Ennoshita coçou os olhos e deu um longo bocejo. Estava cansado de trabalhar desde às sete da manhã sem dar uma pausa. Virou o rosto para o computador, olhou para o relógio, o qual marcava exatamente meio-dia, e soltou um suspiro de alívio ao ver que o horário do seu almoço havia chegado. O beta afastou a cadeira da sua mesa de trabalho e alongou o corpo, ouvindo alguns estalos de seus ossos por estar na mesma posição há muito tempo. Levantou-se, organizou os papéis espalhados sobre a mesa, saiu silenciosamente da sua sala e caminhou a passos calmos em direção ao elevador.
Apertou o botão para descer e esperou poucos segundos até a porta do elevador abrir. Ao entrar no pequeno espaço, ele cumprimentou os funcionários ali presentes e olhou para a pequena televisão que passava as notícias do dia. Nada muito interessante como na maioria das vezes. Atentou para a previsão do tempo, já que estava no outono e as quedas de temperatura eram imprevisíveis. Logo chegou no andar do refeitório, despediu-se dos outros e foi em direção à uma mesa vazia.
Sentou-se, relaxando os músculos, e um garçom veio atendê-lo. Viu o cardápio para saber se havia algo diferente, porém pediu a mesma refeição de sempre: um guioza de carne e um suco de laranja. Assim que o garçom saiu, Ennoshita sentiu o celular vibrar constantemente dentro do bolso de sua calça social. Puxou o aparelho, olhou no visor e deslizou o dedo, atendendo a chamada de vídeo.
— Oi, mãe. — Chikara sorriu sereno quando viu a matriarca sentada no sofá.
— Oi, filho! — ela exclamou do outro lado. — Como você está?
— Um pouco cansado, mas bem. E a senhora? — perguntou. Em seguida, o garçom voltou com o pedido, colocou-o sobre a mesa e Ennoshita lhe agradeceu.
— Estou bem, só seu pai que está enchendo meu saco. — Ela revirou os olhos. Chikara riu e ouviu seu pai dizer algo do outro lado, mas seus ouvidos não captaram a fala. Então ela voltou a dizer: — Sim, você está! Alfa idiota!
Ennoshita balançou a cabeça negativamente, porém já estava acostumado. Sua mãe era uma ômega um tanto temperamental e seu pai fazia de tudo para agradá-la. No entanto, eles discutiam algumas vezes por assuntos bobos, embora logo voltassem a ser o casal amoroso de sempre.
— O que ele fez agora, mãe? — questionou, após engolir um pedaço do guioza e limpar os lábios com um guardanapo.
— Ele está dizendo que eu não faço nada em casa! — esbravejou indignada. Ennoshita mordeu o lábio inferior para conter a risada e se manteve em silêncio. Sabia que seu pai estava falando a verdade, mas não quis contrariar a ômega. — Enfim, quando você vai nos visitar? — perguntou curiosa.
— Eu não sei… — Chikara suspirou pesadamente. Estava sentindo falta dos pais. Desde que se mudou para a cidade atual, não foi visitá-los uma única vez, e isso já fazia quase um mês. — Você sabe que eu não posso ir aí agora.
— Certo — sua mãe bufou. — Quando estiver mais confortável para vir aqui, nos avise. Estamos com saudades. — Ela deu um sorriso terno.
— Eu também estou. — Ennoshita sorriu de volta e olhou o horário, notando que precisava encerrar a chamada, pois iria fazer outras coisas durante seu horário de almoço. — Até mais, mãe. Preciso ir.
— Tchau, filho! — ela falou, e Chikara viu seu pai acenar lá no fundo. Por fim, se despediu dos pais e encerrou a chamada.
Desligou o celular e colocou-o de volta no bolso. Encostou as costas na cadeira e passou as mãos pelo rosto, soltando um suspiro frustrado. Iria olhar a sua agenda para reservar, o quanto antes, um final de semana para ir à casa dos pais, mesmo que estivesse receoso de voltar a sua cidade natal.
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Ensine-me a Amar - Tanaenno
FanficEnnoshita era um beta que detestava qualquer alfa que não fosse seu conhecido, porém isso mudará quando Tanaka Ryuunosuke, um alfa, se tornar seu par no casamento de seus amigos e lhe mostrar uma nova perspectiva. [Também postada no Spirit]