Seis

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Poucas situações nos fazem refletir sobre nossas vidas ou até mesmo como iremos prosseguir diante a uma situação muito relevante. Afinal, somos propensos a fazer merdas diariamente, com uma constância que se pararmos para pensar, chegamos a nos assustar. A vida constrói oportunidades, delas aproveitamos, aceitamos ou recusamos. Por vezes, ficamos relutantes, tementes, somos prudentes, fiéis aos nossos ideais, contudo, há também situações que avacalhamos — por assim dizer, nos perdemos no personagem — fazemos mais merdas do que pode ser descrito em um livrinho de julgamentos. Bem, temos a escolha e da escolha sejamos cientes que terá consequências e Naruto, diante a todo essas divagações que persistem em sua mente, engoliu a seco e decidiu adentrar o espaço, ciente, muito ciente do que poderia ocorrer ali. 

— Amor… estou em casa, vou entrar no banheiro também — Como quem não quer nada, falou um tanto nervoso. Criar uma cena, seria perfeito para parecer aquilo pura coincidência, embora, realmente tenha sido por um instante, agora não passava de uma safadeza e sem vergonhice desmedida. 

Hinata, que acabava de enxaguar seus cabelos, arregou os olhos e paralisou. O que faria? Deveria falar algo? Por kami, que diabos! 

— Naruto… kami… — balbuciou, devido ao nervosismo. A barriga gelava, a boca seca e os olhos arregalados persistiram quando virou o rosto e vislumbrou o homem nu parado na entrada do box do banheiro. O olhar de cobiça, numa junção bem desgraçada do corpo atlético, gostoso… fizeram seu corpo dar uma leve esquentada. Não deveria, mas, foi algo instantâneo, estranhamente natural… Kami, o que estava acontecendo?!

— Hinata, caralho… — descarado, sendo um maldito escroto, homem merda, ele permaneceu parado, cafasgestemente se perdendo nos deliciosos traços da Hyūga mais velha. Puta merda, os pensamentos foram a mil por hora!, olha o tanto que a milf era gostosona. Chega a ser maldade com ele, maldade demais e, puta merda, o filho da mãe que resistisse era um maldito fodido. Porque, qualquer homem na sua situação — mesmo que se recusasse muito —, estaria duro feito pedra. Aliás, não se orgulhava muito disso, contudo, não se culpava, afinal, homem visual do jeito que era não tinha consciência de como faria o pau ficar mole diante a visão que estava tendo. 

— Saia, por favor, sai! — um grito bem agudo saiu dos lábios da Hyūga, estava tão constrangida, tão envergonhada e por todos os caralhos, com um queimor percorrendo seu corpo que ultrapassa a inibidex que sentia, era carnal, lhe excitava a visão do seu cunhado, assim como a circunstância. 

Água do chuveiro, perfume floral do condicionador que acabara de passar nos cabelos, o olhar, a cobiça, a fome com que lhe era fitada a desestabilizou. 

— Hina… — ele a viu ali, acuada, tampando suas partes expostas como pôde e logo percebeu que não, deveria aceitar o pedido dela. Não poderia dar tanta vazão ao desejo, embora a vontade explícita, estampada no seu olhar azulado, ele não deveria! — E-eu… por kami, o que faz aqui, Hina? — desviando o olhar e saindo do cubículo, sentia uma frustração característica, esperava outra coisa ao entrar naquele box. Mas, e aí? Iria se agarrar com sua cunhada e foder ali mesmo? Era isso, Naruto? Isso mesmo que desejava e imaginava? Tais pensamentos o fez balançar a cabeça, abrindo um sorriso contido nos lábios. 

— O chuveiro do quarto estragou e… — a morena franziu o cenho — quer saber?! Não te interessa, cubra-se! Eu estou saindo… — um tanto exasperada. Nem ao menos reconheceu os pensamentos sujos que acabou de ter. Desejou… e como desejou que seu cunhado fosse um pouco mais ousado, ao ponto de ignorar o seu pedido e, em vez de se afastar, se aproximasse mais e mais dela. Colando seus corpos… Droga! Que droga de irmã estava sendo? Puta que pariu, nunca pensou que um homem, um simples homem — ainda mais tão jovem —, quase um moleque, fosse desestabilizá-la de tal maneira. Caralho, ao ponto de fazê-la desejar o pecado! Kami…

A irmã mais velha Onde histórias criam vida. Descubra agora