Profundamente Difíceis!

5 1 0
                                    

Seu quadril avantajado e sensual balançava de um lado para outro, hipnotizando a todos enquanto andava pelos corredores do templo de seu pai. É assim que ela é, Afrodite. A Deusa do Amor. Sua essência é cativar, arrebatar.

Seu vestido de seda, cor creme, há deixava ainda mais sedutora. A sofisticação daquela peça de roupa só ressaltava aquelas belas curvas ainda mais. Ela era conhecida por sua extravagância e elegância, mas ela não se importava, já que ela não vivia da opinião alheia.

Seus passos eram calculados e suaves, quase impossíveis de não serem notados. Existe uma bruma de mistério, luxúria e serenidade envolta da bela mulher.

O decote generoso na parte frontal e nas costas de seu vestido arranca suspiros da classe masculina presente ao seu redor, o que só a faz se sentir ainda mais poderosa.

Ela caminha agora por entre o vasto jardim olimpiano, sem saber ao certo o que fazer, já que todos os seus trabalhos amorosos já haviam sido executados.

Se há uma coisa que Afrodite detesta mais que traição, é monotonia. O que no momento é o que ela está sentindo, o que só fazia seu humor azedar consideravelmente.

— Afrodite. – Ela ouve seu nome ser chamado, e se vira de imediato, reconhecendo o dono da bela voz.

Apolo.

Seu sorriso é mais que faceiro, se igualando ao sorriso galanteador do deus-sol.

— O que desejas, Apolo? – Pergunta, um tanto quanto curiosa, já que da última vez que se viram brigaram arduamente.

Motivo? Um amor mal resolvido que aparentemente era culpa dela.

"Ele entrou em um rompente de fúria no templo da deusa do amor, ato que ela não gostou.

— Eu quero que você pare agora de brincar com meus sentimentos, Afrodite. – Exige o deus-médico.

Ela se levanta de seu sofá em formato de "L", completamente atordoada e irritada.

Algumas de suas filhas se encontravam naquele cômodo, mas logo saíram fugidas e assustadas, já que a irá de um deus ninguém é burro o bastante para tentar frear.

— Do que estas falando?

— Pare, eu não quero mais amá-la. Eu não quero mais amá-la...

O deus-sol estava atordoado, furioso e infeliz. Tudo isso por causa de mais uma de suas muitas brigas com Ártemis, sua gêmea, a lua. Só que desta vez, ela deixará bem claro que não o queria mais por perto. Nunca mais.

Afrodite suspira, já entendendo o porquê daquela fúria toda dele.

— Mais uma briga? – Ela suprime um suspiro. – Vocês são como cão e gato.

Ele nada diz, apenas fecha os olhos fortemente, tentando conter a dor de cabeça que ameaça lhe abater. É sempre assim, uma hora estão bem e na seguinte, completamente distante e infelizes. Para Apolo, este jogo de gato e rato com seu coração já durou milênios demais.

Ela é tudo o que ele quer, e tudo o que não pode ter.

Afrodite o puxa para se sentar em seu sofá, colocando a mão em seu ombro. A túnica branca dele é do mais puro e caro linho e está completamente amarrotada. Já seus cabelos dourados sempre tão bem penteados, estão bagunçados, em uma rara ocasião de desleixo com sua aparência. Ela se compadece de seu estado atordoado.

— Me conte o que aconteceu. – Pede, gentilmente.

Ele se sente desolado, precisava desabafar com alguém, e sua fúria já estava passando. Se manter furioso por muito tempo não era uma de suas melhores habilidades. Principalmente com a única pessoa com quem ele podia falar abertamente sobre seus sentimentos.

I Love You... Te Quiero!Onde histórias criam vida. Descubra agora