YOU (Adaptação Rosattaz)

three

 Carol se apressou até onde pudesse apoiar suas costas, numa casa com paredes de tijolos vermelhos, no estilo anos 90. Abriu sua bolsa a procura de sua caixa de cigarros e um isqueiro, havia prometido para Ariele, assim que decidiram ser mães, que a partir daquele dia Carol não colocaria mais um cigarro sequer em sua boca. Mas isso não fazia diferença agora, havia sido um dia cheio para a loira, muitas coisas haviam acontecido em um único dia, precisava se acalmar de alguma forma.

Abriu a pequena caixa de papel e capturou um dos maços o levando até a boca, acendeu seu isqueiro e o aproximou do seu cigarro. Devido a brisa fria que cortava seu corpo e persistia em apagar a chama do isqueiro, acender um simples cigarro acabou se tornando mais difícil do que devia.

Tragou com força a pequeno maço de papel, que queimava a todo instante, deixou com que seus olhos vagarem mais além. Pode observar a linda torre brilhante, mesmo distante da estrutura de ferro, conseguia deslumbrar toda beleza que ela carregava naquela noite fria de Paris. Deixou a fumaça escapar pelos seus lábios, sentindo seu corpo relaxar automaticamente, fechou seus olhos e desejou que aquele dia acabasse o mais rápido possível, e como nos filmes seu relógio de pulso anunciou que acabava de marcar 24:00 pm, e um novo dia se iniciava. Sorriu sarcasticamente olhando para o pequeno objeto de ouro em seu braço, e tragou mais uma vez seu cigarro.

Observou do outro lado da rua uma mulher vestida em seu belo sobretudo preto, com saltos pretos e algumas mechas do cabelo longo teimavam em escapar pelo capuz, sendo guiados de acordo com o vento. O sinal ficou vermelho, e a mulher de estatura mediana correu em direção ao outro lado da rua, onde Carol permaneceu parada afim de apreciar mais daquela mulher que havia lhe chamado tanta atenção.

A rua estava sendo iluminada por apenas alguns postes de luz, que se esforçavam em conquistar uma pequena brecha entre as árvores, mas falhavam miseravelmente.

- Meia noite, faça seu pedido!

A voz da mulher misteriosa atingiu Carol como um verdadeiro raio, as mãos delicadas alcançaram o capuz e assim que ela o abaixou, os olhos de Carol brilharam, imaginando que aquilo só poderia fazer parte do seu delírio.

- Montibeller... Quase não a reconheci! -- disse surpresa fazendo Rosamaria sorrir.

- Na verdade, quase que eu não a reconheço nessa rua escura!

- Estava saindo de uma reunião, e gostei da vista que esse lugar me ofereceu. - justificou-se - E a senhorita, o que faz andando sozinha por ruas desertas como essa?

- Conhecendo Paris, já que a mulher que me prometeu levar em alguns lugares simplesmente desapareceu por dois dias.

- Me desculpe, Rosa. Estive bem ocupada nesses dias!

- "Rosa" - Rosamaria repetiu fazendo Carol corar bruscamente.

- Me desculpe, Rosamaria. - corrigiu rapidamente - Imagino que apenas pessoas próximas te chamem assim.

- Na verdade você foi a primeira! Normalmente me chamam de Rosamaria mesmo.

- De qualquer forma... - Carol começou mas logo Rosamaria a interrompeu.

- Eu gosto de Rosa! - disse com um sorriso em seu rosto - É autêntico!

Trocaram breves olhares, olhares que as cativaram da forma mais pura possível, Rosamaria não se incomodaria em permanecer ali por um determinado tempo, diferente de Carol, que não demorou muito para que desviasse o olhar para a rua. Rosamaria piscou algumas vezes, se sentindo constrangida pelo silêncio criado após a troca de olhares.

- Nosso tour começa agora, senhorita!

Carol disse dando o braço gentilmente para Rosamaria, que logo o agarrou. Andaram alguns minutos, conversando sobre como Paris poderia ser incrível e ao mesmo tempo uma grande catástrofe. Carol ria a cada frase que Rosamaria dizia, enquanto seus braços as mantinham próximas o suficiente para mantê-las aquecidas. Ao virar a rua, Carol anunciou que aquele seria o primeiro lugar em que ela apresentaria a Rosamaria. Era uma rua feita de pedra, com casas típicas da França, havia alguns estabelecimentos ainda abertos, como um bares e um restaurantes. Pessoas animadas se sentavam em mesas de madeira na calçada, sendo iluminadas apenas por uma luz amarela, e no final da rua o deslumbre da Torre Eiffel.