dezenove

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—Sobre oque sua mãe estava falando?– Erick falou enquanto ficamos olhando Blair no carrossel.

—Eu quero Blair comigo e quero sua guarda, mas minha mãe só vai me dá a guarda da Blair se eu me casar com você– aceno sorrindo para Blair e encarando feio o Erick.

—Não é uma má ideia– fala olhando para o carrossel e também acena para Blair.

—Não é uma má ideia para você, eu estou com uma pessoa e estou feliz com isso– ele me encarou e eu fiz o mesmo.

—É ele né? O tal Timothée– ele nem disfarçou sua insatisfação.

—Não contei para ninguém ainda, então é melhor ficar calado– ele levanta suas duas mãos em forma de rendição.

—Seria importante para Blair ter nos dois juntos quando ficar sabendo de tudo, você sabe disso– fala cruzando os braços olhando para frente.

—Tem meios melhores para lidar com isso, casar com você está na minha última, devia se casar com a minha mãe vocês tem o mesmo pensamento– o carrossel para e eu vou pegar Blair.

—Que tal a gente dá uma volta no shopping e depois almoçar?– Erick diz ficando agachado na altura dela.

—Naquele restaurante que tem brinquedos– ela fala dando um pequeno sorriso.

—Sim senhora– Erick pega ela e coloca no seus ombros.

Ele colocou Blair na cadeirinha atrás e eu me sentei no banco da frente. Erick dá partida com o carro e eu aproveito para ligar pra Timothée.

—Oi, como que estão as coisas?– perguntei assim que atendo o telefone.

—Vou passar para Elaine– diz sem responder a minha pergunta.

—Elizabeth, onde você ta?– Elaine diz berrando no telefone.

—Tô indo para um responder almoçar e depois vou para casa– falo olhando para janela.

—Timothée não é tão chato, dá para suportar ele– falou e eu reviro os olhos.

—Não tá no viva voz né? James não falou nada até agora– digo já sabendo que ele falaria alguma coisa.

—Tô aqui querida– escuto sua voz e eu dou uma risada.

—Passa para Timothée por favor, amo vocês– eles se despediu e passou o telefone para meu namorado.

—Oi– pelo tom de voz ele tava zangado.

—Tá zangado comigo?– perguntei e eu posso escutar seu suspiro.

—Não tô zangado, é que você não me avisou que iria sair com o seu ex namorado e com a Blair– fiquei em silêncio olhando para meus pés– Eu vi as fotos, estão parecendo uma família de verdade– fala mais calmo.

—Não era para acontecer isso, ia explicar quando chegar em casa– digo mordendo meu lábio inferior ansiosa.

—Tudo bem, tchau– ele desligou o telefone sem esperar uma resposta minha.

Coloco o telefone no meu colo irritada, eu sempre faço tudo errado. Erick me olhou pelo canto do olho e depois voltou sua atenção para a rua movimentada.

Chegamos no restaurante e Blair correu para o playground, sentamos mais perto dos brinquedos pra ficar de olho na Blair. Fizemos o pedido e fiquei mexendo no celular para me distrair.

—Sua mãe me chamou para assistir seu desfile– Erick diz e eu olho para ele.

—Você vai?–

—Sim, é seu sonho e quero ver de perto– deu um sorriso pequeno encostando na cadeira.

—Me passa o nome da sua psicóloga, tô precisando desse milagre que ela fez em você– forço um sorriso e ele revira seus olhos.

—Engraçadinha– diz devolvendo o sorriso falso.

As comidas chegaram depois de alguns minutos e chamei Blair para comer. Depois ele pagou conta porque eu nem insiste em pagar a conta, próxima parada era na casa da minha mãe e de lá eu ia embora.

—Estão entregues– Erick fala parando na sala de estar com Blair no colo.

—Gostei de sair com vocês dois, podemos fazer isso de novo?– o tadinha, mal sabe ela que eu e Erick ficamos trocando farpas disfarçadamente.

—Claro meu amor– deixo um beijo na sua bochecha– Agora eu preciso ir– deixo outro beijo na testa dela e pego minha bolsa.

—Elizabeth– olho para Erick– Foi bom você ter ido– deu um sorriso pequeno.

—Também gostei de ir, deu pra te atura– dou um sorriso antes de sair do apartamento.

Abri a porta do apartamento e Elaine correu para me abraçar, por causa do impacto a gente cai no chão. Solto um gemido de dor e ela se levantou de cima de mim.

—Também senti saudades– falo me sentando no chão.

—A insuportável chegou– James provoca e vem me ajudar levantar do chão.

—Vou te jogar daqui de cima– ele me abraçou e girou comigo no colo.

—É chata mas eu senti falta– bagunça meu cabelo e eu dou um tapa no seu ombro.

—Também senti sua falta, embuste–

—Agora conta oque você queria me falar– Elaine cruza os braços e eu olho para Timothée.

—Vamos conversar no quarto– puxei ela para o meu quarto e fechei a porta.

Começei a contar tudo, até os mínimos detalhes. Ela ficou quieta mas ficou atenta a cada palavra que eu falava. Seus olhos ficaram vermelhos quando não aguentei segurar o choro.

—Desculpa por não te contar antes, você é a minha única e melhor amiga devia ter te contado antes mas eu estava envergonhada– ela diz nada só me abraça.

—Tá tudo bem, eu amo você e não precisava ficar envergonhada para me contar nada– fala com a voz falha.

—Eu também amo você– afundei meu rosto no seu ombro.

Ficamos abraçadas e chorando no ombro uma da outra durante um bom tempo, James ficou preocupado com a demora e entrou no quarto. Ele não perguntou nada e só entrou no abraço.

Esse momento vai ficar na minha cabeça para sempre.

—Se vocês continuar chorando eu vou ser praticamente obrigado à chorar também, porquê amo vocês duas e se vocês ficam triste eu também fico– fala e não consigo segurar a risada.

—Também amo você carrapato– solto Elaine para abraçar ele.

Timothée parou na porta e encostou na parede, ele dá um sorriso fraco para mim e se aproximou sentando ao lado do James.

—Você tem uma filha de cinco anos cara, agora que a minha ficha caiu– Elaine diz indignada.

—Quê? Você tem uma filha? Como assim?– James olha para mim e depois para a namorada.

—Depois te conto– ela evita tocar no assunto. Deito no colo do Timothée e sinto sua mão no meu cabelo, ele sabe que isso tudo me deixa nervosa.

—Sabia que Elaine é brasileira?– falo para Timmy.

Depois conversamos sobre o Brasil e sobre a infância louca da Elaine, aquela garota tem muita história para contar.

—Oque você queria me contar?– Timothée perguntou baixo para não interromper a história da Elaine.

—Nada não, só mais um surto da minha mãe– respondo e dou um sorriso.

Não queria que ele ficasse pensando ou preocupado com as ideias malucas da minha mãe.

—Certeza?– concordo com a cabeça.


enemies for friends and loves?-T.COnde histórias criam vida. Descubra agora