Por que aquilo que tememos acaba acontecendo? Eu a vi uma vez e não queria voltar a vê-la e lá estava ela, do meu lado. Eu nem sabia seu nome, nem quantos anos tinha, muito menos sabia o que fazia da vida. Só sei que sua presença me irritava, ou talvez eu não admitisse que ela realmente mexesse comigo, me causava sensações que há um tempo não sentia.
- Vamos lá Imbatíveis! - ela gritou atrapalhando meus pensamentos.
- Eu não acredito que você torça para esse time!
Ela parecia não se importar com nada enquanto devorava um saco de pipoca.
- Ah, Finalmente! Você sabe falar. - ela revidou - Não tem costume de conversar com as pessoas não, ou só abre essa boca para contar historinhas medíocres? - ela se vangloriava.
- Só converso com pessoas que conheço e eu não sei nada sobre você. - fui pertinente.
Ficamos quase trinta minutos sem conversar desde que esbarramos um no outro e tivemos um momento muito embaraçoso do qual eu fiquei me sentindo um otário por ter falando aquelas coisas para ela na praça.
- Então, vamos falar sobre o que eu sei de você. - insistiu.
Até parece meu pai. Vamos ficar em silêncio, o silêncio é tão bom, é tão silencioso e é a certeza que não vou falar besteira.
- Você não sabe nada sobre mim.
Ri por dentro, pois sai vitorioso dessa, pelo menos foi o que eu acreditava.
- Sei que você torce pelos Poderosos. - continuou com um sorriso travesso.
Um a um pra ela.
Resolvi não dar atenção pra ela. Estava perdendo grande parte do jogo só de ter dado alguns minutos de minha atenção para a estranha, deixei-a de lado e voltei minha atenção para o jogo e meu time fez uma cesta.
- Isso. - Levantei e gritei feliz assim como os outros torcedores e logo que voltei a me senta no banco senti uma leve cutucada no meu braço.
Não é possível meu Deus. Eu sou tão bonzinho, não merece isso.
- Fala. - me virei para a garota ao lado.
- Quando um time de futebol marca ponto as pessoas gritam gol... – aquela garota não estava a fim de me deixar em paz mesmo - por quê no basquete as pessoas não gritam cesta?
- Não sei. Não pergunta pra mim, pergunta pra quem inventou as regras.
Falei impaciente tentando fazer com que ela se calasse e pensado no que ela disse comecei a achar que ela tinha razão, é raro alguém gritar cesta quando é feito ponto no basquete, é claro, com exceção do narrador, quase ninguém fala isso.
- Para quem disse que não conversa com desconhecidos você está se saindo muito mal.
Ela tem o dom de tirar qualquer um do sério. Eu não faço ideia porque eu comece anotar o placar quando a conheci, então para não esquecer, está dois a um pra ela.
- Espera aí! Você vem assistir a um jogo de basquete e não sabe nada? - questionei.
- Não. Eu vi uma multidão em uma fila e resolvi entrar pra ver o que era.
- Vai me dizer que sua curiosidade te leva a qualquer lugar que tenha filas e multidões? - ironizei.
- É bem isso. - expressou divertindo-se - Acho que multidões aguçam minha curiosidade.
Ela estava tirando uma com minha cara, mas até que achei a história dela intrigante e interessante, então acabei cedendo e entrei na conversa dela, só para ver até onde essa história iria.
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Coração de Lizzie - Série Quando o Amor Alcançar 1
RomanceUm longo ano se passou após o trágico acidente que levou a vida de Lizzie. Álvaro, seu namorado, seguiu se culpando pela sua morte. A perda, a dor e a culpa fizeram com que o jovem fechasse as portas do seu coração para o amor. Aquele jovem tão ativ...