Cinco

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Que merda!

Como? Como? Inferno, mas como caralhos, havia chego nisso? Apressando os passos com a sensação de desequilíbrio, como se as pernas estivessem gelatinosas, Hinata seguiu ao quarto que estava hospedada não só desacreditada do que havia feito como sentindo-se a pior irmã do mundo. Moleque idiota! Seu cunhado não passava um moleque, aquele codinome leite ninho. Caralho! Como?! Como uma mulher madura, tão experiente nessa porra de vida, aliás, muito bem casada, se deixa levar pelas investidas de um garoto?! Céus... e como se não pudesse piorar, o maldito era o marido da sua irmã! Arghh, onde você estava com a cabeça Hinata? Onde?!

Maldito Uzumaki! Contudo, a culpa seria somente dele? Porque não era de agora que o clima esquisito, suspeito, nada condizente com seus relacionamentos, estava acontecendo. Enganou-se ao achar que ele havia crescido, foi bem tola ao imaginar que o miserável havia se tornado um homem maduro, pai de família... Hunf, pelo visto era ainda o mesmo insolente de antes. Homens, homens... E o pior de tudo que não dava para culpá-lo somente. O que irá fazer Hinata? Como conviverá com tal culpa? E que tipo de irmã você é? Que merda tinha feito! O compungimento - remorso, arrependimento - latejava em sua cabeça mais do que o efeito sombrio do álcool. Poderia colocar a culpa na bebida? Poderia?

...

Naruto subiu as escadas pensativo, apesar de sentir-se afoito, empolgado e excitado, em seu âmago batia também uma culpa maldita que fazia uma junção desgraçada com o medo da grande burrada que havia feito. Por isso, em frente à sua porta, respirou ainda mais fundo, sentindo seu peito subindo e descendo com a respiração rápida devido ao delito cometido. Anos e anos haviam se passado, mas aquele sentimento pela mais velha ainda existia, um sentimento que acreditou ser somente um entusiasmo, atração, fascínio; uma paixão de moleque. Porém, não, aos 24 anos continuava sentindo a mesma adoração pela Hinata. O tempo passou e a atitude dela de nunca ter lhe dado uma brecha, deixa-o com a mesma sensação de frustração. Inferno, muito embora tenha rolado o beijo, estavam alterados, cheio de álcool no corpo... Por mais que tenha sido retribuído, a atitude partiu dele, que muito excitado investiu, jogou verde e acabou ganhando o lascivo beijo de sua cunhada. Hinata... maldita Hyūga mais velha! Porra, culpado, culpado, não havia outra definição para o estado de espírito agora; a culpa e a angústia falando mais alto, droga!

E pensando no merda que tinha sido, lembrava de sua esposa, a única vítima nesse história toda. Hanabi não era um prêmio de consolação, amava sua esposa e sua família, contudo, era um homem com total consciência que as circunstâncias na vida deles, aconteceram rápido demais. Portanto, que a verdade seja dita, pelo ritmo de Nabi e sua vontade imperiosa de se aventurar, talvez se ela não tivesse engravidado, não teria nem se casado. Hana era uma pássaro, do tipo silvestre, e o maior motivo de estarem juntos era Akira, o pequeno de um amor novato, que tinha muitas coisas pela frente, mas que também foi capaz mudá-los, principalmente, a Hyūga mais nova. Dizem que um filho muda a vida de uma mulher, e realmente a mudou, a tornou entre aspas, responsável, porém, não anula o fato que assim como Naruto, ambos eram jovens tentando fazer aquilo dar certo; tentando entrar para as estatísticas de casais que se conheceram, e viveram para sempre, mas nem sempre o sempre é pra sempre.

Tal constatação tinha como exemplo o que tinha feito, perdendo o total controle de si, momento onde parou de pensar com a cabeça de cima - muitas das vezes oca, diga-se de passagem -, e se levando pela cabeça de baixo, pelo seu desejo carnal. Entretanto, será que era só isso? A forma que Hinata sempre o deixou fanático, muitas das vezes tão perto, mas tão longe. Independente da sua idade, maturidade, escolhas, seria perpetuamente um garoto sonhador e apaixonado pela Hyūga mais velha.

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