22 - I really hate my life.

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- Pai? Me assustei ao vê-lo.

- Onde você estava? - Ele disse com a voz calma. mas mesmo assim dava para ver que ele estava puto da vida, em nenhum momento ele tirou o jornal de seu rosto.

- E-eu... - Droga, não conseguia dizer nada.

- FALA, S/N.Ele gritou, atirando o jornal longe e vindo em minha direção. Vivian riu.

- Você não vai me dizer onde você estava? - Ele perguntava me olhando com certa fúria, chegava a ser doloroso.

- Eu estava... Pensei. Na casa de Maya.  - Menti legal, ou será que eu deveria dizer que eu estava me envolvendo com um gangster inconsequente e eu estava na casa dele? Não, esquece.

- Ah, na casa de Maya? - Ele disse ainda
desconfiado.

- Obvio que ela está mentindo, amor. - Vivian se pronunciou.

- Cala a boca, vadia. Volta para a sua esquina. - Gritei.

- Olha o respeito, S/n. - Meu pai me repreendeu. - As vezes eu acho que eu fiz algo errado em relação à sua criação. Ele disse respirando fundo e aquilo me doeu.

- Mas enfim, ligue para Maya, quero ver se é verdade. Droga, fodeu a porra toda. Maya não estava falando comigo, não sei se ela iria me acobertar, não sei nem se ela iria me atender. Peguei meu celular com as mãos super trêmulas, eu estava mais do que fodida, Gavi nem precisaria se dar o trabalho de me matar, meu pai já faria isso. Ele não tirava os olhos de mim em nenhum momento, apenas esperando eu fazer a tal ligação. Liguei, chamou. Mas so chamava mesmo, ela não me atendia.

- Atendeu? - Ele perguntou.

- Você ouviu algum "alo"? - O cortei. Liguei novamente, e ela não atendia, liguei mais uma vez e nada. Amém, Senhor.

- Pai. ela deve estar dormindo. Dê um tempo, por favor. Senti um alivio me percorrer.

- Ligue de novo. - Vivian disse, incrível como ela só queria ferrar com a minha vida.

- Não se meta, mas que droga. - Disse irritada com tudo.

- Ok, s/n... - Meu pai falou - Eu vou dormir, estou super cansado, mas amanhã é outro dia. Aquilo soou como uma ameaça.

Deitei em minha cama perdida em pensamentos bons e ruins, eu estava exausta, então adormeci. Mais um dia que eu não estava nem um pouco a fim de enfrentar. Levantei quase caindo de tanto sono, e o pior era que aquela escola era turno integral, eu não merecia tudo isso. Fiz minha higiene, vesti-me, peguei minhas coisas as quais eu lembrei que eu havia deixado em algum lugar da sala no terrivel dia anterior.

Peguei uma maça de leve na cozinha, pois eu não havia tempo e nem pique para um café da manhã reforçado. Logo lembrei que meu carro não estava na garagem, estava com Gavi. Merda, será que meu pai havia visto? Claro que havia, até porque ele sempre saia antes de mim, seria mais outra coisa da qual ele me cobraria à noite. Eu desejava não voltar.

Mas agora a questão era: como eu iria para a porcaria da escola? Eu só me fodo nessa vida, era impressionante isso, eu poderia ser uma adolescente normal, mas não, parecia que isso não era possível. Depois que eu conheci Gavi tudo virou do avesso. Tudo mesmo.

A escola era longe, realmente longe, so de carro dava uns 30 minutos, imagina se eu pegasse um Ônibus, chegaría lá em minha formatura. Comecei a caminhar pela rua, pensando numa possibilidade de ir para aquela joca, óbvio que eu ia ter que ir até
o apartamento de Gavi e talvez pegar uma carona com ele, era o jeito. Ouvi o barulho de uma buzina e quase não acreditei quando vi o humilde carro de Gavi.

- Você não acha que vai chegar naquela escola indo a pé, né? - Ele disse sarcástico, como sempre.

- Se uma bicha raivosa não tivesse arranhado meu carro, talvez eu não estivesse nessa situação. - Disse brava.

𝐏𝐨𝐬𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐯𝐞 - 𝐏𝐚𝐛𝐥𝐨 𝐆𝐚𝐯𝐢𝐫𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora