Capítulo 3

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Harry estava decidido a fazer a terceira sessão funcionar. Sem distrações, sem conversas ociosas. Ele precisava chamar Draco com mais frequência, pelo menos uma vez por semana, para ser levado a sério. Além disso, isso significava duas ou três horas a menos de sexo durante a semana, mas pelo menos era algo - nove a doze horas por mês.

A segunda coisa foi criar e tentar impor estratégias na rotina de Draco. O terceiro estava esperando pelos resultados - infelizmente. Não havia muito que ele pudesse fazer e, como não havia risco de vida (provavelmente), ele não tinha permissão para monitorá-lo fora das sessões de terapia.

— Potter.

Harry não pulou dessa vez, Draco tinha a tendência de aparecer em seu escritório cinco minutos atrasado ou quinze minutos adiantado sem avisar.

— Ei, como você tem estado?

— Tudo bem, eu acho. — O pé de Draco tremeu.

— Tudo bem? — Harry se recostou na cadeira, inclinando a cabeça curiosamente.

Draco suspirou. — Pansy está com raiva porque eu não estou melhorando e saiu furiosa comigo hoje de manhã.

— A frustração das pessoas ao seu redor é comum e não vale a pena pensar. Nós vamos ajudá-lo a superar isso, não importa o que aconteça. Ela não entende como é o vício, ela não pode julgá-lo por lutar contra uma força desconhecida.

A mandíbula de Draco tremeu. — Sim. Obrigado.

Harry assentiu, estudando Draco por alguns momentos. — Eu estive pensando... eu acho que você deveria começar a vir ao meu escritório com mais frequência.

— Você quer dizer para mais sessões de terapia? — Draco olhou para cima, suas sobrancelhas franzidas e o joelho empurrando para o lado levemente.

— Sim, pelo menos uma sessão extra por semana. Nossos compromissos são muito dispersos e não acho que seja possível para mim ajudar com tão pouco... Contribuição, principalmente onde isso é obrigatório.

Draco franziu a testa. — Bem... Se você acha que vai ajudar, claro.

— Ótimo. Existe um dia e hora que funciona melhor para você?

— Mesma hora- três- e talvez quinta-feira?

— Tudo bem.

Harry espiou por cima dos óculos para olhar a tela, marcando outro horário antes de deslizar de volta para olhar para Draco. — Ok. Então, nas duas últimas sessões, não fizemos muito. Elas estão mais focadas em deixar você confortável perto de mim e no meu consultório- você acha que podemos progredir para algo mais avançado agora?

Os lábios de Draco franziram, olhando para o chão e se mexendo em seu assento enquanto sua mão esquerda se contraía levemente. — Quero dizer... eu acho...

Harry franziu a testa, movendo-se ligeiramente para a frente. — O que há de errado, Draco?

O loiro piscou, parecendo levemente atordoado antes de balançar a cabeça levemente. — Nada, nada. Qual é o primeiro passo para esse... avanço?

Harry franziu a testa. — Bem, primeiro precisamos tentar descobrir por que isso começou e depois passamos para os mecanismos de enfrentamento.

— Quando isso começou, — Draco repetiu, seu tom oco. — Eu- Bem, tenho conhecimento do motivo, mas não me lembro de quando exatamente começou.

— Isso é incrível- a maioria das pessoas não tem ideia e é preciso muito cavar. É bom que você seja autoconsciente. Isso é um sinal incrível. Você se importa de me dizer?

Draco esfregou a nuca. — Sexto ano, de volta à escola - antes disso, na verdade, mas a parte do sexo não começou até então. Eu desejava muito alguém, mas sabia que nunca poderia tê-lo, então comecei a dormir com outras pessoas para tentar preencher esse vazio. Ainda estou tentando preencher essa lacuna, mas sei que nunca vai funcionar porque não é ele. Isso me distrai da dor e me permite fingir felicidade por um momento. É uma sensação boa e faz a dor da minha infância desaparecer, mesmo que por apenas alguns minutos. — Ele fez uma pausa e Harry ficou em silêncio, esperando que ele continuasse. — Sabe, Goyle ficou viciado em opioides. Depois que Crabbe faleceu. Eles eram como irmãos um do outro, e ele fazia isso para aliviar a dor. Ele faleceu há três anos. Ele teve uma overdose e morreu no meu banheiro enquanto eu preparava uma poção calmante para ele.

— É por isso que você não toma analgésicos, — Harry afirmou suavemente, mas era mais uma pergunta. Draco assentiu, parecendo miserável. Seu joelho estremeceu.

— Eu fumo às vezes- só maconha de vez em quando, às vezes com Pansy. Me ajuda a dormir e relaxar. Mas é só.

Harry assentiu lentamente, contemplando. — Gostaria de alguma coisa? Comida? Uma bebida?

— O que eu gostaria é que isso parasse, — o loiro bufou, mas quebrou no meio. Ele desviou o olhar, apertando os olhos fechados, obviamente tentando não chorar.

Harry franziu os lábios. Isso não ia funcionar. Ele sabia que esta não era a melhor maneira de ajudar Draco. Ele se levantou, chamando a atenção do loiro de volta para ele. — Vamos tomar um café.

— O-o quê?

— Um café, — Harry respondeu simplesmente, pegando seu telefone e carteira. — Distrair sua mente disso um pouco.

— Isso não é contra, tipo, o protocolo? — Draco questionou, mas ele já estava de pé. Harry sorriu.

— Você realmente não achou que eu seria chato o suficiente para seguir as regras agora, não é? Vamos Malfoy, eu sou Harry Potter. Eu já disse que não sou chato.

Os lábios de Draco se abriram em um leve sorriso, apesar do peso em seus olhos. — Tudo bem, Potter. Você me convenceu.

Eles seguiram para um café próximo, um lugar pitoresco, mas movimentado, com luzes amareladas, assentos confortáveis ​​e mesas gastas pelo acabamento brilhante. Harry levou Draco até uma mesa no canto, colocando sua jaqueta ao lado dele no banco e seu telefone e carteira na mesa. Quando o garçom se aproximou, Harry teve que limpar a garganta.

Draco estava encarando o homem como um doce ambulante. Mesmo depois que ele ordenou e fingiu desviar o olhar, Harry o pegou olhando para a bunda do homem com o canto do olho, as mãos se contraindo um pouco mais do que normalmente.

— Draco, — Harry brincou, levantando uma sobrancelha. O loiro saiu do transe com um leve salto, corando.

— Err, desculpe. Já se passaram quatorze horas.

Harry empalideceu. — Por que você não me disse isso!? Isso é incrível!

Draco corou, olhando para a mesa. — Não sei, não parecia uma grande conquista.

— Draco, você passou de um a cada- O que, quatro a seis horas para nenhum em quatorze horas? Isso é incrível! Eu nem comecei a ajudá-lo e você está progredindo sozinho, esta é uma conquista incrível.

Draco parecia atordoado, olhando para cima. — Err, sério?

Harry estava radiante. — Absolutamente. Foram apenas duas sessões e meia e você está progredindo.

Draco corou, olhando de volta para a mesa. — Err, obrigado.

O garçom voltou e desta vez, Draco apenas olhou por alguns segundos para agradecê-lo por sua bebida antes de voltar seu olhar para Harry, que tinha um olhar de orgulho em seu rosto.

Draco se sentiu um pouco culpado. Se ao menos Harry soubesse que a razão de Draco não ter feito sexo era porque nada poderia se comparar às fantasias de seu outrora arqui-inimigo, agora terapeuta, levando-o ao esquecimento.

Sex Addiction | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora