Capítulo 2

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Por que aquilo que tememos acaba acontecendo? Eu a vi uma vez e não queria voltar a vê-la e lá estava ela, do meu lado. Eu nem sabia seu nome, nem quantos anos tinha, muito menos sabia o que fazia da vida. Só sei que sua presença me irritava, ou talvez eu não admitisse que ela realmente mexesse comigo, me causava sensações que há um tempo não sentia.

- Vamos lá Imbatíveis! - ela gritou atrapalhando meus pensamentos.

- Eu não acredito que você torça para esse time!

Ela parecia não se importar com nada enquanto devorava um saco de pipoca.

- Ah, Finalmente! Você sabe falar. - ela revidou - Não tem costume de conversar com as pessoas não, ou só abre essa boca para contar historinhas medíocres? - ela se vangloriava.

- Só converso com pessoas que conheço e eu não sei nada sobre você. - fui pertinente.

Ficamos quase trinta minutos sem conversar desde que esbarramos um no outro e tivemos um momento muito embaraçoso do qual eu fiquei me sentindo um otário por ter falando aquelas coisas para ela na praça.

- Então, vamos falar sobre o que eu sei de você. - insistiu.

Até parece meu pai. Vamos ficar em silêncio, o silêncio é tão bom, é tão silencioso e é a certeza que não vou falar besteira.

- Você não sabe nada sobre mim.

Ri por dentro, pois sai vitorioso dessa, pelo menos foi o que eu acreditava.

- Sei que você torce pelos Poderosos. - continuou com um sorriso travesso.

Um a um pra ela.

Resolvi não dar atenção pra ela. Estava perdendo grande parte do jogo só de ter dado alguns minutos de minha atenção para a estranha, deixei-a de lado e voltei minha atenção para o jogo e meu time fez uma cesta.

- Isso. - Levantei e gritei feliz assim como os outros torcedores e logo que voltei a me senta no banco senti uma leve cutucada no meu braço.

Não é possível meu Deus. Eu sou tão bonzinho, não merece isso.

- Fala. - me virei para a garota ao lado.

- Quando um time de futebol marca ponto as pessoas gritam gol... – aquela garota não estava a fim de me deixar em paz mesmo - por quê no basquete as pessoas não gritam cesta?

- Não sei. Não pergunta pra mim, pergunta pra quem inventou as regras.

Falei impaciente tentando fazer com que ela se calasse e pensado no que ela disse comecei a achar que ela tinha razão, é raro alguém gritar cesta quando é feito ponto no basquete, é claro, com exceção do narrador, quase ninguém fala isso.

- Para quem disse que não conversa com desconhecidos você está se saindo muito mal.

Ela tem o dom de tirar qualquer um do sério. Eu não faço ideia porque eu comece anotar o placar quando a conheci, então para não esquecer, está dois a um pra ela.

- Espera aí! Você vem assistir a um jogo de basquete e não sabe nada? - questionei.

- Não. Eu vi uma multidão em uma fila e resolvi entrar pra ver o que era.

- Vai me dizer que sua curiosidade te leva a qualquer lugar que tenha filas e multidões? - ironizei.

- É bem isso. - expressou divertindo-se - Acho que multidões aguçam minha curiosidade.

Ela estava tirando uma com minha cara, mas até que achei a história dela intrigante e interessante, então acabei cedendo e entrei na conversa dela, só para ver até onde essa história iria.

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⏰ Última atualização: Jan 08, 2023 ⏰

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Coração de Lizzie - Série Quando o Amor Alcançar 1Onde histórias criam vida. Descubra agora