Os olhos avelã encaravam o céu tomado por nuvens escuras, com um sentimento de preocupação surgindo em seu interior. Queria chegar o mais rápido possível em seu trabalho, e queria ao menos chegar seca até lá.
Era inverno, o rigoroso inverno inglês que a garota tentava driblar para chegar seca no local de trabalho, o que foi em vão assim que desceu do metrô e começou a caminhar em direção ao condomínio chique há alguns metros da estação. A chuva caía grossa, tão grossa que penetrava o casaco grosso que a garota usava para se proteger do frio. Começou a correr, foi uma tarefa difícil para a jovem sedentária que era, mas chegou em seu trabalho, molhada, ofegante e tremendo como um pinscher raivoso. Como sempre, se dirigiu a porta dos fundos e correu para a área dos serviçais, tratando rapidamente de tirar as peças molhadas e vestir seu habitual uniforme de empregada, uma calça e um blusa na cor cinza.
Era esse um dos seus diversos empregos. Precisava daquilo para sobreviver naquela cidade enorme e fria. Trabalhava como empregada das 8:00 da manhã até as 16:00 da tarde. e das 18:00 até as 02:00 da madrugada em um pub não tão grande na cidade. E também, pintava quadros sob encomenda. A faculdade estava trancada, cursava nutrição até dois meses atrás, mas não conseguiu arcar com as despesas e teve de fazer o que fez. Conseguiu emprego de empregada em uma mansão através de uma amiga da faculdade, pouco mais de 3 meses e por ali estava. Era cansativo, porque ter que limpar diariamente uma casa gigante como aquela cansava, e quando digo gigante, é gigante mesmo! Todavia, no momento era o que tinha para si. Dava seu melhor naquele emprego, porque realmente precisava dele e acima de tudo, ganhava até que bem. Embora fosse cansativo, íris ficaria por ali até quando conseguisse algo melhor — o que seria uma tarefa complicada, porque não tinha formação alguma.
Assim que entrou na cozinha, sorriu cumprimentando as outras 3 empregadas que ali trabalhavam, e a governanta da casa, era ela que as instruíam aos deveres da mansão. Todas ouviram atentamente a cada detalhe do serviço destinado a cada uma, o dia seria mais cheio que o costume. Aparentemente, Trent Alexander, estava voltando dos jogos da Copa do Mundo no Qatar, e junto dele, seus companheiros de seleção também e iriam todos comer na casa do mencionado a cima. Cozinhar para tantos rapazes assim seria uma tarefa difícil, e Íris notoiu isso assim que entrou na cozinha e viu o tanto de alimento em cima do balcão e graças a Deus e o dinheiro daquela família, haviam dois chefes profissionais ali e mais dois auxiliares. Seus cabelos ruivos estavam presos em coque, e uma faixa preta adornava sua cabeça.
Lavando as mãos, a garota começou o trabalho separando calmamente cada alimento por vez, lavando cada legume e separando as folhas das hortaliças ali. Poderia parecer fácil, mas era tanta coisa que a tarefa se tornava complicada. Lavou bem cada legume, e se preparou para a próxima etapa. Arrumaria a mesa de jantar.—Oh céus, Íris! Deixe-me ajudar. — sorriu fraco para a governanta, que lhe tomou metade da pilha de pratos que carregava nos braços, levando com a jovem até a sala de jantar, que ficava alguns metros da cozinha. — Muito bem, cuidado garotinha. — a senhora Jung sorriu fraco, era uma coreana baixinha e um pouco gordinha, que pelo o que Íris sabia trabalhava com aquela família há uns 15 anos.
—Obrigada, senhora. — Íris disse, simpática e sorriu, voltando a cozinha para pegar as taças. — Porque essa casa tem de ser tão enorme assim? — sussurrou para si mesma, tendo que ir e vim diversas vezes para carregar talheres, taças e tudo o que levaria na mesa de jantar.
Íris inicou seu trabalho na mesa, colocando uma toalha em cor bege sobre a extensa mesa. Em seguida, os sousplats em um marrom clarinha feito de crochê, para só então distribuir os pratos sobre a mesa. E em seguida os talheres, as taças e copos e os adornos nas mesas, tudo havia sido escolhido pela senhora Jung, mas Íris percebeu que seria uma mesa mais informal do que de outras vezes que ela arrumou ali. Tendo terminado seu serviço na mesa, olhou para a a bancada de mármore a frente da mesma, e começou a retirar todos os objetos ali de cima para poder limpar cada pedaço do mármore escuro. Tirando aquelas esculturas com o maior cuidado — já que uma peça daquela valia o dobro da casa em que ela residia —, começou a limpar cada cantinho deixando a bancada brilhando. Com tamanho cuidado, ela voltou a posicionar as peças de cerâmica sobre a bancada. Com toda a calma do mundo, Íris varria e passava o mop sobre o porcelanato branco, e ele parecia ter ficado ainda mais branco e brilhoso após o trabalho da jovem.
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𝓢𝓪𝓵𝓾𝓼 - Alexander Arnold
Romance"Você precisava de ajuda e ninguém te ouvia. Meu trabalho deveria ser somente limpar sua moradia, mas foi muito além do que esperávamos e você me disse que eu era sua salvação, Alexander Arnold." Para conseguir sobreviver na fria Liverpool, Íris tra...