Com tudo arranjado para o final de ano. Ana será surpreendida com uma oportunidade de emprego no mais famoso time de futebol em Barcelona mas o que ela não esperava, é que Gavi iria fazer seu expediente começar antes do previsto, faltando horas para...
Há doze horas atrás estava em Los Angeles, mas acredito que meus dias por lá tenham chegado ao fim. Se a algumas horas minha vida fosse expressa por um jogo de videogame, seria o botão de pausa — respeitando o padrão americano de viver — não pense que é soberba minha. Tenho muito o que agradecer à primeira cidade que me recebeu nessa peripécia de estudar em uma universidade internacional. E essa era a vantagem, "transferência de câmpus" para assim rodar o mundo fazendo o que mais amo. E esse tal amor foi crucial para esta decisão, parecia fácil, mas tem horas que a solidão aperta e de repente as ruas de LA eram escuras e sem vida. Precisava superar o meu coração que lá foi quebrado, precisava me arriscar a viver novas experiências e me reconstruir. Até porque, tenho apenas 21 anos e a propósito, me chamo Ana. Para onde estou indo? Para Espanha, Barcelona sendo mais específica, o que me trás aqui é o mesmo motivo que me tirou do Brasil: minha faculdade e minha exagerada vontade de aproveitar a vida. Não me considero aventureira. O que vivo hoje é fruto de uma longa jornada de desafios, momentos felizes e outros nem tanto. E que está por continuar, mas agora: em solo hispânico.
Gavi's pov
Há doze horas atrás eu perdi o pênalti que levaria o Barcelona para a final do campeonato espanhol. Muitas coisas estão passando pela minha cabeça, deveria estar dormindo, mas não consigo. Pedri me ligou agora pouco, ele sabe como tenho dificuldade em lidar com derrotas, não pense que é soberba minha. Tenho estado neste time desde que comecei minha carreira como jogador, cresci e vivo a paixão de muitos jovens. Viver do futebol é o meu sonho que se tornou realidade, mas para chegar até aqui abri mão de muitas experiências. Não que eu esteja arrependido, mas o meu nível de cobrança depois de uma derrota se torna ainda maior. Como pude falhar em algo que é a minha prioridade desde que me conheço por gente? Nunca dividi a minha escolha pelo futebol com mais nada. Minha mãe diz que isso ainda vai me deixar doente, ela e minha irmã sempre fizeram de tudo para que mesmo com essa rotina sobrecarregada, não me faltasse momentos em que eu fosse o Gavi "filho e irmão" e não o jogador de futebol. E eu até me importo com isso tudo, mas sou tão novo, tenho 22 anos. Existo em momentos difíceis como esse, em que me decepciono, me assusto e crio incertezas para minha carreira, mas no fundo há uma certeza que me leva a continuar fazendo história no futebol.