Momentos

II:CAPÍTULO VIII

Querido querido
Toque-me amor (querido querido)
Querido querido
abrace-me amor (querido querido)
Você parece uma estrela de cinema
Mas eu sem quem você é
E amor, o mínimo que eu digo
Você é uma fera cruel

- ABBA

☆

Passo 2/3/4 ou seja lá qual for porque nem Edmundo entendeu a droga daquela receita. Após um mês com a folha de mandragora intacta em sua boca, ele precisou tira-lá e colocar em um frasco de cristal para receber a luz da lua cheia, felizmente hoje é um bom dia e o céu a noite está limpo, se estivesse nublado e sem lua, teria que recomeçar o processo tudo novamente com a folha na boca por um mês. Edmundo se preparou bem e checou os tempos e fases da lua para tudo isso, ele é o melhor aluno em astronomia por uma razão.

Edmundo não consegue ser capaz de explicar a dificuldade que foi ficar com aquela maldita folha na boca, ele precisou usar feitiços para manter a boca limpa porque não poderia escovar, teve que comer com mais cuidado porque ele não podia engolir ou a folha não poderia sequer passar um pouco para fora da sua boca, se isso acontecesse teria que recomeçar tudo de novo.

Caspian já está melhor, ele só teve um arranhão na perna e o susto fez com que ficasse em estado de choque sem poder se mexer por algumas horas. Após sua saída da enfermaria, ele foi recebido por um Edmundo próximo a cada minuto mesmo que em seu interior gritava para correr e ficar longe. Edmundo nunca foi bom em resolver problemas do tipo, depois da noite em que começou a pensar que Caspian estaria com medo dele pelos pensamentos assustadores, também teve as frases ditas pelo mais velho, tudo isso o deixou confuso e com vontade de se fechar para poder pensar muito no que fazer.

Caspian gostava muito de demonstrar que se sentia seguro, Edmundo tem uma ideia que se seu namorado sabe a sua insegurança e vontade de se afastar e por isso se manteve perto durante grande parte do tempo. Caspian procurava Edmundo na biblioteca, no salão comunal, nos treinos de quadribol, em alguns jogos onde ele ficava grande parte do tempo com a boca aberta o olhando, Edmundo sorria convencido por ter os olhares de Caspian para si por mais que os ignorava pelo desconforto de várias pessoas em volta.

Edmundo tem a certeza que a pessoa que ficou mais feliz ao ouvir sua voz depois de um mês foi Caspian, ele sorriu abertamente e seus olhos brilhavam, além de fazer perguntas e dar motivos para Edmundo falar mais que o normal, as vezes o deixava quieto por medo de sentir alguma dor na garganta e Edmundo apreciou isso. Mas a pessoa que mais ficou infeliz foi Eustace, ele não teve mais a oportunidade de se livrar dos doces escondidos, o que foi uma alegria e tanto para o Corvino.

Segundo passo da poção realizada, terceiro foi colocar um fio do seu cabelo no frasco, feito. Quarto foi colocar uma colher de chá feita de prata e colher um orvalho de um lugar que nunca foi tocado por sete dias inteiros pelo sol e não ter sido pisado por nenhum humano, nesse caso teve uma pequena ajudinha do tio Dogory que pesquisou e o recomendou bons lugares para poder colher o necessário, tudo isso passado em uma carta que Edmundo precisou ler em códigos, estava em Alemão, Eustace foi quem leu já que seu pai sabe essa linguagem e ele foi obrigado a aprender.

Próximo passo foi o mais nojento, acrescentar uma crisálida de uma aquerôntia. Edmundo fez várias caretas quando Lúcia chegou com uma vasilha com vários dos insetos e o questionou para que seria, Edmundo precisou mentir falando que seria para um projeto de poções. O corvino teve arrepios por todo corpo ao pensar que terá que beber algo com inseto dentro, bruxos sangue-puros com certeza devem estar acostumado mas não ele. Claro, ele está acostumado com isso devido as aulas de poções mas isso não significa que ele aceite isso, Edmundo sempre foi um pouco contra a idéia de usar insetos em poções, ele já perdeu quarenta pontos para sua casa exatamente porque se recusou a usar, infelizmente foi obrigado a aceitar para não perder mais pontos.