Noite No Sagrado

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Liphoria

Estava andando pelo imenso salão do sagrado, mas conhecido como a morada dos deuses, os deuses sejam eles homens ou mulheres moram aqui e convivem em união, isto inclui eu e minha mãe.

Morgana, como bem conhecida pelos humanos, é a deusa da guerra.

Eu sempre a admirei e muito tanto como mãe como a deusa que magnífica que era, fazia isso mesmo antes de sequer saber a verdadeira importância de sua existência e a imensidão de seu poder.

Eu, assim como minha mãe, também sou uma deusa, a deusa da honestidade e justiça.
Existem diversos outros deuses que moram no sagrado, alguns que tenho afeições, outros inimizade e até mesmo as exceções pelo qual eu os abomino.

Em geral, viver no sagrado e uma experiência calma e passiva, a maioria do tempo se não estou em alguma missão importante, visitando a terra ou ouvindo a súplica de algum sudito, ou súdita minha, eu então fico apenas em meu quarto aproveitando a paz.

Hoje meu dia estava sendo tedioso e quieto até que então fui convocada assim como todos os outros deuses para aparecer no salão principal do sagrado.

Desde que cheguei tudo ficou um pouco silencioso, mas isso não foi algo que durou muito já que sinto alguém tocar meu ombro, vejo que se trata de Felícia, a deusa do amor e da beleza.

- Saudações Liphoria querida, como tem passado você e sua casa?- abro um imenso sorriso levando a taça de vinho a boca.

- Todos estão bem felizmente- noto que minha companheira está com uma taça também em suas mãos, levanto meu olhar focando nela novamente- e a sua?

- Igualmente- eu então levantei levemente uma sobrancelha e inclinei a cabeça, Felícia então começa a passar seu indicador ao redor da taça- alguma novidade dos seus templos e de seus fiéis súditos mortais?

Respirei fundo desmanchando lentamente meu sorriso no rosto, mortais era um termo que nunca me agradou, ele me faz remeter a inferioridade, mas eu nunca vi os humanos como seres inferiores a mim, os deuses possuem vantagens claro, mas ainda assim eles tinham suas importâncias.

Confesso que recebi conselhos de minha mãe para não me apegar a nenhum ser humano, mas eu simplesmente inconscientemente ignorei esta regra, sinto apenas afeição, carinho e amor por eles, para mim, humanos são seres inteligentes e bastante criativos quando querem.

- Tudo normal, você sabe, pessoas pedindo para que eu conserte alguma injustiça em suas vidas, ajuda para ter sua vida em ordem, este tipo de coisas- Felícia então suspira e sorri deixando a taça na mesa e levando a mão na cintura.

- Minhas súditas estão uma loucura nesta época do ano, estão pedindo desesperadamente mais até que o normal para que eu lhes enviem o parceiro ideal, chega às vezes a ser cansativo porque eu sempre sei quem vai pedir e oque vai pedir, afinal são sempre os mesmo- eu então sorrio.

- E você as atende?- ela então inclina a cabeça e ajusta sua postura.

- Na realidade, estou tentando ensinar a elas a terem amor-próprio antes de pensarem em terem qualquer relacionamento amoroso ou sexual- eu então arregalo de leve meus olhos.

- Isso não poderia soar para elas como se você estivesse as enganando?-ela então começou a rir e muito.

- Enganar elas? Não eu estou salvando elas- eu então sorri e balancei a cabeça.

Peguei então uma taça de vinho e notei que Felícia pegou sua bebida.

Ficamos lado a lado e observávamos juntas os deuses que passavam na nossa frente, Felícia arregalou de leve os olhos e então se virou para mesa ficando de costa para alguma coisa, virei meu rosto para ela com o cenho franzido e levando a bebida a boca.

Eterno e Sagrado AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora