Blood Roses - Taekook

2. A casa da luz vermelha

Só um aviso rápido, todos personagens terão pseudônimos uma vez estando dentro do Dark Club. Sendo os principais:

Jeon Jungkook — Dom
Min Yoongi — August
Kim Taehyung — Vance
Park Jimin — BellaFera
Jung Hoseok — Vitorino
Kim Seokjin — Belle
Kim Namjoon — Vlad

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"Os homens tropeçam ocasionalmente na verdade; mas a maioria deles levantam-se e afastam-se rapidamente como se nada tivesse sucedido!"

— Wiston Churchill

Sob suas cabeças, onde deveriam ser extintores de incêndio, começou a chover; gotas áureas grudaram nas peles e vestimentas dos convidados, Vitorino ergueu a face e expôs a língua rosada para colher as gotas. Em seu paladar o gosto de licor predominou, e vagueando o olhar pelo recinto, achou a esposa de costas para si, feliz, pela forma como seus ombros moviam com sua risada.

No dia em questão, um grupo fora selecionado a dedo por August, dono do club, e como era esperado, todos vieram.

Dark Club, mais conhecido por inferninho de luxo por não frequentadores, era o que se considerava o inferno na terra. Mas para os que frequentavam, era como quem vai ao paraíso. E, como dizia o próprio dono: “Se pisa nesse inferno e é bom, então, é infernal."

A temática neste dia era Reino das Fadas, e as mulheres em vestes delicadas e os homens trajando ternos antiquados circulavam com máscaras rendadas com bebidas em mãos. Líquido dourado grudava em suas peles e pouco ligavam, risonhos e alegres.

Vitorino sentia um rubor subir por sua garganta ao pousar o copo de cristal no balcão, olhou por sobre o ombro o pequeno grupo de pessoas se entrosar; outros, os mais empenhados no papel interpretado, seguiam para as grandes portas francesas que davam para o jardim.

— Quem somos nós para viver na terrível limitação do que é real?

Sorriu, virando parcialmente o rosto na direção do companheiro acomodado ao lado.

— Ninguém, não somos ninguém. Uma verdade inventada é o que queremos.*

Ergueu o copo novamente preenchido pelo bebida em tom caramelo em um brinde e o homem fez o mesmo, encostando ambos os copos. Os gelos tilintavam. Levou a boca do copo aos lábios, provando da bebida amadeirada; o homem ao lado aproveitou a deixa para falar:

— A que devo a honra de tê-lo em minha humilde festa? — perguntou, traçando a borda do copo com o indicador.

Atentou suas vistas a face do outro, os lábios, pequenos e rosados, os olhos, as íris em tom gris, e a derme alva e lisa. Prosseguiu até onde a máscara azul celeste combinando com o terno o permitia ver.

— Você quem é o famoso August?— devolveu, erguendo uma sobrancelha.

Ao fundo “Gary B.B Coleman - The Sky is Crying”  preencheu o ambiente no momento em que braços femininos circundam sua cintura e uma voz excitada e suave sussurrou em seu ouvido:

— Está perdendo a diversão.

Girou no assento até tê-la em seus braços sob o olhar desavergonhado de August, e plantou um beijo estalado nos lábios pintados de vermelho da esposa.

— Chega de diversão por hoje, Kat — disse observando as pupilas dilatadas e o rubor na face da parceira.

Tudo ao local atribuía ao clima erótico que predominava o ar, formando pares, trios ou até grupos até então não existente, fazendo-os dar o segundo passo da noite. Cada andar era denominado por um nome, o primeiro, afrodisia; o segundo, lascívia. E, no olhar malicioso da esposa, sabia onde queria estar.