Atelofobia

2° MARIA EDUARDA TOMAZ

Bom ela chegou na minha vida na mesma velocidade com que a Lê se foi, não nunca deixamos de ser amigas só seguimos rumos diferentes.

Ela era baixinha, bem pequenininha mesmo, mas dona de uma inteligência que qualquer pessoa notava de longe, no primeiro dia em que chegou a nossa sala foi a primeira a acabar de copiar um texto gigantesco que a professora havia passado tempos depois descobrimos que não foi porque ela era rápida e sim porque não tinha ninguém para conversar assim nada tirava a sua atenção.

Como posso descrever seu estilo!

Era impressionante fofo,delicado e principalmente rosa, tinha a cor rosa em todos os lugares, seu estilo era basicamente aquelas patricinhas que vemos em filmes americanos. Me ganhou assim que chegou, ela era incrível e ficou na minha vida por longos e lindos anos, vi ela quebrando o dedo, vi também ela deixando o cabelo crescer e quando finalmente chegava onde ela queria cortar e começar tudo de novo. Vi seu primeiro namorado que aliais é até hoje fazer surpresas muito fofas e até ajudei em algumas.

Mas chegou o ano da formatura, sempre esse ano.

Brigamos!

E não por alguns horários ou um fim de semana todo, já que era o máximo de tempo que já tinhamos ficado sem se falar. Ficamos brigadas por 1,2,3,4,5,6,7,8 meses e até hoje não sei como aguentei.

O motivo? Uma nova amiga dela, e antes que pense que foi por ciumes, não foi. Essa pessoa não gostava de mim e gostava muito da Duda, e por rações a qual até hoje em não sei fez de tudo para nos "separar" e depois de tanto tentar, consegui. Não vou dar detalhes porque me doí falar sobre isso.

Não aproveitamos nossa formatura junta, logo o que sonhávamos e panejávamos desde que ela entrou na escola. 1 ano depois de ficarmos assim, longe e sem ao menos lembrar o motivo pelo afastamento voltamos a nos falar foi por mensagens de texto, mas foi muito bom, parecia que tirávamos um peso dos ombros porque falamos tudo o que sentíamos sem brigar apenas ouvindo uma a outra.

Voltamos a conversar sempre, mas como tudo, nada voltou a ser como antes. E não foi eu ou ela que escolheu que fosse assim, simplesmente foi. Agora vejo ela de longe nos corredores sempre rindo e junto com o Gabriel ou jogando vólei (ela também é ótima nisso), mas eu a conheço, pelo menos conheço a Duda de 13 anos, mas acho que a parte emocional não mudou e sei que ela não está bem, eu vejo, só eu vejo isso? Ela está rodeada de pessoas e ninguém consegue olhar por dentro? Ou eu que estou criando paranoias?

A questão é que acompanhei ela de perto por muito tempo, e agora acompanho de longe e eu vejo que BEM ela não está.

Sim eu tentei conversar com ela, mas por algum motivo ela não disse nada.

Apenas olhou fundo nos meus olhos e disse:
-Tudo bem!

Mas aquele olhar não era de quem está bem,mas não insistir não podia força-la a me contar.