1. Rësatite

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"Ó doçura de vida: agonizar a toda hora sob a pena de morte, em vez de morrer de um só golpe."

— William Shakespeare

"Na madrugada de hoje, Lee Dong-Wook, um homem de 28 anos foi
encontrado morto na zona Sul de Seul. Consta que de acordo com a polícia,
Lee foi abordado por um assaltante e resistiu em entregar seus pertences..."

Namjoon não sabia o que pensar a respeito do que o noticiário anunciava; era um fato que detalhes tinham sidos omitidos da imprensa, mas isolar o caso dessa forma era necessário? Seu irmão, Kim Taehyung, o colocou a par dos detalhes mesmo que extremamente desconfortável com isso. Tinha oferecido ao mais novo que ficasse consigo por uns dias, mas este negou, prontamente disposto a ficar junto do melhor amigo.

Por ser um investigador independente, porém, amador, trataria de investigar o caso. Sabia que a polícia não iria facilitar, pelo menos, alguns não iriam. Os papéis postos à mesa provavam a existência de bons contatos lá dentro, que disponibilizavam o acesso à documentação do caso.

Sua atenção voltada para a papelada o manteve distraído o suficiente para não ouvir a movimentação na porta; uma figura esbelta, vestindo apenas uma blusa branca cobrindo parcialmente as coxas, entrou no escritório a passos mansos, parando às costas do investigador. Observou as costas nuas, inclinando o tronco para beijar a nuca macia.

— O café da manhã está pronto.

Com os pelinhos da nuca eriçados, girou na cadeira giratória puxando o mais velho para o colo; beijou o de cabelos roxos longamente na boca, afastando apenas para exibir o sorriso de covinhas. Ambos ignoraram a discussão que haviam tido na noite passada, fingindo não sentir seus corações apertados.

— Já vou. Apenas preciso dar mais umas olhadinhas nos papéis — falou, acariciando as coxas desnudas, subindo ousadamente a palma por baixo da blusa.

Kim Seokjin franziu as sobrancelhas bem desenhadas, em sinal de impaciência, arrancando do mais novo um resmungo. Ao invés de falar algo, pegou a mão forte deste e o guiou a face pressionando a bochecha  contra a palma, como um gatinho carente, sentindo um dígito percorrer o formato de seus lábios. Os dedos encaixaram-se em seu pescoço e nuca, embalando-o num conforto sem fim; relaxou as pálpebras, entregue, sentindo-o acarinhar sua bochecha.

A relação deles era como uma casa de cartas. Estavam apenas aguardando a brisa por tudo abaixo, e mais uma vez, expôr suas verdadeiras facetas. O diabo tinha muitos rostos e eles tinham muitas máscaras, mas somente uma prevalecia quando nada sobrava: a verdade.

— Eu tenho que ir daqui a pouco — proferiu, ainda de olhos fechados, sentindo o toque do outro lhe escapar. O corpo do mais novo ficou tenso sob si.

— O que disse a eles? — indagou num sussurro, fugindo às vistas das pálpebras cerradas do outro.

— Joon...— O olhar quebrado do outro o fez suspirar, cansado. — Eu disse que estaria na casa da Irene. Olha, meu amor — segurou a face tristonha entre as mãos —, está acabando... Prometo.

Mas Namjoon não queria ouvir desculpas, apenas o queria. Qualquer coisa que poderia ter sido proferida foi logo esquecida com os lábios do mais novo contra os seus, com força, urgência e desespero. Com o pensamento de tê-lo em seus braços, o investigador se ergueu com o mais velho em seus braços, as pernas torneadas o abraçaram e um brilho nas orbes azuis o assombraram.

O modelo mordeu e arranhou o superior cheio, acariciou com a língua o arco delicado do inferior, pedindo, o qual foi prontamente atendido. As mãos apertavam e arranhavam o que podiam, cegamente, em busca do prazer e desejo. Beijaram-se longamente na boca até seus pulmões implorarem por ar e seus corações baterem desesperados por mais.

Blood Roses - TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora