Razão

589 70 34
                                    


A ida a escola havia se tornado uma tarefa surpreendentemente difícil para Adrien. E não era por causa dos estudos, mas sim, por causa de Marinette.

Era difícil ficar longe da garota que amava, mas ele precisava fazer isso pelo bem da sua identidade secreta. E embora ainda achasse que os dois tinham se metido em uma situação bizarra, também achava que os dois já tinha ido longe demais para parar agora. Então, sua solução era evitar Marinette o máximo possível, o que era muito complicado.

Na hora do intervalo, ele correu da sala, com a desculpa que precisava atender uma ligação do pai. Mas na verdade, ele ficaria escondido no vestiário até o intervalo acabar. Era uma atitude covarde e talvez até babaca da parte dele, porém, Adrien era tomado por um imenso terror só de pensar que Marinette podia descobrir a sua identidade e isso a colocar em perigo.

— Ela nunca desconfiou que você é o Chat Noir, por que acha que ela vai desconfiar agora? – disse Plagg, tranquilizando seu portador, enquanto devorava um pedaço de queijo.

— É diferente. Agora nós meio que namoramos... E nos beijamos. Marinette pode me reconhecer a qualquer momento.

— Acredite, ela não vai. – se ao menos o garoto soubesse quantas vezes os dois tinham se beijado, ou chegado perto disso, e nem sequer reconhecerem um ao outro. Plagg deu de ombros. – É mágica.

— Mas e se eu falar algo que não deveria?

— Você corre esse risco o tempo todo tendo uma identidade secreta. – mais uma vez, o kwami estava certo, o que era muito esquisito.

Adrien encarou a foto de Marinette em seu celular. Queria muito poder usá-la de papel de parede, mas seria muito estranho considerando o fato que em sua identidade civil, os dois eram só amigos. Que situação mais chata. Pela primeira vez ele estava de saco cheio de ser um super-herói.

— Você tem razão, Plagg.

— Eu tenho? Quero dizer, é claro que eu tenho!

— E também, eu não posso fazer com que ela se apaixone novamente por mim como Adrien se ficar aqui escondido. – determinado, ele levantou do chão e saiu do esconderijo. O único problema, é que para o seu azar, o sinal tocou indicando o fim do intervalo. – Acho que vou ter que esperar mais um pouco. – murmurou para si e voltou para a sala de aula.

— Tudo bem, cara? – Nino perguntou assim que Adrien sentou ao seu lado. Seu semblante era preocupado, afinal, o melhor amigo sempre sabe quando alguma coisa está errada. Sem contar que ficar o intervalo inteiro sumido, era um bom indicativo também.

— Tudo. Eu só... Estava resolvendo umas coisas. – não poder dizer a verdade para Nino era uma droga. Resumidamente, a única pessoa com que Adrien podia conversar sobre garotas agora, era Plagg. E o kwami não era o mais indicado para procurar em caso de precisar pedir conselhos amorosos. – Agora está tudo certo.

— Se você diz... – Nino sorriu e pousou a mão no ombro do amigo – Mas qualquer coisa, eu tô aqui.

— Eu sei. Valeu.

***

— Ele disse que tá tudo bem. Mas não sei, não. – Nino balançou a cabeça e apoiou o peso do corpo contra a estante de livros que Alya vasculhava – Acho que tem algo rolando.

— Você sabe se é algo com o pai dele? – perguntou Marinette, preocupada. Adrien estava estranho durante e semana e parecia até que estava evitando os amigos, mas a garota achava que era coisa da sua cabeça. Só que agora, Nino disse que estava preocupado também.

Love (Sweet Love)Onde histórias criam vida. Descubra agora