanto acaricia elas, e eu deixo escapar uma risada, mas somos interrompidos por meu irmão mais velho
- Você vai dar encima da minha irmã, na minha frente? Alvo diz entre risos
- Que isso cara, todo o respeito. Ele diz e tira suas mãos das minhas, rindo também
- Cara a gente tem que ir, se quisermos ver aquelas garotas do sétimo ano saindo. Alvo diz para Malfoy como se fosse uma missão importante
-Ah sim! Lily você pode entregar o trabalho? Ele diz já quase no corredor
-Claro eu entrego o MEU trabalho. Digo irônica vendo ele sair, sem resposta ele apenas mostra o dedo do meio pra mim e eu rio, por uma hora eu me distrai de tudo... é incrível como o Scor tem esse poder, e agora tudo que eu queria é que não houvesse uma grande diferença entre nós, e que eu pudesse ser seu amigo, sem pensar no seu sobrenome.
Aulas e Aulas preenchem meu dia, já na última aula antes do jantar está eu e Rose assistindo o professor Slughorn explicar o dever de casa, estou cansada de tudo aquilo então decido sair para me distrair um pouco
- Professor posso ir ao banheiro? Eu pergunto já em pé, Slughorn me ama e sempre sou convidada para os seus jantares, e em particular eu o adoro
-Não Lily,já está no final do dia... Daqui a pouco vocês vão sair para jantar... ele volta sua atenção para o caldeirão. Já não sei se gosto tanto assim do Slughorn, eu só queria passear um pouco não aguentava mais
-Mas professor não dá para esperar! É óbvio que eu estou mentindo, mas é a maneira
- Ah então vá logo. Ele diz mexendo as mão nervosas
E então para sustentar minha desculpa saio correndo e só vejo Rose balançar a cabeça negativamente. Um passeio pelos corredores é tudo o que preciso, os ventos levam meu cabelo ruivo para trás e o cheiro de grama molhada da chuva entram em mim, Hogwarts é encantadora e pode ter sido muito perigosa, mas hoje parece um refúgio para mim, se não fossem as aulas eu moraria ali para sempre,decido então ir ao corujal ver a Trix. O caminho até lá é tranquilo,percebo que a aula já havia terminado ao ouvir passos fortes dos alunos, estou preste a entrar no corredor quando escuto duas vozes ofegantes.
- Eu quero você por cima de mim. A voz feminina fala
-Você pode vir se quiser A voz masculina avisa
Escuto um barulho de gaiola, eles devem ter esbarrado ali
E eu decido abrir um pouco a porta com medo de me arrepender e encontro  Daisy Parkinson e Harry Collins, um Lufano filho de trouxas, se beijando,pra valer.
E se tem uma regra que a diretora gosta de falar e seguir é "PROIBIDO QUALQUER TIPO DE INTERAÇÃO ROMÂNTICA EM AMBIENTES ESCOLARES"
E eu estou chocada. E não me arrependi.
- uau que cena! Eu digo rindo e entrando na sala, que está repleta de corujas
- Lilian?!?!  Daisy pergunta
- Alguém está encrencada...
- Por favor não conte nada. Ela diz de joelho nos meus pés implorando
- Desculpa "amiga" mas não há jeito, agora se não querem se meter em mais confusão eu sugiro saírem daqui. De preferência bem vestidos
- Eu te peço qualquer coisa. Suplica Harry
- Não há o que fazer querido... Quem mandou se pegarem em ambiente escolar, vocês nem tem consciência? Tadinha das corujas. Eu vou em direção a Trix antes de concluir meu discurso- Depois disso vou deixar a minha no meu dormitorio. Pego a gaiola da minha filha e vou em direção a saída, quando ela me para.
-A diretora sabe que não foi a detenção ontem? Ela diz e me olha sarcástica, como se isso mudasse tudo. Tadinha. Pelo menos ela tentou.
-Boa tentativa Daisy, mas ela sabe, eu estava passando mal ontem. Sua expressão muda novamente e agora sim saio triunfante, "as meninas vão adorar saber disso" é só o que penso, vou até a sala comunal deixo minha coruja e me despeço dela com um beijo, indo agora até o salão principal, posso falar para diretora depois, agora quem precisa saber são as garotas
Chego no salão, e o jantar já havia começado, sento no meu lugar e conto para Rose, Bri e Maddy sobre o que ouvi e vi. Dominique aparece, e ouve uma parte, mas depois vai embora quando a diretora a chama, como se ela já soubesse, e já deveria mesmo.
Elas prestam super atenção, riem e comentam. Quando olho situações como essas, reparo o quão bom é viver assim: Jovem e Fútil. Onde a sua única preocupação é se sua amiga vai saber a nova fofoca. E desejo viver nesses momentos para sempre.
- Eu acho melhor você contar logo antes que ela vá e te desminta. Maddy conselha  e Rose concorda
- Vou fazer isso agora, saio correndo em direção a Diretora Minerva e no caminho escuto Brianna me incentivar : "Acaba com ela" ela grita. Em frente a mesa dos professores, respiro me preparando para meu golpe contra aquela cobra da Daisy.
- Diretora, posso ter sua atenção um pouco? É algo de seu interesse, a respeito das regras da escola, ou melhor do descumprimento delas. Eu digo interrompendo o seu jantar
- Seja breve. Ela pede me dando permissão.
- Então... Hoje eu estava caminhando pelos corredores, vindo até o jantar, quando decidi passar para ver minha coruja, inocentemente, quando me deparei com Daisy Parkinson e Harry Collins se pegando... Digo essa parte final quase em um sussurro
- Como é?
-Se beijando e quase transando. Tudo bem eu aumentei um pouco
A expressão da diretora muda e ela fica séria, ajeita o óculos e me olha no fundo dos olhos, como se fosse capaz de saber todos os meus maiores pecados
- Potter isso é muito sério... Está falando a verdade?
- Nunca mentiria a respeito disso diretora, quando eu cheguei estavam lá... animados, um desrespeito!
-Lily... não está fazendo isso para prejudicar a Daisy?
- Não diretora! Juro pelo avô Potter  mortinho. Ela olha para mim com atenção- Se ele não já estivesse né, bom então pelo meu pai mortinho. Se é que ele é capaz de morrer. Termino de falar
- Tudo bem eu acredito, obrigada por informar Lily... Ela balança a cabeça negativamente- Tomarei as medidas certas, agora se eu souber que está fazendo isso para fazer mal a garota,você verá!
-Estou falando sério, sem brincadeira alguma
- Tudo bem, agora vá jantar... ela me dá permissão para ir mas me puxa pelo braço quando eu viro.Ah Lilian e antes que eu esqueça, seu pai pediu para te entregar e essa para o seu irmão, entregue por favor. A diretora pega algo ao seu lado e me entrega. É uma carta. Tudo pode estar ali escrito naquela carta, decido lê-la só mais tarde. Vou até a mesa da Slyterin e entrego a carta a Alvo. Scorpius me dá um oi discreto e eu retribuo, eu sei que deveria me afastar dele, mas simplesmente não consigo. Pelo menos não agora.
Volto a mesa da Gryffindor e sou surpreendida quando a minha prima Roxanne, filha do tio George, me puxa para um abraço
- Oh meu Deus você nem falou comigo direito! Ela exclama
-Desculpe, eu realmente não te vi! Eu respondo e realmente não havia, Roxanne e eu éramos tão próximas quanto meu pai e o Tio Rony sempre foram,até que quando ela entrou em Hogwarts,no mesmo ano que eu, foi selecionada para a Corvinal... e lá fez várias amigas metidas, que mudaram ela... agora eu só falo com ela nos encontros da família. Até o seu irmão Fred, fala isso... que a irmã havia ficado chata e mimada- Vamos nos falar melhor... Sabe notícias do vovô?
- Ah bem... meu pai disse que mandaria hoje, mas não recebi nada ainda, só soube que ele havia piorado... e acho que soube também né. Bom mas não conte para a chata da Rose... a mamãe dela quer poupar ela de sofrer e só que dar uma notícia quando algo realmente acontecer hahahahah a mãe precisa super proteger ela- ela ri alto e me lembro por que não falo mais com ela
-Bom já vou indo. Eu digo e saio andando com cara de nojo, quando vejo Dominique consolando o irmão mais novo do primeiro ano Louis, também da Corvinal, ele chorava muito e ela também... eu imaginava o que poderia ser, mas nem quis aceitar. Peguei a carta na mão, a escrita era do meu pai, tentei apenas ignorar e fui em direção a minha mesa para terminar de jantar.
-Ah você também recebeu uma carta? Hugo me diz acompanhando o meu passo- A diretora me deu uma carta da minha mãe... será que aconteceu alguma coisa? Ele diz inocentemente
- Espero que não. É a única coisa que consigo dizer, sento na mesa e Rose já não está mais lá.
- Sabe, vocês vão para Hogsmead amanhã? Fred puxa assunto comigo e as meninas que ainda estavam lá
-Talvez, por que? Brianna pergunta virando para ele
- Se forem vão se deparar com a melhor pegadinha do século! Direto da loja do meu pai, nem está vendendo ainda. Ele diz orgulhoso, enquanto eu termino de beber suco de abóbora
-Olha lá em Fred... não vai querer repetir de ano de novo. Fred costumava ser da sala do meu irmão James, até que ele repetiu o 7 ano
- Nunca priminha.
- Bom gente eu já vou indo tá? Boa noite para vocês... quem sabe eu vou amanhã para Hogsmead... digo saindo, não estou realmente cansada, mas a carta pesa mais que o sono. Me dirigi ao dormitório e encontro Alvo no corredor
- Você já leu a sua? Ele pergunta, respondo negativamente e ele prossegue- Nem eu, boa noite maninha.
Subo as escadas e chego no salão comunal, sem tempo a perder subo as escadas em direção ao meu dormitório e escuto um barulho estranho, abro a fresta da porta e me deparo com Rose chorando no chão.
Meu coração dispara, e escuto um zumbido no ouvido. Com as mãos trêmulas pego a carta do bolso, abro com dificuldade e leio as primeiras palavras

" Minha amada filha,
É com dor no coração que te conto que seu avô não resistiu..."

Não leio o resto, saio correndo pelo salão comunal e todos me olham. Não poderia encarar a Rose, não poderia encarar esse problema. As lágrimas que saem dos meus olhos são diferentes das anteriores. Dessa vez eu sinto um soco no estômago, tudo está tremendo. Eu paro, vou desmaiar. Decido correr mais um pouco. Rapidamente penso para onde vou, e decido não ter um destino. Isso não esta acontecendo, uma vontade sobe em mim, queria ter visto ele mais, queria ter digo eu te amo antes, queria estar com a minha mãe.
Quando vejo estou na torre de astronomia, mas não sou a única, minha visão está embaçada e não reconheço quem é até que escuto uma voz
-Ei Lilu? Scorpius.- Ei calma calma, você está bem ?
- vou cair. É a única coisa que consigo dizer ele me segura e me põem sentada ao seu lado. Começo a enxergar melhor e vejo seu rosto preocupado
- O que aconteceu? Você está palid-Antes que ele termine de falar eu abraço ele com força e ele retribui, um silêncio entre nós surge, seu corpo está quente e consigo sentir seu perfume forte.
- Foi assim que você se sentiu? Como se tivessem tirado seu coração...Eu digo quebrando o silêncio
- Do que você está falando? Ele pergunta
- Ele não está mais aqui Scor... nunca mais. Eu digo entre choros
- Ele quem Lilu? Ele diz ainda me abraçando e com paciência como se falasse com uma criança, logo me sinto pequena e frágil
- Meu avô. Eu digo e choro mais ainda
- Foi... bem assim nas duas vezes... ele diz com uma voz chorosa
-Duas?
- A primeira quando meu pai foi contra o meu avô, falando que não ia me criar como ele foi criado... meu avô então disse que preferia não ter neto algum a mim, criado sem a cultura do sangue puro, e então ele disse que eu havia morrido para ele.... Ele respirou fundo- Agora toda vez que ele me vê, me olha como se eu fosse um verme. Seus olhos estão marejados, mas ele continua- A segunda quando minha mãe morreu de câncer- ele está chorando
-Ele não vai me ver nos jogos... não vai mais estar nos Natais, nunca mais.
- É claro que ele vai te ver Lilu... ele diz com calma e me aninha em seu corpo- está vendo lá em cima no céu? Ele vai estar lá de cima, te vendo, todos os dias assim como minha mãe me vê...
- Igual meu avô Potter?
- Igual Lily, igual
- E ele vai ter muito orgulho de você! Se você for forte para ajudar seus primos
- Não consigo Scor, não consigo...
- Você quer que eu faça alguma coisa?
-Não apenas fique aqui. Eu digo e ele me aninha mais, e ficamos lá por horas olhando pro céu, sem que ninguém nos veja, na torre de astronomia, eu estou chorando, mas por algum motivo estar perto dele me faz me sentir bem melhor, bem melhor do que antes.
-Lily é melhor irmos antes que alguém nos veja aqui, Já são 3 horas da manhã
- Scor...tenho uma coisa para te dizer...
Eai gente! Capítulo grande para compensar o tempo! Curtiram? Então deixa o 💚